Eu te amo o suficiente para trazer sua razão de volta

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Michael não entrou comigo no pronto-socorro, Zazie me acompanhou. Daniel estava em um dos quartos do mesmo Hospital, o que facilitou para ela. Michael teria que trocar de camisa, limpar suas mãos e rosto, Tessa também não estava bem para dar entrada em um Hospital, quando mais parecia que tinha saído de uma guerra, bastava somente eu sangrando. A mesma invenção de sempre, dessa vez eu fui assaltada e os ladrões me atacaram, não prestaria queixa e só precisava ser socorrida. Zazie era boa nessa parte, principalmente para manter postura em inventar histórias. Eles acreditaram, afinal hoje aconteceu o "terror" em Los Angeles e os noticiários estavam tentando cobrir o desastre de causas que aconteceram durante o dia. A cidade já estava em um tremendo escândalo de violência policial, traficantes e bandidos.

Cinco pontos na minha perna, especificamente na minha coxa. Bom, não era a primeira vez que isso acontecia. Limparam meus machucados, principalmente dos meus braços e do meu rosto, próximo ao meu olho. A enfermeira comentou baixinho que se tivessem acertado, provavelmente eu perderia o olho. Eu estremeci, mas não senti medo. Zazie ficou cada segundo apreensiva do meu lado, estava quase roendo as unhas e com o celular em mãos, as vezes ela comentava baixinho quando o Donald alertava que estava "tudo bem" nas ruas. Não estava nada bem para o nosso lado. Enfaixaram minha perna e eu tive dificuldade de pisar no chão, bem que me alertaram que a dor viria depois. Assim que eu tentei sair da sala de atendimento, eu senti uma mão no meu cotovelo me segurando, me ajudando com o meu próprio peso e quando ergui o olhar, era o Michael. Sempre aqui, sempre na hora certa.

- Ok, ela já pode ir pra casa. Eu quis dizer... - Zazie se embananou nas palavras ao olhar para o Michael e depois pra mim. - Hoje, sem sombras de dúvidas, tá sendo o pior dia das nossas vidas. Então, você deve descansar e o Jordan vai justamente te ajudar nisso.

- Não. Eu preciso ver o Daniel e depois ir até a Melanie. - Respondi balançando a cabeça devagar ao passar meu braço pelo Michael e ele sustentou ainda mais o meu corpo, Zazie fechou a porta ainda segurando meus exames. - E por ter falado sobre casa, eu justamente preciso ir ver a minha.

- Daniel e Melanie estão bem, você não precisa ir até a sua casa. Podemos ir para o meu apartamento, você precisa descansar essa perna, Normani. - Michael retrucou no mesmo segundo, mas eu balancei a cabeça negando outra vez. - Você não tá se aguentando em pé.

- Bom, também pelas circunstâncias, você não deve de maneira nenhuma pisar no bairro da Normani agora, Michael. - Zazie murmurou enquanto nos afastávamos devagar e eu franzi o cenho, Michael só ficou ainda mais rígido ao meu lado. - Não faz muito tempo que a polícia deixou o local, não vamos mais arriscar nenhum outro tiroteiro, ou prisão. Já perdemos demais nessa noite. Você não pode ser pego.

- O que aconteceu entre a polícia? - Sussurrei, mas Michael balançou a cabeça dessa vez somente em silêncio e eu engoli em seco. - Pode parecer pequeno, ou não, mas eu preciso muito ver a minha casa ainda hoje. Eu simplesmente não vou conseguir descansar com isso na cabeça.

- Eu entendo e respeito, Normani. - Zazie sussurrou de volta, eu respirei fundo. - Vem, o Daniel está no primeiro andar. Só está em observação, ele inalou muita fumaça. Além de algumas queimaduras e machucados, mas ele continua fazendo suas gracinhas. Mesmo tendo pulado do terraço da boate, ainda não acredito que não quebrou nada. Ele tá se sentindo.

Michael me segurou com mais firmeza, mas seus olhos não estavam mais em mim. Seus olhos estavam distantes, no fundo enfurecidos ainda. Eu estava fraca, me permiti me sentir somente fraca agora. Zazie caminhou na nossa frente, Michael acompanhava o meu ritmo lento e assim conseguimos ir até um dos elevadores. Logo que paramos no primeiro andar, uma das enfermeiras reconheceu a Zazie e falou brevemente sobre o Daniel, assim que apontou para uma das sala para o Michael nós dois seguimos. O quarto tinha as paredes de vidro, Daniel que estava sentado em uma das macas e logo abriu um sorriso para nós, um dos seus sorrisos animados. Mesmo visivelmente cansado além de ferido, meu coração se apertou assim que o Michael abriu a porta pra mim.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora