VINTE E TRÊS

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Eu sou sua com carne e sangue
Até o fim dos dias
Te protegerei
E seremos deusas
No fim dos tempos.

Nosso grupo costumeiro de quatro voou até o local, chovia forte, meus cabelos ficaram encharcados e colados na testa, o uniforme que eu estava ficou mais moldado e colado ao corpo e eu notei com a visão periférica que Azriel me observava, vez ou o...

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Nosso grupo costumeiro de quatro voou até o local, chovia forte, meus cabelos ficaram encharcados e colados na testa, o uniforme que eu estava ficou mais moldado e colado ao corpo e eu notei com a visão periférica que Azriel me observava, vez ou outra mordendo o lábio enquanto voávamos.

Quando entrei caminhando pelo acampamento, os guerreiros ainda observavam a mim e a meu parceiro atentamente, procurando uma brecha menor que fosse.

Mas nossas expressões eram impassíveis. No meio do caminho até a tenda, ouvi um murmúrio baixo, parecia abafado e a quilômetros de distância, mas certamente estava ali, um grito silencioso, como se saísse de meu peito.

- O que está havendo? – Azriel me questionou pelo laço.

- Um grito, alguém está ferindo uma fêmea nesse acampamento. – Eu respondi, a resposta saindo como uma confirmação até para mim mesma.

Continuei caminhando com a mesma expressão impassível sem demonstrar preocupação, medo ou estresse, mas expus meus sentidos ao máximo procurando identificar o som, não era audível a ouvidos, mas soava dentro de mim, o elo que eu criei com as fêmeas ao prometer ensinar e proteger a todas elas, era ele que ardia dentro do núcleo de poder em meu corpo, que rompia minha feminilidade.

- Minhas sombras foram descobrir o que aconteceu. – Azriel me assegurou, ainda pelo laço.

- Obrigada. – Eu respondi, mas me sentia entrecortada e machucada.

Entramos na tenda e Devlon estava, como sempre, parado com um olhar sarcástico que se prendeu em meu pescoço, onde a marca que Az fizera estava.

- Adorei o novo adorno, Athera. – Ele disse.

Mas eu não podia me concentrar em nada, ver nada além da dor que alguém estava sentindo, o calafrio característico das sombras de Az subiu por minhas pernas e sussurraram com suas vozes inaudíveis aos meus ouvidos.

- Um macho está agredindo uma fêmea ao leste. – A voz me disse.

Eu mandei uma onda de ódio pelo laço e Az tocou a ponta de meus dedos com os seus.

- Uma fêmea está sendo agredida agora em seu acampamento. – Eu disse, em voz alta.

Rhysand e Cassian me olharam com os olhos flamejando de raiva. Mas as expressões estavam calmas e impassíveis. 

- Eu sei. – Ele murmurou.

Meus olhos cintilaram meu poder lilás e dourado quando eu o fitei, sua expressão arrogante vacilou por um segundo.

- Você sabe? – Eu o questionei.

Ele deu um sorriso muito leve e muito feio com o canto dos lábios, eu vi as mãos de Cassian se fecharem em punhos e os nós dos dedos ficarem brancos.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora