Crazy In Love II

E quando você passa, leva todos que te amam com você

Acordei com dor, minha perna estava bem mais dolorida e eu ainda acabei enroscando um dos lençóis nela. Abri meus olhos com dificuldade e passei as mãos pela cama, tentando achar o corpo quente do Michael, mas não encontrei. Franzi o cenho e me assustei, me ergui rapidamente, o que me fez soltar um gemido de dor e no mesmo segundo escutei o barulho da poltrona sendo arrastada, na verdade afastada. Michael se levantou em um pulo ao se aproximar de mim preocupado. Até eu entender que ele não estava na cama comigo, ele só estava à poucos metros sentado em uma das suas poltronas no quarto, respirei quase como um alívio.

- Eu tô aqui. - Michael murmurou ao me olhar preocupado e eu respirei fundo novamente, balancei a cabeça assentindo devagar e suas mãos tocaram a minha cintura.

- Por que não tá na cama comigo? - Perguntei confusa, ele abaixou o olhar. Ainda estava preocupado. - Michael, você não vai me quebrar. - Disse pela segunda vez, ele teve o mesmo comportamento ontem, quando chegamos no seu apartamento. - E eu sinto sua falta, principalmente do calor do seu corpo. - Completei e toquei no seu rosto, ele olhou para a minha outra mão que tocava na sua perna. - Por quanto tempo você tá ali? Só me olhando dormir.

- Já tem um tempo. - Ele respondeu de forma seca, eu mordi o lábio inferior e seus olhos encontraram os meus, mesmo com a pouca claridade de todo o quarto eu conseguia ver o que mais ninguém via.

Seus espelhos. Nada era mais intenso do que o olhar do Michael. Eu não escondi o meu sorriso, o que fez ele franzir o cenho ao me olhar sem entender. Não tinha dor, não tinha dor que ultrapasse o que eu era capaz de sentir por ele. Meus braços rodearam o seu pescoço e eu o abracei, com toda a minha força. Com toda a sua segurança. Ele não hesitou, me abraçou de volta.

- Senti saudade de você. - Murmurei ao esconder meu rosto na curva do seu pescoço e sentindo seu cheiro, o cheiro único do seu perfume e do seu calor. - Senti falta de nós dois. - Beijei sua mandíbula, apertei ele mais ainda nos meus braços.

- Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Normani. Eu não existo mais sem você. - Ele murmurou de volta, senti seus lábios tocando nos meus ombros e depositando um beijo firme, eu me encolhi nos seus braços que me rodearam de uma maneira mais forte e ergui meus olhos, encontrando os seus mais uma vez e ele sorriu, não de forma cansada.

- Hora perfeita pra você elogiar a sua garota, que foi muito corajosa ontem. - Sussurrei sem graça, mordendo o lábio inferior para não rir e ele revirou os olhos, o que me fez gargalhar no mesmo segundo.

- Eu sinto saudade do seu coração frágil. - Michael respondeu ainda baixo, seus olhos se desviaram dos meus e com a mão direita, ele tocou no meu rosto e seus dedos deslizaram pela minha bochecha, seus olhos estavam na minha boca e acompanhou em seguida seus dedos até o meu queixo. - Você não foi forte ontem, Normani. Você é forte. - Ele completou, sem jeito e eu sorri sentindo minhas bochechas corarem. - Inteligente, quando quer. É claro. - Ele brincou e eu fechei a cara, o que fez ele sorrir. - Você nunca precisou da minha aprovação, não seria agora. - Ele me olhou de maneira mais séria. - Eu te amo por isso e por outros mil motivos.

- Sem você, meu sol não brilha. - Sussurrei novamente, olhando no fundo dos seus olhos e colocando minhas mãos no seu pescoço, seu sorriso permaneceu e eu sorri ainda mais. - Você nem precisa se esforçar para eu te amar, Michael.

Eu o beijei, de verdade. Não como ontem, os beijinhos no chuveiro, ou quando ele me colocou na cama. Eu beijei sua boca com vontade, com saudade. Michael tentou não corresponder, mas era impossível. Seus lábios precisavam ainda mais dos meus. Eu o apertei contra o meu corpo, enquanto minha língua saboreava tudo o que parecia querer saciar em segundos. Minha boca na sua. Sempre perfeito. Sempre o que eu quero. Ele, todo o seu corpo e todo o seu amor. Mordi o seu lábio inferior e chupei, Michael se inclinou tentando ter cuidado, mas meu coração estava disparado. Eu nunca vou parar de me sentir assim, eu nunca quis tanto alguém como eu sempre quero ele.