ATHERA
Amarrei um coque no alto na cabeça e vesti meus trajes illyrianos, era dia em Velaris e eu havia marcado de treinar com Feyre.
O que seria ótimo, eu sabia que ela estava notando o que estava acontecendo e queria conversar, ainda que não quisesse ser enxerida.
Desci as escadas, nem sinal de Azriel ou Rhys. Cassian comia com Feyre a mesa, minha grã-senhora, ainda vestia um vestido simples. Me sentei ao seu lado e me servi de frutas.
- Já terminei, vou me trocar e desço para sairmos. – Ela me disse, então saiu da cozinha.
Cassian comia silenciosamente, mas eu sabia que me observava.
- Fale, eu sei que está se roendo para falar algo. – Eu grunhi pra ele.
Meu amigo sorriu, bebendo um gole de suco.
- Eu só estou confuso, um dia você e Az estão próximos daquele jeito hipnotizante de vocês, no outro você trepa com Lucien. – Ele disse.
- Você mete demais o nariz onde não é
chamado, como sabe disso? – Eu perguntei, atirando uma uva em Cass, que pegou antes que batesse nele.Ele apenas virou o copo e sorriu.
- Machos guerreiros com personalidades como a de Lucien costumam ter cheiro forte, e você fede a ele. – Ele tão somente respondeu.
Eu sorri, comendo pedacinhos de minha manga.
- Eu não quero me meter, Athera. Mas Az estava transtornado ontem, eu acordei e vi... bom, deixa pra lá. – Ele se deteve.
Eu encarei o rosto de Cassian, exigindo uma continuação. Mas ele apenas respirou fundo e serviu o copo de mais suco de laranja.
- Ele estava mesmo com ódio. – Ele disse.
Eu mantive uma expressão calma no rosto, sabia o que fizera com ele.
- É inútil pensar que eu e Azriel possamos um dia ter algo, ele ainda é o capachinho da Mor. – Eu falei, bebendo meu suco.
A expressão de Cassian tornara-se inescrutável, ele tão somente se levantou, pegou a louça e caminhou para sair da sala.
- Só seja cautelosa até onde você vai pela raiva que sente desse fato, pode ser mesmo um caminho tortuoso. – Ele finalizou, saindo do cômodo.
Eu afundei a cabeça nas mãos.
Minutos depois, eu e Feyre estávamos esmurrando a cara uma da outra.
Primeiro socos e chutes, depois espadas, depois tudo isso no ar.
Treinamos até minha boca estar cortada e a mandíbula de Feyre, detonada. Paramos por alguns minutos apenas para beber água, antes de repetir o treino no ar.
- Então, você vai me contar o que está acontecendo? – Ela perguntou, usando a água da garrafa para limpar o sangue do rosto.
Eu bebi um gole de água e respirei fundo.
- Em relação a quê? – Perguntei.
Ela sorriu e olhou pra mim, compreendendo que eu estava esquivando da conversa.
- Bom, eu odeio ser enxerida, então se quiser conversar, sabe que estou aqui. Mas é doloroso ver você infeliz, ver Azriel infeliz. – Ela disse.
Eu caminhei em círculos por alguns instantes.
- Azriel não sabe o que quer, Feyre. Eu não posso esperar que ele descubra. – Eu disse, concluindo isso até para mim mesma.
Minha grã-senhora deu um pequeno sorriso.
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A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)
FantasyAthera nunca quis mais do que uma vida tranquila ao lado de sua família, e agora, depois do fim da guerra que deixou traumas, marcas e cicatrizes, ela decide finalmente tentar. A imediata do grão-senhor mais poderoso do país vai em busca de liberda...