CONTO 02

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A primeira protegida.

Terras feéricas, além mar – 447 anos antes

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Terras feéricas, além mar – 447 anos antes.

Canela, tabaco e pó de fada.

Era o gosto do cigarro que queimava entre os lábios de Naiade enquanto ela terminava de se vestir.

O uniforme acinzentado tinha muitos botões dos lados e ela estava quase irritada quando prendeu o cigarro entre os dedos e assoprou em uma lufada de ar, deixando os membros tomarem consciência da substância correndo pelas veias e escoando nos pulmões, acalmando sistema nervoso.

Ela prendeu o arco nas costas e guardou uma faca a mais por precaução na barra da calça, então saiu do quarto sujo da pousada ainda mais suja.

Era noite, a lua estava alta no céu e as ruas barulhentas das festas estavam a pouca distância com seus sons nauseantes e cheiros pútridos. Então ela estava correndo pelos telhados molhados da chuva que caiu mais cedo.

Uma tarefa.

Assassinar a distância o novo brinquedinho do dono da maior gangue da cidade. Ela sabia pouco sobre ele e menos ainda sobre a nova namorada.

Aquele sequer era seu lugar. Mas o trabalho era fácil e a recompensa era alta. Ao final dela e com o ouro em mãos, ela poderia finalmente dar início ao próprio império, contratar os próprios assassinos e formar seu povo.

Então ela continuou deslizando entre prédios com destreza em busca do prédio dourado onde uma festa organizada pelo tal assassino estava sendo realizada em comemoração ao aniversário do comandante.

Porém, ele era a porra do barão do crime da cidade, então o bairro inteiro estava sendo todo resguardado por seus homens, então ela precisaria de mira e binóculos de onde teria que ir. Um almoxarifado escondido para a limpeza de peixes para venda era o local de observação. Ela se estabeleceu no telhado de laje, agachada, organizou as flechas ao lado do corpo e pegou os binóculos com os dedos finos.

Ela passou as mãos pelo rosto e bagunçou os cabelos brancos cortados rente à raiz, mas maiores no topo. Uma mania que costumava ter quando estava nervosa, como estava agora. Não que estivesse com medo de não poder cumprir a tarefa. Ela era competente e sabia disso, mas aquela recompensa mudava tudo e sua vida estava em jogo por aquele trabalho.

Ela posicionou o binóculo nos olhos e viu o prédio luxuoso com pilastras de mármore e em uma janela no quinto andar, na varanda de tinturas perfeitas e torres entremeadas em listras douradas. Só podia ser ele.

Os cabelos prateados, mais acinzentados do que os dela, caindo nos ombros, os dedos repletos de anéis, os ombros largos. Mas o que dava a ela certeza de que era ele, na verdade, era o casaco de pele de lobo branco que ele usava nas costas, a representação de seu exército.

Mas não era ele quem ela deveria matar, a ordem foi de eliminar a companheira do comandante, uma feérica alta de cabelos longos e loiros. Pouco Naiade sabia sobre ela, que era descrita como bonita, forte e astuta. Chegara à cidade a cerca de três anos e o homem era literal e completamente desesperado por ela.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora