É assim que realmente vai acabar?

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Miguel Ángel Silvestre me encarava com diversão, mas com total tranquilidade ao apagar o seu cigarro no cinzeiro mais próximo no balcão, me fazendo encostar na bancada ao quase ser empurrada pelo seu próprio corpo. Ele estava a centímetros de mim, abaixou o seu óculos escuro e ajeitou a gola aberta da sua camisa, eu virei meu rosto assim que ele tentou olhar nos meus olhos novamente, de forma ainda mais provocativa.

- Posso te pagar uma bebida? - Ele perguntou baixo, praticamente colando seu corpo no meu e eu balancei a cabeça negando. - Hum, que tal você me acompanhar até os fundos? - Ele sugeriu baixo, balancei a cabeça negando outra vez e ele respirou fundo, tirou alguma coisa da cintura e me prensou ainda mais contra o balcão, senti somente a ponta do seu revólver na minha barriga. - Eu não quero chamar atenção, Normani. Você pode cooperar comigo? Não gostaria de transformar a nossa conversa em sangue.

Olhei nos seus olhos de uma maneira mais séria ainda, ele sorriu de lado ao colocar o seu revólver de volta à cintura e ajeitou seu óculos escuro, passou o braço direto pelo meu pescoço e me puxou de forma quase sufocante, sem me dar escolhas ao me conduzir pelo bar. O bar estava lotado, homens gritando e rindo, mulheres se esfregando em qualquer lugar e ganhando bebidas, ninguém olhava para nós dois. Isso aqui só podia ser a área dele. Engoli em seco. Merda. Como eu vou sair dessa? Miguel seguiu por um corredor bem mais estreito e definitivamente apertado, eu segurei fortemente a sua camisa, tentando de qualquer maneira arrumar um jeito de empurrar ele para longe de mim, mas ele apertou ainda mais o meu pescoço ao praticamente chutar uma porta no meio do corredor e entramos em uma sala de depósito. Uma adega. Vários e vários fardos de bebidas estavam enfileirados, prateleiras velhas e sujas com um estoque absurdo de álcool. A sala era escura e empoeirada, a única luz que entrava era a própria claridade da noite pelas janelas pequenas no alto.

- Quando os meus homens me alertaram que um avião de porte menor pousou na cidade, não imaginaríamos que o próprio Jordan poderia aparecer em Madrid. - Miguel disse ainda mais baixo, me empurrando para longe dele por conta própria. O suficiente para conseguir me encarar e observar atentamente, eu respirei fundo. - Seguimos e então, conseguimos o endereço do apartamento que você está. Só que a visita do Jordan foi tão rápida e no dia seguinte você já estava pelas ruas, acompanhada de uma mulher e com uma bebê nos braços.

- O que você quer? - Disparei no mesmo segundo, completamente impaciente e ele voltou a sorrir. - Quem é você?!

- Eu te reconheci, porque eu me lembro muito bem de você na última pequena reunião do Drake Graham. - Ele respondeu e eu engoli em seco, é claro que o seu nome era familiar de alguma forma. - A minha última negociação antes daquela mansão explodir e só depois eu consegui terminar os negócios dele com a Jorja Smith, mas depois vocês conseguiram dar um fim na vadia, então quando eu fechei mais uma mercadoria com o Jacob Scipio vocês descartaram o último filho da puta ligado ao Graham.

- Eu posso te colocar em contato com o Michael, esse problema não é mais meu. - Murmurei rapidamente assim que ele veio se aproximando de mim, ele balançou a cabeça negando devagar ao ampliar o seu sorriso.

- É claro que esse problema também é seu, Normani. - Ele retrucou. - Soube que a união foi até mesmo oficializada, não é qualquer uma que passa despercebida ao lado do Jordan. - Ele parou bem na minha frente e eu fechei minhas mãos em punho. - Os problemas dos Michael se tornaram os seus problemas e os problemas de vocês dois, se tornaram os problemas daquela bebezinha.

- Toca na minha filha e eu acabo com você, ou com qualquer outro! - Respondi entre dentes, partir pra cima dele sem pensar duas vezes e ao erguer minha mão na tentativa de socar a cara dele, sendo mais rápido que eu segurou firmemente o meu pulso me impedindo.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora