Athera nunca quis mais do que uma vida tranquila ao lado de sua família, e agora, depois do fim da guerra que deixou traumas, marcas e cicatrizes, ela decide finalmente tentar.
A imediata do grão-senhor mais poderoso do país vai em busca de liberda...
Agora eu sou forte Você me deu tudo Você deu tudo o que você tinha E agora eu estou inteira (Sia)
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- Eu posso abrir os olhos agora? - Eu perguntei, sentindo o vento gelado em meu nariz.
Sua risada gentil de meia-noite sussurrou em meus ouvidos enquanto ele afagava meus cabelos.
- Só um segundo, amor. - Azriel murmurou, sua voz como um sopro suave.
Meu corpo se arrepiava com o toque de suas mãos em minha pele, eu ouvia o farfalhar das asas grandes batendo em suas costas, estava em seus braços, ele me segurava com firmeza enquanto voava até... algum lugar. Eu não sabia exatamente onde, ele pediu que eu permanecesse de olhos fechados. Sem dizer nada.
O vestido de seda azul escuro era curto demais e meus pés descalços não ajudavam, eu estava trêmula, uma névoa fina cobria a cidade em garoa, eu contraía os dedos e apertava as coxas em busca de algum calor.
Uma alteração no movimento de suas asas e eu senti que pousávamos. Ainda de olhos fechados, aninhada em seu corpo. Quando a pressão dos pés de meu parceiro atingindo o solo reverberou em minhas pernas, a garoa parou de tocar minhas pernas, passos firmes, ainda comigo nos braços, uma porta abrindo em um rangido suave, ele caminhou e a pressão do ar mudou, eu sabia então que nós estávamos em outro lugar.
- Vou te colocar no chão, mas mantenha os olhos fechados, tudo bem?
Eu fiz que sim com a cabeça e me preparei, Azriel subiu o braço que segurava minhas pernas até a cintura e eu as movi, com os pés em pontas, procurando o chão. Quando encontrei, era macio e quente, como um tapete felpudo, mas com cerdas médias, um carpete. Estávamos em uma casa, mas o vento atingia meus cabelos com certa distância, então podia ser... uma varanda? Uma torre?
Movi meus dedos, sentindo o calor subir gradualmente pelas pernas até ele me soltar por inteiro. O calor de seu corpo me tocou pelas costas, ele estava atrás de mim. Eu mantinha os olhos fechados. Uma de suas mãos tocou meu rosto, o polegar em minha bochecha, eu quase gemi com o prazer de seu contato, ele subiu a mão e fechou meus olhos.
- Agora abra os olhos. - Ele sussurrou em minha orelha.
Eu os abri.
Meu coração explodiu em pequenos pedaços. Fragmentos indistinguíveis e eu quase cai, mas ele passou o braço em minha cintura e colou o corpo ao meu.
Estávamos na varanda da minha casa. Minha casa de verdade. Que pertenceu ao meu pai, que o meu pai construiu com as mãos. O carpete escuro e felpudo, as pilastras de mármore, o parapeito branco de tinta descascada. Velas adornavam o lugar, o tapete foi limpo, no centro, onde a cobertura ainda alcançava, um vaso com gelo e champanhe, taças e frutas, uma travessa de prata polida com morangos, uvas, cerejas, amoras e chocolate derretido, iluminados apenas pelas velas de chama amarelada, pequenas e redondas, espalhadas pelo parapeito, pelo chão, por todos os lugares.