O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.
O I N F E R N O E S T Á V A Z I O E T O D O S O S D E M Ô N I O S E S T Ã O A Q U I.
(Shakespeare)
Existem muitas coisas peculiares sobre a situação na qual eu estou envolvida, sobre como meus poderes me foram dados, sobre como eles funcionam, sobre como eu nasci e renasci na terra.
Mas existe algo que, não importando onde e como seja, sempre será igual.
A guerra. O som de lâmina com lâmina, colidindo até quebrar, rachando e ferindo, isso não muda, isso é o mesmo. A carne se partindo, os gritos dos feridos, o cheiro metálico de sangue escorrendo pelas pedras e molhando a terra. Esse cheiro e esse som, sempre são iguais.
Rhysand conseguiu segurar boas partes das defesas, então, tirando o fato que dois deuses estão literalmente dentro da cidade, muito pouco dos exércitos de Beron estão com eles. Como fomos estúpidos, como vimos baixo demais. Rhysand pensou que o tempo todo se tratava de uma talha do caldeirão, quando na verdade, eles tinham deuses com eles.
Fomos feitos de idiotas, tolos demais pra enxergar que todas as pequenas coisas eram distrações. Nossos vinte mil soldados pouco fariam agora.
Então tínhamos uma Velaris metade descoberta, um rombo em nossas proteções de onde Hécate saia, as sombras faziam com que ela flutuasse, os cabelos longos e negros pairava uma tiara de ossos e espinhos, retalhos como tecidos cobriam seu corpo, os olhos negros como fendas borravam tudo e o poder que lhe saia dos dedos queimava qualquer um que se colocasse em sua frente, enquanto eu conjurava minhas asas, feliz por ter descansado, por ter uma boa reserva de energia ainda em mim, eu me joguei da janela com Azriel e Cassian ao meu lado. Puxei a espada das costas e começamos a destroçar pelos ares alguns dos soldados que estavam descendo sobre a cidade, voei até minha casa, onde as fêmeas estavam atentas na sala, o som eclodindo fora do edifício.
- Armas e asas a postos, estamos sendo atacados, vocês vão se unir a Mor e Lumus para proteger os civis, vão agora. – Eu gritei.
Sem esperar para ver a reação, sai voando pela porta, onde dois soldados esperavam a postos, os matei com minha espada, arranquei a cabeça de um enquanto o outro morreu com um estalo do meu poder.
Concentração e força, eu precisaria dar tudo de mim aquele dia. Voei batendo as asas mais rápido que nunca até a praça principal, onde a guerra eclodia mais forte. Apollo estava majestoso, os cachos loiros caindo pela testa, um único tecido branco lhe cobrindo o corpo, ele mal se movia quando queimava nossos soldados. Eu voei e comecei a destroçar seus homens.
Muitos humanos, a grande maioria deles. Aquilo era outra armadilha, outra chance de nos ferir a abalar, nos desestabilizar, era claro. A cartada final seria dada em campo de batalha, com Hécate, Ártemis, Selene, Apollo, Beron e quem mais fosse ao seu lado. Eu segurei uma horda de humanos facilmente, matando-os com minha espada e com minha magia.
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A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)
FantasyAthera nunca quis mais do que uma vida tranquila ao lado de sua família, e agora, depois do fim da guerra que deixou traumas, marcas e cicatrizes, ela decide finalmente tentar. A imediata do grão-senhor mais poderoso do país vai em busca de liberda...