A melhor coisa para atrapalhar todas as chances da Zazie questionar sobre o Michael, era ter a Skai por perto, mas no caminho durante o fim do dia no carro eu contei tudo o que eu estava sentindo. Nós jantamos juntas, tomamos sorvete no sofá e além de assistir alguns desenhos, a pequena Skai estava nitidamente feliz pela minha visita. Zazie precisou se afastar um pouco, o seu celular tocou algumas vezes, eu sabia que a reunião entre eles já tinha começado e eu estranhei quando a Zazie realmente optou por se isentar disso, por mais que eu quisesse saber o que aconteceria, não seria comigo lá e eu sabia que o Michael impediria, então não estou perdendo nada. Eu estava distraída, minha cabeça doía e eu sentia o meu coração apertado.
- Tia, Normani. - Skai me chamou baixinho ao subir no meu colo, com a boca com restinho de sorvete ainda e na TV ainda passava Bob Esponja. - Você pode fazer trancinhas no meu cabelo, igual você fez naquela vez? - Ela perguntou sem jeito, quase tímida e eu acabei sorrindo.
- Claro, pequena. - Murmurei em resposta ao me ajeitar no sofá, ela riu baixinho assim que puxei ela para mais perto e ela se encostou em mim, com mais preguiça ainda e o que me fez rir.
Enquanto cuidadosamente eu desembaraçava os cachinhos dela com as minhas próprias mãos, eu respirava fundo. Mesmo não conseguindo me concentrar suficiente, me dediquei em agradar a Skai. Eu não era nem de longe a melhor nisso, mas Skai balançava as pernas no ar ainda no meu colo enquanto cantarolava a abertura do desenho novamente e suas mãos acariciavam a minha perna em um toque simples. Eu congelei meus pensamentos, principalmente para fugir das minhas preocupações do momento, mas meu coração me levou para um outro sentimento enquanto eu trançava o cabelo da Skai. Que saudade de ter ela por perto, que saudade de ter o tamanho da Skai e estar nos braços dela, essa saudade era da minha mãe. Eu deixava a primeira trança no ombro da Skai, a jogando para frente no lado direito e terminava a segunda no lado esquerdo e por mais estranho que seja, eu sentia a mesma sobrecarga.
- Você está triste, Tia Normani? - Skai perguntou baixinho assim que passou as mãos pelas suas tranças e olhou para trás, seu sorriso se desfez ao me olhar e eu balancei a cabeça negando.
- Não, eu não estou triste não, pequena. - Respondi baixinho. - Nem eu sei o que eu estou sentindo, mas com toda certeza não é bem tristeza.
Skai me abraçou ao se virar totalmente pra mim e eu a abracei de volta, estranho não era a palavra certa, mas nunca tive contato com crianças dessa maneira. Conheci mais o poder que elas transmitem de tanta doçura através da Skai. A pequena deitou a cabeça no meu ombro, seus olhinhos me encaravam preocupados e eu sorri fraco ao acariciar o seu braço, escutamos mais alguns passos e provavelmente era a Zazie voltando para a sala de estar, ergui o olhar e acertei. Ela voltava com o celular na mão, respirando fundo e alcançando primeiro o controle da TV na mesinha de centro, abaixou o volume e se sentou ao meu lado, olhando para nós duas com atenção.
- Ei, meu amor. Você já passou do seu horário de dormir, amanhã é dia de balé bem cedinho. - Zazie disse baixo ao olhar para a Skai e a mesma se remexeu no meu colo. - Vamos para a cama, filha.
- Hoje é o dia do papai me colocar na cama, mamãe. - Skai respondeu ao virar somente a cabeça para encontrar a Zazie e suspirou pesadamente.
- Hoje ele não vai conseguir, ele ainda está no trabalho, filha. - Zazie disse respirando fundo ao colocar as mãos na sua perna como apoio antes de se levantar de novo. - Mas você sabe muito bem que o melhor e mais divertido banho é o meu, se despeça da Normani por enquanto.
- Hum. - Skai resmungou e eu sorri fraco, ela se virou para mim apertou meu pescoço, beijando meu rosto em seguida. - Tchau, Tia Normani. Será que eu vou te ver amanhã aqui? Para o café da manhã, de novo.
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Crazy In Love II
Hayran KurguEu não só pisei no seu mundo, como agora eu faço parte do seu mundo. Você se tornou o oxigênio que eu preciso para respirar, se tornou o meu combustível para viver e a grande luta da minha vida. Completamente entregue por seus esquemas e ambições, é...