E se eu precisar de você, você estará aqui, você fará o sacrifício

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Samantha me encarou da mesma maneira, como se todo o sangue do seu corpo tivesse subido para os seus olhos. Suas mãos tremiam, com tanta raiva. Já as minhas mãos permaneciam segurando firmemente a mesa atrás de mim, eu me controlava para me manter no lugar. Para disfarçar bem, como alertou o Brandon. Ele me entregou uma única chance, a chance de me defender. Jorja Smith andava de um lado para o outro, com mais satisfação. Ela segurava a sua arma, seus dedos brincavam ao segurar aquele revólver brilhante de prata. Eu só conseguia pensar na minha casa sendo incendiada, Melanie e Daniel machucados, toda a área do Michael danificada e o estado de emergência que ela nos colocou. Meu sangue ferveu como o delas, só que pior.

- Samantha? - Jorja Smith disse um pouco mais baixo, os olhos da Samantha saíram de mim e a encararam rapidamente, ela estava nitidamente agoniada e tentando se conter. - Por que você não chega um pouco mais perto dessa garota? Deveria mostrar um pouco do que mulheres como nós fazemos, criadas no pior e assombroso lado de Los Angeles.

- Claro, Jorja. - Samantha murmurou em resposta, seus olhos voltaram a me encarar. Suas mãos ainda tremiam e ela lentamente andou na minha direção. - Parece mesmo que você conseguiu o que queria, Normani. - Ela quase gaguejou, parou bem na minha frente e eu respirei fundo, Jorja ainda circulava de um lado para o outro nos olhando com mais diversão. - Sabe o que eu aprendi, em todo esse tempo e com a minha própria vida, Normani? - Ela murmurou novamente ao chamar minha atenção e eu olhei nos seus olhos derrotados. - Homens sempre vão querer mais drogas, mais carros, mais whisky, muito mais dinheiro e cada vez mais, outras mulheres. Eles nunca, nunca vão se contentar com o que podem ter.

- Eu não tenho absolutamente nada para ouvir de você, Samantha. Você é só uma fracassada, na vida e no amor. - Sussurrei e a mesma se calou, fechando suas mãos em punho. - Aliás, que amor? Você nunca recebeu amor de ninguém. Você é a última pessoa que eu aceitaria conselhos agora!

Sem mais um segundo, Samantha abriu sua mão direita e a ergueu, com um só movimento ela acertou em cheio o meu rosto. O tapa ardeu, como todo o sangue do meu corpo. Meu rosto virou completamente e eu encarei o chão, engoli em seco e minhas mãos soltaram a mesa, deslizei os dedos pela superfície até encontrar um recipiente de vidro com algum líquido que pouco me importava. No mesmo minuto, segurei aquele jarro e quebrei na cabeça da filha da puta, Jorja rapidamente paralisou na sala. Com a mão livre segurei a Samantha pelo pescoço e a puxei para mim, enquanto o sangue escorria pelo canto do seu rosto e ela olhava para mim sem acreditar, com muito mais dor.

- Você não vai encostar a mão em mim de novo, nem muito menos naqueles que eu amo e que verdadeiramente me amam igual. - Sussurrei novamente, mas dessa vez no seu ouvido e deslizando o que resto do vidro quebrado na minha mão pelo seu rosto ao cortar a sua pele. - Sim, vadia. Michael está incluso nisso. - Completei de forma ainda mais raivosa. - Sua péssima e solitária jornada, chegou ao fim. Então, confirmando o que você mesma disse... Sim, eu consegui o que queria Samantha e você nunca mais vai estar no meu caminho.

Girei seu corpo ainda segurando e a prendendo pelo pescoço, Jorja Smith ergueu seu revólver e apontou para mim, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa. Eu rasguei o pescoço da Samantha com o pedaço de vidro que estava ainda na minha mão, praticamente me cortando junto, mas o seu sangue espirrou por todo lado assim que um grito saiu pelos seus lábios e ela tentou conter, mas seu corpo amoleceu e eu a soltei, deixando cair nos meus pés ao se estremecer de dor. Eu encarei a Jorja Smith de volta, soltei o pedaço de vidro das minhas mãos e voei em cima dela, assim que ela atirou, ou só tentou atirar contra mim. O tiro foi disparado, mas só estava nós duas em pé nesse laboratório. Eu derrubei o seu corpo no chão, a arma caiu da sua mão, subi em cima dela e ela tentou me empurrar, segurar meus ombros, mas fechei a mão direita em punho e soquei a sua cara. Uma, duas, três vezes e mais.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora