DEZESSEIS (+18)

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                                              Spreading you open
                            is the only way of knowing you
                                       (Harry Styles)

Abri os olhos com a luz fraca, Az ainda dormia, o corpo relaxando na cama, deixei que descansasse e me levantei, vesti um vestido azul bebê de alças e caminhei descalça até a cozinha, afim de preparar peixe frito com pão, ovos e suco para comermos...

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Abri os olhos com a luz fraca, Az ainda dormia, o corpo relaxando na cama, deixei que descansasse e me levantei, vesti um vestido azul bebê de alças e caminhei descalça até a cozinha, afim de preparar peixe frito com pão, ovos e suco para comermos no café.

Eu sempre amei meu parceiro, ainda antes de ele ser meu parceiro, eu sempre o desejei e o quis, sempre tive o mesmo amor por ele que tive por toda a minha família, mas algo mudou em mim, e eu sabia exatamente o que era.

Meu corpo desejava tão ardentemente e sexualmente o dele que isso tomava quase tudo em minha mente, mas agora, eu finalmente conseguia vê-lo.

Além de tudo que ele era, a grande fachada gélida e fechada que nunca se abria, o indivíduo com coração, com a ponta dos dedos, com a carne que pode ser tão trêmula quanto a minha, com a rouquidão cansada de segurar tudo nas costas, de guardar tudo atrás de um muro que nunca se rompia, mas que mostrou uma breve e pequena rachadura ontem no rio, quando eu vi medo, medo de verdade em seus olhos, os dedos em minhas costas, o corpo que se pressionava contra o meu e o único motivo era que ele não aguentava a perspectiva de me perder, de ficar longe de mim.

Um amor terno, quase tranquilo, desses que se manifesta nos cantos, na ponta dos dedos, na testa, nos cotovelos e joelhos, esse amor simples como o mar calmo e como a grama fica quando a chuva passa, embebida pelo orvalho que acalenta e abriga.

Um abrigo, alguém para cuidar.

Porque eu não fazia ideia se Azriel já se sentira, ou se permitira sentir, protegido.

Mas eu precisava fazer isso, cuidar dele, limpar suas feridas, conhecer seu coração, eu olharia em seu uroboro e sabia, eu sabia com tudo de mim que não me importaria com o que eu veria no outro lado, porque eu não poderia odiar nada que viesse dele.

Com essa sensação quase elouquecedora em meu peito eu tirei as espinhas de dois peixes, temperei a carne e fritei com manteiga e alho, cortei o pão em fatias, algumas frutas em uma travessa, com suco de limão e açúcar, fiz chá, me esforcei para deixar tudo certo.

A manhã estava particularmente quente então suor me escorria pelas costas e eu prendi o cabelo em um coque no alto da cabeça enquanto colocava a comida na mesa.

Ouvi um farfalhar de asas se abrindo e balançando, passos pesados no chão que se aproximavam cada vez mais.

Eu esqueci de respirar por um momento quando ele apareceu, as asas abertas aproveitando o calor, vestido apenas por uma calça, os pés descalços no chão e o peito nu.

Seus cabelos estavam levemente bagunçados no topo de sua cabeça, ele coçou o pescoço enquanto acostumava os olhos a claridade e sorriu com o canto dos lábios quando viu a comida na mesa, aquilo era a coisa mais linda que eu já havia visto, ainda quando eu voava até o mais alto do céu e via todo mundo embaixo, pequenos como formigas, quando ele me olhou com um sorriso discreto e as asas abertas foi o momento no qual eu mais me senti grande.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora