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Meus passos são ligeiros, e as mãos se armam em punhos a medida que os metros entre eu e a garota diminuem. Me encontro tão eufórica que nem mesmo conto até dez para acalmar os nervos. Stella e as outras garotas me observaram quando sai da mesa com varocidade.

Vejo a loira sorrir na direção das gêmeas. Toco no seu ombro e desfecho o círculo, que as três formavam, quando a mesma me dar atenção, cruzando os braços.

— Quem lhe deu essa blusa? — questiono, franzindo o cenho enquanto noto os olhares maldosos das gêmeas seguindo a minha face.

— Aiden me levou a um closet e me mandou escolher qualquer uma — a loira dá de ombros. — Eu gostei dessa, e estou usando de novo.

— Ah, é? Ele não pode lhe dar algo que não é dele — troco o peso do corpo de um pé para o outro ao instante que polso uma mão no quadril. — Agora, se ainda lhe resta um pouco de decência, tire a blusa, agora! — anuncio num timbre baixo.

— Ah... eu não vou mesmo — mostra os dentes, e por um segundo sinto vontade de agarrar os cabelos da garota até faze-la cair no chão. Porém repenso duas vezes antes de realizar tal ato. Não me rebaixaria a esse ponto. Nunca.

Os olhos furiosos ainda se centram na loira. Como Aiden pôde? A blusa era da minha mãe. A preferida dela.

Somente quando penso no sorriso de mamãe e como ela faz falta, que percebo a tamanha burrice que disse a Aiden na noite anterior. Minha garganta dar um nó e eu recuo um passo a trás, sentindo um toque de dedos nas costas, ergo o queixo e examino o rosto agradável de Joseph. O garoto deveria estar por perto, pois dar de ver em suas feições que ele já sabe o que quero. 

— Vamos pelo menos trocar? — questiono mais calma, devolvendo a atenção a garota. Ela me analisa boquiaberta e logo após solta um sorriso, mas quando ia falar algo, Joseph à corta.

— Prometo te chamar para as outras festas — a loira rapidamente se interessa e sinaliza um "sim" usando a cabeça.

— Trato feito, mas não vai me passa a perna, hein? — ergue as sombrancelhas.

— Claro que não — responde Joseph.

— Eu vou usar esse trapo feio — resmunga, se referindo a blusa social de coloração neutra que visto.

[...]

A garota bate a porta do banheiro. O meu coração quase pulou para fora quando a mesma rasgou as mangas da blusa que eu vestia. Modificou a veste de uma maneira que lhe agradasse. E ficou horrível.

Mas faço tudo por pertences de minha mãe. E agora, o que resta é tirar o odor de álcool do pano macio da blusa, ligo a torneira e começo a esfregar a mesma, porém, parece que quanto mais tento lavar a parte suja, mais fica difícil do cheiro forte sair.

Deixo a roupa na beira da pia e decido amarrar o cabelo, para que não fique me empatando, e no mesmo instante ouço a porta rugir e alguém entrar. Como pude esquecer de trancar a porta?

Meio envergonhada, recuo passos na direção da parede enquanto rapidamente busco pela blusa, na tentativa de cubrir meus seios. Aiden entra no cômodo, não dando muita bola pela a minha presença. Mas que droga! Madelyn deveria ter separado o banheiro da casa.

— Já te vi só de sutiã antes. Relaxa. — me encara através do espelho, enquanto apoia as mãos na outra pia.

Assento com a cabeça, e por mais que as bochechas se tornam vermelhas como um tomate, me permito a voltar o que estava realizando.

Levanto os olhos camalmente e os bato naquelas iris verdes que me ofuscam tanto. Queria não sentir borboletas na barriga a cada vez que Aiden me admira, queria também que o seu corpo não fizesse que o meu entrasse em chamas. Por que esse garoto mexe comigo? O que há de tão interessante? Os cabelos negros e macios que os meus dedos clamam para entrelaça-los? O seu abdômen totalmente perfeito? Ou o modo de como ele me olha?

Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora