Athera nunca quis mais do que uma vida tranquila ao lado de sua família, e agora, depois do fim da guerra que deixou traumas, marcas e cicatrizes, ela decide finalmente tentar.
A imediata do grão-senhor mais poderoso do país vai em busca de liberda...
Espero nunca mais te ver. Você abandonou nossa família.
Estou me afogando sem você. Me afogando. Me afogando. Me afogando.
Me lembro detalhadamente de cada acontecimento do dia em que te vi a primeira vez. Da cesta de frutas que comi, do gosto ácido do morango, da sensação de calçar as botas, do som das minhas sombras me contando que alguém estava matando os soldados, do cheiro de sangue na rua.
Então de olhar para você. Olhar para você e me afogar nos seus olhos. Pela primeira vez eu respirei de verdade e então você me olhou. Colocou os olhos em mim e eu senti que poderia morrer se não tocasse aquele ponto tenso do seu maxilar. Eu quase morri. Quase morri.
Estou morrendo agora. Dia após dia dentro da ausência vazia do seu quarto. Do seu cheiro que nunca sai dos lençóis mesmo depois de meses. Da visão do seu rosto sorridente para outro.
Acima de qualquer redenção. Estou me esvaindo por todos os buracos que você abriu dentro de mim para se encaixar.
Azriel para Athera, carta nunca enviada. 200 dias antes de ela voltar para casa.
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