Crazy In Love II

Roubou minha calma

Eu já estava tensa só de entrar no avião novamente, chegamos em Nova York ontem, mas aparentemente tudo o que poderíamos encontrar aqui foi perdido. Inclusive, o pontinho de esperança de fazer as pazes com o Michael, ou ao menos encontrar alguma solução para o que estamos enfrentando. Eu não conseguia me sentir bem, eu estava péssima. Daniel e Tony tiveram que ficar por aqui, existe um segundo problema e parece que ele se chama Thomas John Ellis, ainda um desconhecido para mim. Eu me preocupava, eu sentia medo, mas nada me assustava mais. Pelo menos até agora, já estava farta de ser surpreendida por esses jogos. Eu estava encostada na janela do avião, Michael entrou em poucos segundos ao terminar de resolver as coisas lá fora para a nossa viagem, ele caminhou até a poltrona na minha frente em silêncio e sem olhar diretamente para mim, se sentou e eu respirei fundo.

- Vai me ignorar durante essas 5 horas de voo também? - Questionei intrigada ao olhar pra ele, o mesmo somente olhava para a janela ao seu lado impaciente enquanto o seu jatinho se preparava para a decolagem na pista.

- Eu tô com muita coisa na cabeça, Normani. O que você quer de mim agora, eu não consigo te dar. - Ele respondeu da mesma maneira fria e eu engoli em seco, balançando a cabeça devagar.

- Você faz parecer que está desistindo. - Sussurrei bem mais magoada e ele respirou fundo. - De nós. - Completei e desviei o olhar para a janela ao meu lado e apertando levemente a poltrona ao sentir o jatinho decolando.

- Quando você precisa de um tempo, eu dou. - Ele disse mais baixo e eu limpei rapidamente a lágrima involuntária que caiu no mesmo segundo pelo meu rosto. - Você não consegue fazer o mesmo por mim.

- E você sabe que tudo isso não começou por minha causa, mas eu estou fazendo a mesma coisa que você fez. Insistindo. - Murmurei no mesmo segundo ao olhar para ele novamente, ele já estava pelo menos me encarando outra vez e eu respirei mais fundo. - Eu tenho medo ainda, Michael. De perder você, de novo. Tenho medo que você ache que a melhor solução é me afastar daquilo que eu sei que é seu e respeito, é a única coisa na qual eu tenho medo. De resto, Michael, eu enfrento.

- Você me tira do sério, Normani. - Ele disse ao balançar a cabeça ainda mais intrigado e principalmente mais sério. - Você não facilita pra mim, nem muito menos coopera comigo. Você entra no seu próprio joguinho particular e só você é a única que é capaz de me fazer perder nisso. - Ele completou ao engolir em seco, olhando diretamente nos meus olhos. - Eu sou louco por você, Normani e duvido que isso mude, seu medo não é tão diferente do meu, mas eu não sou mais capaz de tirar você de mim.

- Eu sinto muito, pela forma que as coisas aconteceram nos últimos dias. - Suspirei, quase aliviada pelas suas palavras e por sentir meu coração bater mais forte, mas ainda tinha lágrimas nos meus olhos. - Eu quero que você esfrie a cabeça, mas antes disso... Eu não posso me aproximar? Só um pouquinho.

Michael até moveu a cabeça de um lado para o outro, ao respirar fundo e tentar negar, mas não era exatamente isso que seus olhos denunciavam pra mim. Eu suspirei outra vez, sorrindo um pouco mais fraco e me levantei rapidamente da minha poltrona, eu me aproximei dele sem pensar duas vezes e indo direto para o seu colo. Meu corpo se alinhou ao seu perfeitamente, assim que me sentei passei meus braços pelo seu pescoço e o abracei, com tudo dentro de mim. Deixei mais algumas lágrimas escaparem assim que eu senti seus braços rodeando o meu corpo e me puxando para mais perto. Era disso que eu sentia falta, era tudo isso que eu queria nos últimos dias e principalmente nas últimas horas.

- Eu ainda tô puto. - Michael disse baixo e eu respirei fundo, me afastei ao balançar a cabeça assentindo devagar e ele me olhou nos olhos novamente, pelo menos os seus braços não me deixaram. - Eu me controlei muito nas últimas horas.