CENA EXTRA 03

1K 90 47
                                    

O amor cultivado, complexo e conquistado,
Ultrapassa as barreiras do tempo e da dor.
As dificuldades ultrapassadas tornam qualquer dor transponível diante da imensidão daquele sentimento.
Então luz e sombras se unem,
E tudo se torna calor e chamas
De amor.

Com uma careta, Az me ajudou a subir as alças do vestido azul claro, calçar os sapatos e saiu comigo da dispensa, eu arrumei meus cabelos como pude e entrelacei os dedos nos dele, caminhamos abraçados pela casa até o lado de fora, onde o sol brilh...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Com uma careta, Az me ajudou a subir as alças do vestido azul claro, calçar os sapatos e saiu comigo da dispensa, eu arrumei meus cabelos como pude e entrelacei os dedos nos dele, caminhamos abraçados pela casa até o lado de fora, onde o sol brilhava lindo em um fim de tarde majestoso.

Ali eles estavam... prendi o fôlego por um momento. O olhar de Aurora me encontrou e ela sorriu. A garota mais inteligente do mundo. Correu até Az, ele foi até ela e a ergueu em seus braços, o abraçando com carinho... ela era completamente apaixonada pelo pai.

E ele... ele era o melhor pai do mundo.

Azriel nunca recebeu amor familiar. Quem o colocou no mundo, ou o feriu, ou o rejeitou. De forma que quando nossos filhos nasceram, tornou-se sua missão mais importante ser o melhor que pudesse ser. E ele era.

Amoroso, gentil, carinhoso, compreensivo. Ele dava liberdade nas doses certas e sabia salpicar a preocupação onde deveria estar. Ele nunca erguia a voz, nunca levantava a mão, ele tinha um olhar todo especial para os momentos de repreensão e quando ele abria a boca, nossos filhos silenciavam para ouvir.

Mas aí vai a grande diferença: por amor, por respeito. Por isso Aurora desfazia sua birra e Eros parava de chorar quando ele falava. Porque eles o respeitavam, tinha admiração por ele. Azriel era querido, maduro, gentil. Ele se silenciava para ouvir as necessidades dos nossos filhos, ele mantinha um ambiente aberto onde desde as emoções mais pequenas, como uma irritação por não poder comer chocolate a noite até sentimentos como inveja e ódio eram debatidos abertamente.

Mais que isso: ele falava! O silêncio que o mundo sempre teve dele se converteu em voz dentro da nossa casa. Ele dizia tudo que sentia aos nossos filhos e isso incentivava as crianças a seguir o exemplo. "Papai está triste. Papai está triste porque você reproduziu um comportamento que vai de encontro a tudo que eu e sua mãe ensinamos.", então esse se tornou o bordão, sempre que um sentimento abatia as crianças, era assim que elas se comunicavam: "Eu estou triste. Eu estou triste porque..." ou bravo, irritado, ferido, magoado.

Ele era tudo que nunca teve. E ele sabia ser. Ele era meu orgulho. O amor da minha vida.

Eros brincava com Jhude no parquinho, os cabelos pretos com os do pai, os olhos azuis como os meus e a pele ligeiramente mais escura, com cinco anos, ele era o mais esperto.

Narcissa me chamou com um sinal de mão e eu caminhei até ela, que saiu do abraço de Lucien por um momento e se aproximou de mim. A barriga já crescida novamente, Jhude era só a primeira do que eu imaginava ser uma de muitos mais filhos que eu sabia que eles iriam ter.

- Estávamos esperando por vocês - ela disse, sorrindo - Rhys e Feyre estão no auge do stress.

Sorri e a acompanhei até o jardim onde estávamos com tudo pronto e montado para o aniversário de 8 anos de Nyx, de pé com os cabelos escuros bagunçados da maneira estilosa e casual que só ele conseguia, era a cópia do pai.

- Minha nossa, imediata - Rhysand resmungou, irritado - achei que eu teria que tirar você e meu mestre-espião daquela sala aos tapas. Tudo está um desastre e existe a possibilidade real de Feyre me matar porque eu esqueci de trazer o bolo porque estava ocupado tirando a discussão entre Aurora e Nyx de quem voa melhor e... essas crianças estão me enlouquecendo.

Do outro lado do gramado, eu os via discutir como dois pequenos adultos. Ela com 9 anos e ele com 8, a química metida entre os sussurros e os gritos, eu sorria vendo aquilo.

Como era feliz que fôssemos seus pais, como era linda a vida que construímos depois de caminharmos pelo inferno. Azriel passou o braço ao redor da minha cintura e beijou meus cabelos.

Minhas garotas ajudavam a trazer os últimos detalhes da decoração da festa. Mor chegou abraçada com Lumus, que segurava Antônio nos braços, o pequeno bebê serafim que elas tinham.

Khai e Thalia, as duas líderes abaixo de Narcissa nas novas valquírias que chegaram desde o incidente no além-mar, cuidavam das plantas e organizavam presentes sob um carvalho adornado de luzes amareladas.

Fellas passou pelas arvores com os cabelos na cintura trançados e as roupas básicas, seu uniforme. Tomando Khai pela cintura, ele a beijou. Ela deu um tapa em seu ombro, os cabelos longos e lindos voando sob a luz do sol que fazia sua pele escura brilhar como se fosse furta-cor. Ele estava tão feliz e aquilo me fazia feliz.

Segurei a mão de Azriel, alojada em minha cintura e me virei, beijando sua bochecha com carinho.

- Athera! - Rhysand grunhiu com preocupação - você entendeu a parte que serei assassinado pela minha esposa?

Sorri com os lábios pairando nos de Az.

- E onde isso me afeta? - Perguntei em voz baixa e sarcástica.

- Então você vai ter que se tornar grã-senhora - ele disse, impaciente - e ler todas as cartas burocráticas que chegam das cidades toda semana sozinha.

Me desvencilhei do abraço de Az e olhei para os olhos violeta irritadiços.

- Agora você tem minha atenção. - Murmurei.

A tarde foi linda, tão linda. Estávamos juntos e, irritações e contra-tempos a parte, éramos felizes por isso. Porque éramos um. Porque estávamos juntos. Porque éramos família.

No final da tarde, eu e Azriel nos deitamos no balanço enquanto todas as crianças brincavam.

Observamos Aurora, seu gênio intempestuoso e seus cabelos dourados caindo pelas costas enquanto discutia com Nyx e o sol banhava a relva com toda a minha família reunida.

Aquela era a nossa vida.

Nosso reino.

Nossa corte.

Luz

e

Sombras.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora