As vezes o mundo começa a ruir
E, como tolos, nos seguramos as paredes rachadas.Narcissa estava amarrando as botas quando eu entrei em seu quarto, mais duas camas foram acomodadas, deixando o ambiente mais apertado.
- Eu tenho uma casa na cidade, você, sua mãe e irmã podem se acomodar melhor do que nesse quarto apertado. – Eu murmurei.
A jovem deu um pulo de surpresa com minha voz, suas bochechas se avermelharam de vergonha, mas os olhos estavam alegres com a surpresa.
- Senhora – ela disse, a voz firme – que bom que está de volta, como se sente?
Eu fiz uma leve reverência com a cabeça antes de responder.
- Bem, muito bem. Como eu ia dizendo, posso pedir para arrumarem tudo por lá. Ah, e vamos treinar hoje. – Eu disse.
Narcissa sorriu e fez uma reverência maior e mais profunda para mim.
- Claro, vamos sim. Obrigada, senhora, minha mãe está... bom, está abalada. – Ela murmurou.
Eu me aproximei um passo dela e passei a mão em seu ombro.
Permaneça firme. Permaneça firme.
- Narcissa, eu sei que pode ser cedo e doloroso para falar disso, mas preciso lhe perguntar, como foi que raptaram você? – Perguntei.
Ela franziu o cenho e esfregou a têmpora nua, os cabelos presos em tranças atrás da cabeça.
- Eu não me lembro bem, eu sei que estava respirando um pouco nos fundos porque virei um copo com algo quente demais, então adormeci levemente, depois disso tudo ficou meio borrado demais, eu senti mãos e ventania. – Ela disse, parecendo envergonhada por não poder dizer mais.
Eu sorri para ela e assenti, virando as costas para fora do cômodo.
Minhas pernas trêmulas mal suportavam meu corpo quando sai do quarto, esfreguei a testa e me apoiei na parede.
Uma voz no fundo da minha mente, me corroendo.
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A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)
FantasiAthera nunca quis mais do que uma vida tranquila ao lado de sua família, e agora, depois do fim da guerra que deixou traumas, marcas e cicatrizes, ela decide finalmente tentar. A imediata do grão-senhor mais poderoso do país vai em busca de liberda...