TRINTA E TRÊS

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Ouça minha voz e veja minha luz dourada
Eu vou te buscar, minha doce deusa

Minhas pernas estavam trêmulas e meu corpo estava tão fraco que eu poderia desabar a qualquer momento

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Minhas pernas estavam trêmulas e meu corpo estava tão fraco que eu poderia desabar a qualquer momento.

Exigiu cada última parte de meu poder restante me manter firme quando Rhysand precisava das minhas certezas, das minhas razões.

Afinal, eu plantei aquilo tudo. Eu criei toda essa onda de treinamento, eu excedi os limites com Devlon, e depois com o pai de Narcissa e com muitos mais. Eu... eu fiz, eu teria de resolver.

Caminhei me segurando nas paredes de minha casa que parecia escura demais naquele momento, a bile subindo pela garganta enquanto eu vagarosamente me movia para o banheiro.

Cada passo mais desesperadoramente doloroso que o anterior.

Meu poder, eu usei meu poder demais, até quase se esgotar.

Claro que para todos os efeitos estava tudo bem, porque estaria. Eu não poderia colocar todo aquele peso mais nas costas dos meus grão-senhores, eles já estavam exaustos demais, então era minha responsabilidade lidar com o que quer que fosse e permanecer firme.

Permaneça firme, sua idiota, vamos, firme, fique firme, esteja sempre firme.

Minhas pernas tremeram enquanto eu perambulava até o banheiro e quando abri a porta, o cheiro forte de lavanda e lírios tomou meus sentidos e eu cai de joelhos na frente da latrina, as coxas tremendo e ardendo em protesto a queda.

Então não resisti ao impulso e coloquei as tripas pra fora.

Uma vez, então duas, então três.

Mesmo quando não restava mais nada no estômago, eu continuei vomitando água até que sangue vermelho vivido coloriu o branco da porcelana.

A lua estava alta e imponente da janela, eu olhei para ela, buscando suas forças que nunca me falharam, sua coragem, sua resiliência.

Ela sempre fora mais minha mãe do que a minha, e muitas vezes, pela força dela, da grande mãe, eu continuei viva.

Matar tantas pessoas, tanto sangue em meu poder, tantos corações, o som das pequenas explosões agora ressoava em meus ouvidos, depois do ódio, o vazio rugia no núcleo de magia dentro de mim.

Dor, então cansaço, o som.

Bum. Bum. Bum. Bum.

Permaneça firme, sua idiota.

Mais água, agora se tornando rosada pelo sangue.

Meu corpo inteiro doía e latejava, esbravejava contra mim mesma.

Meu ódio, meu poder, minha fúria.

Bum. Bum. Bum. Bum.

Por que as vezes sinto como se tanta raiva assim não fosse minha?

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora