Crazy In Love II

Sou péssima no amor, não sou boa nisso, mas não posso dizer que sou inocente

Acabei acordando de um jeito bem desconfortável, na verdade assustada. Não sei bem se eu tive um pesadelo, não me lembro exatamente, mas a sensação era péssima. Me ergui na cama rapidamente ao apertar os lençóis e olhando para o quarto escuro tentando recuperar o fôlego, olho para o lado e Michael estava dormindo, de costas para mim e sua respiração baixa, eu nem mesmo tinha percebido que horas ele voltou para o apartamento ontem. Depois de me deixar no escritório, ele simplesmente saiu para trabalhar em outra coisa e não voltou, me enviou uma mensagem dizendo apenas o óbvio, que demoraria para voltar. Ele não deu abertura, nem mesmo para discutir, ou falar qualquer outra coisa. Eu ainda não acreditava que tinha cedido pra mim.

Olhei para a cômoda ao lado, alcançando o meu celular e verificando as horas, era cedo. Não era ainda nem mesmo 07 horas da manhã e o que era estranho, porque independente do trabalho do Michael no dia anterior, ele não estaria ainda na cama nesse horário e sim, treinando. Me deitei novamente, insegura. Respirei fundo ao me virar para o Michael e somente encarando a suas costas. Ele deve estar cansado, deve ter voltado muito tarde. Respirei fundo, puxando a minha coberta novamente, mas me senti uma idiota. Me aproximei dele sem pensar duas vezes, minha mão tocou na suas costas e senti a sua pele mesmo descoberta ainda quente, automaticamente eu desci minha mão com cuidado e passei o braço pela sua cintura, o abracei e encostei meu rosto na suas costas. Michael se remexeu no mesmo segundo que sentiu o meu contato e eu suspirei, mordendo o lábio inferior e apenas fechando os olhos com força.

- Agora que conseguiu sua passagem para à tão sonhada e esperada Nova York, quer tentar aproximação? - Ele não perdeu a oportunidade de resmungar, eu respirei fundo novamente antes de acabar revirando os olhos.

- Perdeu para o silêncio. - Reclamei baixinho o apertando ainda mais forte, principalmente quando senti a sua mão tocando minha e sabia que ele me afastaria. - Fica quieto. Eu só quero te abraçar, não precisava ter acordado.

- Nesse jogo, eu não só te conheço o suficiente como também jogo melhor do que você. - Ele disse mais baixo e mesmo assim tirou a minha mão dele, afastando meu braço em seguida e eu suspirei pesadamente.

- Eu não tô jogando não, Michael. - Sussurrei sem graça e escutei ele quase bufar, me ergui rapidamente. - Eu só tô me cansando de tanto brigar.

- Ah, agora cansou de brigar? - Ele no mesmo se virou para mim antes de bocejar e ergueu a sobrancelha, nitidamente ele estava mais cansado. - Você não cansou de brigar, Normani. Você só conseguiu o que queria.

- Diferente de você, eu não quero ser uma pessoa tão orgulhosa assim. - Sussurrei novamente, bem mais sentida com as suas palavras. - Me desculpa, por algumas atitudes. Eu só não posso me desculpar pelas minhas razões, elas são verdadeiras.

- Não são as suas razões, são só as suas incertezas. - Michael reclamou e revirou os olhos. - Tá com medo de que? - Ele me encarou seriamente e eu suspirei.

- Eu não tô sentindo medo de nada não. - Murmurei intrigada, ele deu de ombros sem paciência e fechou os olhos novamente ao praticamente afundar o rosto entre os travesseiros, se deitando de bruços. - Ei, Michael. - Chamei ainda mais baixo e ele não se moveu. - Michael! - Insisti e só escutei ele respirando fundo.

Eu voltei a me aproximar dele, toquei na suas costas novamente e me inclinei, ele não se mexeu de maneira nenhuma. Orgulhoso demais. Eu beijei a suas costas com cuidado, fazendo um caminho de beijos delicados até o seu pescoço e beijando com mais firmeza a sua nuca, descendo até o seu ombro enquanto minhas mãos deslizavam pela suas costas e ele apertou o travesseiro ao meu lado, o que me fez sorrir fraco, subi os meus beijos até a sua orelha e de um jeito ainda mais sem graça, beijei bem ali e só acabei suspirando outra vez, bem no seu ouvido.