Crazy In Love II

Permanecerei a mesma garota pela qual você se apaixonou

A parte mais difícil entre os meus dias era tentar convencer a Melanie a se afastar de casa, era impossível. Por livre e espontânea vontade, ela estava passando alguns dias no apartamento do Kevin, seu quase e sempre ex-namorado. Eu tentava a todo custo dividir meu tempo para apoiar a Ashley, ela estava bem melhor desde quando assumiu o que estava acontecendo para o Lakeith e os dois estão completamente conectados à dias, é difícil ver o Lakeith tanto tempo longe da Ashley e isso aquecia o meu coração, ele apoiou ela da forma mais linda e incrível. Eu estava preocupada, mas não tinha tempo para sentir medo. Essa palavra não existia no vocabulário da Tessa, ela tem realmente me treinado e me preparado para qualquer coisa que pudesse se aproximar de mim. Eu estava conhecendo um lado da Tessa que eu nunca conheci antes, era quase como um espelho.

Eu já estava terminando de limpar toda a sujeira que eu fiz depois do meu almoço de hoje que saiu quase no horário do jantar, quando escutei o meu celular vibrar na bancada próxima do armário. Limpei e sequei minhas mãos rapidamente, larguei o pano em uma das cadeiras e me aproximei da bancada, era mais uma notificação da Tessa. Estranhamente eu esperava que fosse o Michael, mas por conta do horário seria impossível ser ele e as coisas não estão tão boas assim, nenhum de nós estávamos facilitando um para o outro. Respirei fundo, desbloqueio o meu celular e leio a mensagem da Tessa.

"Um novo endereço.
Vamos tentar algumas outras coisas, te espero em uma hora!
O mesmo esquema de sempre, apareça sozinha e de forma discreta."

Ela encaminhou um endereço quase desconhecido pra mim, cliquei na nova localização e dei uma rápida pesquisada, não era tão longe da minha casa. Só era completamente fora do comum dos lugares e áreas que eles trabalhavam, pelo menos pra mim parecia mais desconhecido. Eu não tinha mais com o que me preocupar agora. Terminei de arrumar a minha cozinha ao largar meu celular novamente na bancada, subi para o meu quarto e apenas troquei as roupas que eu estava usando, troquei meu jeans e camiseta por um conjunto de moletom, permaneci com o cabelo solto e antes de sair do quarto novamente, dei uma última olhada através da minha janela, mas não tinha nada fora do comum ainda e eu sai do meu quarto. Desci as escadas com pressa, já que eu levaria alguns bons minutos antes de me perder na localização nova da Tessa.

Peguei meu celular, as minhas chaves e sai de casa ao garantir que tudo estava trancado. Era um fim do dia quase frio, puxei o capuz do meu moletom para frente e olhei para os dois lados antes de atravessar a rua. Sem mais carros estacionados próximo de mim, sem mais seguranças a vista. Pelo menos era o que aparentava, mas sei que alguns deles só estavam observando de longe e por isso a sensação de vigilância era constante. Eu nunca mais pisei na rua sem me sentir estranha, como se realmente estivessem me vigiando de forma... Não sei, mas era péssimo. Eu não encontrava mais nenhum deles, até mesmo a Zazie tem mantido o contato de longe e o mais estranho ainda, era que a única pessoa próxima à mim diretamente, era unicamente a Tessa. O melhor horário que tínhamos era na parte da manhã e no fim do dia, era sempre assim. Eu saía de casa como quem não queria nada, ligava para a Ashley algumas vezes no caminho e respondia as mensagens da Melanie, encontrava a Tessa em lugares afastados e treinávamos, treinos de força mesmo. Meus braços e pernas doíam por horas.

Precisei checar se eu estava no caminho certo e se era mesmo esse endereço, as ruas só ficavam mais vazias e apesar de conhecer um pouco esse  bairro, era pior que o meu. O interior dos bairros mais pobres de Los Angeles eram bem mais escassos de tudo, as poucas pessoas que circulavam eram somente alguns homens velhos e alguns adolescentes. Desbloqueio o meu celular, mas eu realmente estava no lugar certo e depois de andar tanto, eu já estava impaciente. Franzi o cenho, ao olhar o número do endereço em um lugar que mais parecia uma garagem e alguns adolescentes passaram por mim quase correndo, gritando uns com os outros sem dar atenção para nada. Não tinha nenhum carro estacionado e o portão de ferro estava encostado, olhei para os lados e respiro fundo, guardo o meu celular novamente e abro mais o portão. Com pouca iluminação e um cheiro estranho, eu passo por um corredor estreito e até chegar em um pequeno salão, com algumas lâmpadas quebradas e um ringue quase caindo aos pedaços, com outros equipamentos de musculação por perto no pequeno lugar. Tudo velho, quebrado e empoeirado.