QUARENTA E CINCO

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Essas alegrias violentas têm fins violentos
Falecendo no triunfo
Como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.

Eu deixava que minha magia corresse pelos meus dedos em formatos variados, pequenas gotas, então pássaros muito pequenos, barquinhos como feitos em papel, então adagas, flechas, peixes que nadavam do ar frio

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Eu deixava que minha magia corresse pelos meus dedos em formatos variados, pequenas gotas, então pássaros muito pequenos, barquinhos como feitos em papel, então adagas, flechas, peixes que nadavam do ar frio.

Vivian olhava vidrada.

Era uma manhã fria e estávamos sentadas após o treinamento, duas semanas depois da reunião com os grão-senhores.

Ela, Jolene e Narcissa estavam sentadas na minha frente, observando minha magia correr pelos dedos, ela aquecia minha pele.

- Isso é muito lindo. – Jolene disse.

Eu olhei para ela, ligeiramente maior que Vivian, habilidosa e extremamente aplicada. Irremediavelmente apaixonada por ela.

- O que quer que eu faça? – Eu perguntei.

Ela deu um sorrisinho com o canto dos lábios.

- Um bebê, com asinhas. – Ela disse, a voz aguda envergonhada.

Vivian a olhou com alerta.

- Um bebê illyriano? Então devo esculpir Cassian de corpo inteiro com magia? – Perguntei.

Narcissa riu alto.

- Será que sua magia atingiria esse nível de perfeição? – A voz grossa e rouca de meu melhor amigo irrompeu o ambiente.

Ele caminhava até mim pelo gramado com os olhos divertidos e espertos, a expressão linda e serena, os cabelos negros correndo em seus ombros, a frente presa em um coque atrás da cabeça, os sifões presos em seu traje.

Ele parecia tão tranquilo, mas os olhos estavam ainda alertas, os músculos com aquela expressão tão dolorosamente familiar de quem tem algo a temer.

Eu queria que pudesse ser sempre assim, conversas no gramado, brincadeiras com magia após o treino, um mundo onde não haveria guerras por isso.

Mas esse não era meu mundo.

No meu mundo, eu contava e armazenava os sorrisos como cristais preciosos dentro da mente, sem saber quando os veria de novo, então me deliciei no sorriso grande de Cassian quando ele se sentou ao meu lado com as asas abertas atrás do corpo e me deu um beijo na bochecha.

- Exatamente, essa é a dificuldade. – Eu disse, passando um braço em volta de seus ombros largos.

Vivian revirou os olhos.

- Ele já se acha o suficiente, senhora. – Ela disse, enfiando os dedos na grama.

Cassian olhou de mim para elas e sorriu.

- Eu convivo com esse brutamontes faz quatrocentos anos inteiros – eu digo, um sorrisinho brincando no canto dos lábios – todas as facetas desesperadoramente irritantes da personalidade desse macho eu conheço.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora