Olhe para nós agora

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Os dias ficaram intensos, as noites ficaram mais quentes. Nunca é hora de descansar, ou esquecer da forma perfeita que ainda nos conectamos. Em cada novo sorriso, um outro ar mudava toda a nossa gravidade e realidade, os nossos suspiros denunciavam cada batimento cardíaco irregular por segundo e eu relembrava exatamente do que eu sempre imaginei para nós dois, ou de como eu queria que sempre permanecesse. Quando eu olhava para a nossa relação e o nosso casamento, eu só queria que continuasse assim desde o começo. Eu nunca desejei, ou esperava pelo o que aconteceu, mas ainda estávamos aqui. Eu estava. Loucos um pelo outro e certas coisas nunca mudariam. Por muito tempo eu pensei que nunca mais veríamos a luz.

E por mais que o meu corpo ainda seja capaz de sentir os seus últimos toques, a minha cabeça também estava em um só lugar. Em mim mesma. As coisas da Amara já estavam prontas e a sua bolsa devidamente arrumada, a ideia da primeira noite sem ela por perto não era a mais confortável pra mim e mesmo escondendo esses pensamentos do Michael, ele também não transparecia tanta segurança em cogitar deixar a Amara por uma noite com a sua mãe. Só que pra mim, significava que era a hora do jogo e por outro lado, Ashley amou ter uma noite quase livre. Eu precisava desse mesmo passe-livre, eu sei que não seria em todas as noites, mas garantiria as minhas. Terminei de calçar as sandálias, me levantei do sofá ao andar levemente pelo closet para ao menos me sentir confortável e parei na frente do espelho. Eu estava pronta.

Eu ainda era eu, ainda era a Normani

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Eu ainda era eu, ainda era a Normani. Ajeitei o meu colar, olhei para as minhas mãos e para os meus anéis, especialmente a minha aliança. Respirei fundo ao sair do closet, deixando o quarto e tentando não pensar demais, não estava bem na hora de voltar atrás sobre alguma coisa. Desci às escadas, ainda na sala de estar o Michael estava com a Amara nos seus braços e por mais algum milagre, ela estava brincando com as suas próprias mãozinhas ao segurar a sua chupeta. Assim que Michael notou a minha presença, se virou rapidamente e me olhou como de costume, dos pés à cabeça. Ele ergueu a sobrancelha e eu dei uma rodadinha, só por deboche.

- A sua mãe não cansa de me dar trabalho. - Ele resmungou quase no ouvido da Amara, mas ainda sem tirar os olhos de mim. - E eu posso acabar com isso, é fácil colocar vocês duas para dormir.

- E deixa eu adivinhar, pra você cair fora sozinho. Nem pensar. - Respondi ao revirar os olhos, dando um tapa no seu braço e pegando a Amara logo em seguida. - Aí, minha bebê. Aqui no meu coração tá doendo tanto, mas você conhece a sua avó. Eu sei, vai ser tranquilo.

- Não precisamos deixar ela com a minha mãe. - Michael disse pela milésima vez a mesma frase. Balancei a cabeça negando devagar ao beijar e amassar o rostinho da Amara contra o meu, ele respirou fundo. - Eu, sei lá, posso até ficar aqui com vocês. Não precisamos fazer isso.

- Pra ainda sim cair fora escondido quando eu mesma acabar dormindo? - Questionei e ele balançou a cabeça discordando ao bufar. - Não, Michael.

- Eu não faria isso. - Ele retrucou e foi a minha vez de erguer a sobrancelha, Michael suspirou. - Ok. Talvez. - Ele voltou atrás rapidinho, quase por desespero. - Apesar de uma noite importante em questão de negócios, vamos receber o velho pessoal de sempre e você não necessariamente precisa estar, Normani.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora