SESSENTA E SETE

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"De quantas maneiras um coração pode ser destroçado e continuar batendo?"
(Stephenie Meyer)

"De quantas maneiras um coração pode ser destroçado e continuar batendo?"(Stephenie Meyer)

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A vida tem uma maneira interessante de provar que ainda podemos ser quebrados.

Eu que pensei que nada mais na vida poderia me destruir. Eu que imaginei que as dores maiores, as dores que desconcertam o tempo e reverberam os ossos haviam tido seu fim. Eu fantasiei que terminaríamos aquilo e eu, de alguma maneira, sobreviveria.

Mas não mais.

Quando eu coloquei os olhos no homem em cima do cavalo, eu apaguei. O poder que enchia meus olhos e meus cabelos se foi e eu me senti uma garota de oito anos pedindo para ele ficar, puxando sua roupa, brincando em seu colo e correndo em seus ombros.

Mas ali estava ele, comandando o exército inimigo. Ele não morreu, afinal? Que brincadeira era aquela do destino comigo? Eu já não sofrera o suficiente? Precisaria ser cortada ali, onde a carne arde e sangra?

Ele estava tão lindo, de qualquer forma. Os cabelos esvoaçantes, cacheados e escuros, sua pele marrom brilhava na luz do sol, ele tinha o queixo alto, com aquele furinho no meio, os olhos azuis como os meus faiscavam e era ele. Metade de mim quis largar tudo ir até ele, eu posso jurar isso. Mas eu estava em transe. Estava parada no ar, com as asas batendo automaticamente, parada, vendo-o.

Não queria me mover, queria guardar a memória seu rosto, seus braços fortes, seus olhos azuis. Chaol. Meu pai.

A asas brancas ele estavam atrás do corpo. O serafim mais lindo, o homem mais doce.

Eu estava febril, em transe, não podia me mover, não podia sequer respirar.

''Athera...'', uma voz distante sussurrava.

Mas não era a voz aveludada e grave do meu pai, então de quê valia ouvi-la? Eu só ouviria quando ele falasse. Quando me chamasse de avezinha e me levasse pra casa.

"Meu pardalzinho.", outra voz, alta, quente e soave soou, era sua voz, a voz do meu pai.

Eu ignorei o que quer que fosse e comecei a ir até ele, batendo as asas, movendo as pernas, eu sentia que não podia ser rápida o suficiente para meu desejo de alcançar seu abraço.

''Athera..'', a voz continuou, mais alta.

Minha mente se misturava entre os dois dois. Meu pai. A primeira pessoa que me amou, que cuidou de mim. Azriel. Meu parceiro, minha alma comum.

Por que ele me chamava? Ele não via? Meu pai iria resolver tudo, estávamos salvos!

"Venha aqui, minha avezinha, eu vou cuidar de você.", o som encheu meus ouvidos.

Eu continuei meu caminho. Mas de uma forma estranha, meu corpo se impulsionava para trás, eu queria ele, eu queria meu pai! Mas minha alma, minha magia, minha força... meu espírito queria Azriel.

A Corte de Luz e Sombras (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora