Crazy In Love II

Não dá pra negar a tensão entre nós e eu não quero pressioná-lo

Brandon passou os braços por mim, me fazendo praticamente sair do chão ao rir. Rindo completamente emocionada. Ele está aqui, bem na minha frente e inteiro. O meu coração se apertou e por um segundo eu já tive vontade de chorar, Brandon me colocou no chão e segurou os meus braços com força, eu também segurei os seus braços e tentei o sacudir, fazendo ele abrir um sorriso ainda maior ao me olhar. Parecia que nada tinha acontecido entre nós, bastou nos encontrarmos para eu entender que as coisas podem mudar, mas existe outras que não mudariam, apesar das circunstâncias e das nossas escolhas.

- Eu tô chapado, mas como você veio parar aqui? - Brandon perguntou completamente mais confuso ao me olhar e eu respirei fundo, não saberia como agir. - Como me encontrou?

- Eu descobri aonde você estava, eu não poderia perder a oportunidade e a chance de ver com os meus próprios olhos se você estava bem, ou não. - Respondi, pronta para ser a mais sincera possível. - Bom, eu pensei que você não iria gostar de me encontrar nem pintada de ouro, mas já começamos bem.

- É, porra, é mesmo. Eu te odeio! - Brandon fingiu me empurrar largando os meus braços, no leve tom de brincadeira e eu semicerrei os olhos, o que fez ele rir baixinho e eu sorri sem jeito. - Espera... - Ele ficou sério no mesmo segundo, olhando para algo atrás de mim, tive medo de virar, mas me virei e apenas vi o carro do Jordan ainda estacionado, ele não estava do lado de fora e nem os outros, então ainda estava tudo bem e encarei o Brandon novamente, ele só estava olhando para qualquer direção. - Você não deve estar sozinha, nunca estaria! Você veio com eles, não é? Tá pronta para agir como fez em Malibu.

- Não, Brandon. Eu não tô sozinha, mas não veja dessa maneira. - Respondi rapidamente, tentando não ficar apreensiva e vendo seus olhos serem tomados pela raiva. - Eu não vim aqui somente para me redimir, ou tentar me desculpar e nem muito menos agir por trás, eu preciso que você me escute nem que seja só por alguns segundos, por favor. - Completei baixinho, ele deu um passo para trás e eu tentei tocar no seu braço novamente com os meus olhos se enchendo de lágrimas. - Só eu e você.

- E você nem mesmo conseguiria, o que você fez em Malibu não tem justificativa. - Ele tirou a minha mão do seu braço, segurando o meu com força ao praticamente me puxar para ele com raiva.

- Ei, Brandon! - Algum dos outros caras, talvez um dos seus colegas, que estavam no meio dos outros carros gritou. - Não vai apresentar essa gracinha, não?

- Cala boca, Will! Ela está comigo. - Brandon respondeu mais alto tomado pela raiva e eu me encolhi no mesmo segundo, tentando não olhar na direção daqueles homens nojentos. Brandon me encarou seriamente outra vez, mas me afastando ao quase me empurrar para trás e dessa vez, não era brincadeira nenhuma. - Vai embora daqui, Normani. Perdeu o seu tempo.

- Me escuta, Brandon. Só por alguns segundos, a gente pode ir para outro lugar. Você só precisa vir comigo. - Tentei dizer de forma calma e ele balançou a cabeça negando ao bufar. - Eu não estaria aqui se não fosse importante, se eu não me importasse com você.

- Você se importou comigo quando armou pra mim em Malibu, porra?! - Brandon gritou, se alterando completamente e eu arregalei os olhos.

- Eu ainda sim só quis te proteger naquela noite, mas você está certo. - Murmurei angustiada, minha maior vontade era de arrancar o microfone da minha jaqueta no mesmo segundo, mas eu nem sei o que o Michael era capaz fazer se eu fizesse isso. - Eu queria muito conseguir colocar um ponto final na noite em Malibu, mas eu não consigo. Eu acho que tô em perigo, aquela Jorja Smith, a mulher do Drake, está atrás de mim.

- Isso não é problema meu. - Brandon respondeu simplesmente, ao me encarar com indiferença e eu abri a boca, franzindo o cenho ao ficar chocada. - O que é? Acha mesmo que eu vou me arrastar para você, como eu fiz antes? Eu errei com você, Normani. Me desculpei e tentei me redimir enquanto você me manipulava, para só me usar. - Ele disparou entre dentes. - Quer que eu faça o que? Se nem o covarde que você escolheu, tem coragem de vir até aqui.