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Arqueio as sombrancelhas, cruzando os braços e não me importo em demonstrar angústia. Meu pai resolveu colocar delinquente dentro de casa, agora?

Analiso o seu brinco preto na orelha e as vestes totalmente feias. O garoto se cobre com uma calça rasgada nos joelhos e uma camisa verde escura larga. Os dedos seguram aneis e há um colar no pescoço. Examinando-o mais a fundo reparei numa tatuagem no antebraço esquerdo, não identifiquei o que era, mas também não tentei adivinhar.

— Perdeu algo? — questiona de maneira rude, erguendo uma sombrancelha enquanto se aproxima.

Esta na minha casa, e ainda é rude?

— Por que esta na minha casa? — o interrogo, ele burfa e contorce o rosto num sorriso.

— Ah... ja sei quem é. Não é muito diferente do que eu imaginava. — mexe na camisa ao instante que morde a maçã, fita os meus sapatos e ri como se estivesse vendo um palhaço.

— Com licença, você não respondeu a minha pergunta! — exclamo, observando o garoto não dar a mínima e se afastar cada vez mais. — Mas que mau educado... — digo quase como um cochicho.

— Oh querida, não se importe com ele! — a voz de Evelyn ecooa por trás de mim, e por puro reflexo, dou meia volta. — Ele é meu sobrinho, mora comigo já faz um tempo. Espero que não se importe!

Não a respondo e fico somente fitando os olhos azuis brilhantes que analizam o meu rosto. Meu pai chega por trás e põe a mão nos ombros da mulher.

— É claro que ela não vai se importar — o homem me olha de cara feia.

Dou de ombros e peço a Anastácia para que me leve ao meu quarto. A mulher de meia idade assente e nós subimos as escadas. Passando pelo o carredor noto como a decoração da casa está perfeita. As minhas professoras me ensinaram muito bem a sempre elogiar, mas nesse momento prefiro ficar calada.

A mulher para assim que ver o sobrinho da minha madrasta sair do seu quarto, ou é pelo menos o que eu acho.

— Para onde vai Aiden? — Anastácia pergunta. — A Evelyn disse para você não perder o janta.

— Diga para a Evelyn... que ela não manda em mim — o mau educado vira de costa para Anastácia e a deixa boquiaberta. — Aliás, avisa ela que nós não somos família. — completa, jogando as chaves para cima e depois a pegando novamente.

— Aiden é um pouco difícil. Apenas não se importe com ele, eu comecei a fazer isso já algum tempo— a mulher me dar atenção.

— Pelo menos numa coisa o garoto estava correto, nós não somos uma família e nunca iramos ser. Principalmente se houver um sem classe como ele. — nego a cabeça e a sua expressão parece assustada com minhas palavras.

— Não diga isto menina, você não sabe o quanto Anthony e Evilyn querem isso. — me adverte, mas também não me levanto contra. Seria perder tempo.

Continuamos a caminhada e finalmente ela me apresenta o meu quarto. O cômodo é confortável, os tons das paredes são conformes os meus gostos e os detalhes que estão por toda parte me agradam. Olho para alguns ursos na cama e puxo um sorriso.

— Não gostou? Foi eu quem idiquei que os colocassem, me lembro o quanto você gostava deles.

— Aah... Anastácia, você é um amor — lhe dou um abraço apertado.

— Agora, eu tenho que me preparar para o jantar, se não se incômoda. — sorri e sai dos meus braços. — É bom ter você de volta Ali — se retira do quarto e fecha a porta.

Suspiro alto denunciando cansaço e a insatisfações. Meu pai se casou novamente, ok, tudo bem! Mas precisava trazer esse ai? Só Deus sabe o que passa na cabeça dele. Retiro o meu casaco delicadamente enquanto sigo ao closet, vejo algumas prateleiras preenchidas. Evelyn comprou roupas para mim?

Tiro um vestido vermelho do cabide e me olho no espelho, jogando a roupa a minha frente. Certamente ficará bom no meu corpo. Mas não sei se devo ficar com elas.

Vou ao banheiro, molho o rosto e ponho as mãos sobre a pia.

— Que loucura... — sussurro comigo mesma. — Por que o meu pai me quer aqui? — a frequencia que o meu pé bate no piso começa a aumentar.

[...]

Após horas descansando na cama, me levanto e me arrumo para ir jantar, estou acostuma a calçar saltos o dia inteiro, desde que no internato nós estudavamos o dia todo e os saltos faziam parte do uniforme.

Aperto mais o coque que fiz e dou uma leve arrumada na maquiagem básica que passei. Respirei profundamente, encarando os olhos verdes que via no espelho.

Saio do quarto e no fim da escada esta Anastácia igualmente a uma estátua.

— Vou lhe levar para a sala de jantar, talvez você poderia se perder. — diz sorrindo e eu aceno a cabeça.

Tinha esquecido o quanto a mulher é protetora.

— Então você virou cozinheira? — questiono parecer impressionada, sou ciente que ela possui várias habilidades.

— Sim, logo após você ir a Londres, eu realizei um curso de culinária.

— Interessante...

[...]

O jantar foi bem entediante. So me informaram para qual escola que eu vou e como é a organização de lá. Porém, não dei muito a ouvidos a eles, pois pouco me interessava a escola.

Sinto os meus olhos pesarem, mas estou sem sonho. Creio que o fuso horário mexeu bastante com a minha cabeça. Mexo os olhos varias vezes assim que verifico o meu perfil no instagran, analiso a tela me mudar, é George que está me ligando. Tentei esquecer dele por um tempo, para evitar mais frustação.

Eu: Agora se lembrou que tem namorada? — pergunto e ele burfa por trás do fone.

》》Notas da autora《《

Ela tem namorado, do nada?
Não esqueçam da estrelinha meus amores.

Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora