OITENTA E TRÊS

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"Não sou uma princesa. Não sou a mocinha. Estou quebrada. Estou destruída e esmiuçada mas as estrelas. As estrelas em seus olhos e em sua boca e em seus cílios e seus olhos.

- Eu vou reconstruir você. - Ele sussurra.

O mundo inteiro é um vago registro de todas as possibilidades que existem para nós dois."
(Athera)

Era fim de tarde

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Era fim de tarde. O sol brilhava como nunca no céu, eu fechei os olhos e pedi que esse estado, essa luz alaranjada, o sol se pondo com a lua tímida surgindo, eu pedi que durasse mais, e, pelo visto, meus pedidos eram atendidos pelos astros. 

Não me recordava de ser tão feliz antes disso. Talvez, tudo que conhecia por felicidade, era um pequeno prelúdio, de forma a me preparar para a verdadeira alegria, que começava aqui. Eu sentia esse ardor no estômago, um frio que anunciava todas as borboletas do mundo levantando voo dentro de mim. Um começo novo, uma página em branco em um livro que duraria por toda a eternidade, que nunca acabaria. Eu tinha deixado tanto para trás, destruído tantas coisas e feito tantas outras. Hoje eu estava abrindo as portas da minha vida, hoje eu começaria a viver e sabia disso. 

Encarei minhas unhas pintadas de branco e massageei o dedo que normalmente comportava um anel de noivado. O peso familiar tinha saído, pois junto a ele entraria uma aliança prateada. Meu quarto estava arrumado e as janelas abertas. O calor dos milhares de pequenos raios de sol explodindo em minha pele, eu quase parecia dourada. Meus cabelos estavam caindo pelas costas, soltos. As ondas loiras em um tom quase branco chegavam até meus seios. Diferente das tranças e jóias, dos vestidos rodados e saltos ornamentados, eu queria tudo simples. 

Fluidez, eu precisava disso. Precisava como nunca de cabelos soltos e pés descalços. Encarei meu reflexo no espelho e sorri. Eu estava feliz. Um sorriso no rosto, as olheiras sumiram e um tom rosado corava minhas bochechas. Um vestido branco de cetim, alças finas e caimento suave, acinturado, marcava meus seios e meu colo, da cintura para baixo, caia em camadas suaves, até meus pés. Descalços. Eu tinha jóias neles, presente de Rhysand e Feyre, correntes prateadas entremeadas com diamantes que se prendiam em meus dedos dos pés e se tornavam uma tornozeleira. Segundo eles, eram sinais de uma boa jornada, caminhar protegida. 

- Minha nossa... - a voz doce e calma de Narcissa tomou o ambiente e eu me virei para ela, que tinha os cabelos presos em tranças e usava um vestido azul marinho - você está linda. 

Caminhei até ela e passei os braços ao redor de seu corpo, ela me abraçou, colocando sua cabeça em meu ombro, me deliciei de seu cheiro e calor por alguns segundos antes de ela se afastar. 

- Você gostou? - Perguntei, fingindo inocência com um sorriso. 

- Athera... você é a coisa mais linda que eu já vi em muito... muito tempo. - Ela disse, me observando com um olhar de admiração. 

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora