A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)

VINTE E UM

Todos os lugares que andamos e construímos
Todo o amor que plantamos
E hoje somos nós.

Eu e Cassian voamos, sujos e famintos até a casa na cidade e comemos juntos, ainda sem sinal de Azriel, que havia ido as fronteiras da corte outonal.

- Você está sendo demais com elas. – Ele disse, com uma coxa de frango na mão ainda suada.

Eu sorri para Cassian e comi um pedaço de meu frango, estava satisfeita e imensamente grata a ele por ter sido tão parceiro comigo, me ajudou no treinamento e esteve lá por mim, como disse que faria.

- Obrigada, Cass, por ter me ajudado hoje. – Eu disse.

Vi que suas bochechas coraram enquanto ele mastigava o frango e dei uma risada baixa e sarcástica para ele.

- Você foi de grande valia, além do que, elas estavam caidinhas por você. – Eu disse.

Ele fingiu balançar os cabelos negros quando deu uma gargalhada alta e divertida.

- O que eu posso fazer se sou o macho mais gostoso dessa corte? – Ele disse, bebendo o corpo de suco inteiro de uma vez.

Eu revirei os olhos e bebi do meu.

- Nisso terei de discordar, já que o... – Eu disse.

- Eu também terei! – Rhysand disse, a voz alta e cínica quase em um ronronar – Já que o macho mais adorável dessa corte sou eu. – Ele disse.

Eu gargalhei e revirei os olhos.

- Minha parceira certamente vai atestar algo bem diferente. – A voz de Azriel encheu meus ouvidos.

Meu corpo resetou e só então eu notei como estava com saudades dele, ainda que estivéssemos apenas cerca de cinco horas sem nos vermos.

Eu e Azriel nos esforçamos para engolir tudo o mais rápido possível e subimos juntos para o quarto, diante de risadas e comentários sarcásticos dos dois machos illyrianos mais idiotas do mundo a mesa.

Mas o quarto estava quase vazio quando eu entrei, meu corpo ardendo por meu parceiro.

Apenas a cama média e o armário estavam ali, mas não tinha minhas roupas, minha penteadeira.

- Está tudo em nossa casa nova. – Azriel disse, com um sorrisinho no rosto.

Eu dei um tapa em seu peito bem leve e ele sorriu, me pegando nos braços.

- Me leve lá, então. – Eu disse.

Azriel envolveu meu corpo em um abraço e voou comigo em seus braços, era delicioso voar com o corpo colado ao dele, ainda que eu estivesse suja e suada, e ele cheiroso e perfeitamente limpo.

Minha casa, nossa casa.

Era tão linda, meu corpo se encheu de calor e logo depois de frio, e meus olhos se aqueceram.

Era uma construção média com dois andares e uma pequena torre mais em cima, era lilás com cinza, adornada com pilastras.

A porta grande de carvalho na frente, um balanço idêntico ao da casa de campo onde passamos as férias, Az estava parado atrás de mim.

Eu me virei para ele e o abracei forte, beijando suas bochechas.

- É nossa casa. – Eu murmurei.

- Isso mesmo. – Ele disse.

Nós entramos, era vasta e elegante, as escadas eram abertas e circulares para cima, os pisos de mármore e o corrimão prata salpicado de tinta branca, sofás confortáveis na sala, uma lareira, perfeito para receber nossa família, a mesa de jantar era grande também, a cozinha tinha um balcão branco, as paredes eram todas altas e cheias de janelas, a decoração era muito neutra, como se ele estivesse me deixado redecorar de decorar como eu queria, e eu sabia que essa era a intenção.

No andar de cima, era ainda mais aberto e claro, o vento corria livremente, tinha 2 banheiros e 5 quartos, um nosso e um para minhas coisas, os outros três para nossa família, a varanda era linda e aberta, com algumas cadeiras e poltronas, nosso quarto era espetacular, uma cama enorme com dossel, cheia de travesseiros, o chão forrado por um tapete peludo preto, uma janela enorme na parede ao lado, dando espaço a lua.

Mas o que mais me encantou naquele lugar foi a pequena torre acima, embora pequena, caberia tranquilamente toda a minha família, coberta e com pilastras dando acesso ao lado de fora, tinha, pendurado, um cristal lilás, com algumas pedrinhas pretas caindo e presas por fios, de prata, o vento fazia com que as pedras se movessem, produzindo um som lindo.

- Você gostou? – Azriel me perguntou, enquanto lavava meus pés na banheira imensa do nosso banheiro.

Eu observei suas mãos dedicadas em meus tornozelos e depois nas panturrilhas.

- Esse lugar é incrível – eu disse, a voz ainda trêmula – eu nem acredito, eu não poderia ter pensado melhor! – Eu disse.

Vi um sorriso daqueles bem raros em seu rosto, ele se aproximou, passando minhas pernas por sua cintura.

- Agora nós temos um lugar só nosso – Ele murmurou em meu ouvido – você poderá gritar enquanto eu me enterro em você sem se preocupar. – A voz sombria e deliciosa em meus ouvidos.

Meu corpo inteiro reagiu ao seu toque, a suas mãos em minhas costas, suas pernas firmes e musculosas em meu quadril, seus lábios grossos e desenhados em meu maxilar, sua ereção pressionada contra mim.

- Eu vou devorar você – eu murmurei para ele – porque você é meu. – Eu disse, mordendo agora seu lábio inferior.

Me movimentei na posição onde estava, a água quente em nossos corpos e me sentei em seu corpo, forçando-o para dentro de mim, ele gemeu alto, a voz rouca e grossa em contato com minha pele molhada, eu me movimentei, me deleitando e deliciando de seu volume e envergadura dentro de mim, pulsando e latejando.

Azriel passou a mão em volta de meu pescoço, mordendo o lábio inferior e com a outra em minha cintura, movendo meu quadril contra ele enquanto eu gemia freneticamente seu nome, sentindo o clímax se aproximar.

Nós chegamos ao orgasmo juntos, abraçados na banheira.

Depois, ele me lavou bem devagar e me levou nos braços até a cama, me cobriu e acariciou meus cabelos com a mão, o outro braço em volta de meu corpo nu, ambos cobertos apenas por um lençol fino e branco, eu adormeci bem devagar sentindo o cheiro quente de sua pele, e fantasiando tão somente que jamais imaginaria que eu poderia ser tão feliz nessa vida.