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Momentos antes

Alisson

Estava escultando música nos fones de ouvido quando me deito na cama e respiro vagamente, desfrutando de cada letra dita pela cantora.

Penso na minha mãe. Ah! Como seria se ela estivesse aqui? Quais seriam os seus conselhos?

Viro de lado e busco pelo retrato posto na mesinha de cabeceira. Admiro a sua beleza externa e me recordo da interna. Dos abraços apertados quando eu caía e chorava.

Até mesmo o meu pai era mais bondozo perto dela. A minha mãe tinha uma doçura tão estonteante que encava qualquer pessoa facilmente.

O som lento da musica se encerra e o toque do celular começa a tocar. Rapidamente desvencilho os olhos ao rumo do aparelho, deslizando o dedo na tela, atendendo a ligação de Stella.

Stella: Alisson... — pelo timbre de sua voz noto que o assundo não é nada bom.

Me arrumo no colchão, ficando sentada no mesmo, a medida que espero a continuação da fala de Stella.

Stella: Eu despachei a Scarlett, não quero ficar enrolando-a — o som do soluço ultrapassa o fone e chega aos meus ouvidos.

Eu: Stella, o que houve? — questiono, mas o silêncio reina no áudio do aparelho, até outro soluço corta-lo, e eu lhe chamar num tom de preocupação, enquanto a sombrancelha franze e o coração acelera, por causa da demora.

Stella: Minha mãe vem para o festival no campo, e disse que vai me apresentar a um rapaz. Por que os meus resultados em ser dama não estão sendo dos melhores por aqui, desde que você saiu, e também pelos negócios de nossa família.

Eu: Stella, não se precipite. Sabe quem se dá bem com "damas" da sociedade e as convencem rapidamente?

Stella: Você — responde pacífica.

Eu: Só preciso de um convite para o festival, fala com a diretora. Vou arrumar as minhas malas e logo estarei ai.

Eu moveria o mundo se fosse por Stella, sei que ela faria o mesmo por mim também. E pela primeira vez não me importo se vou faltar aulas.

Dou tchau. Desligo o celular e pulo para fora da cama. Busco pelo meu notebook enquanto me encaminho ao closet, compro a passagem do voo que esta mais perto de sair, e logo em seguida, deixo o aparelho sobre a penteadeira e começo a arremessar varias roupas para todos os lados, caçando as ideais.

Vou para o festival no campo. É um lugar num interior, bem pacífico e sem sinal de qualquer rede, em que os alunos tanto do internato das meninas como também dos meninos se reúnem e realizam diversas atividades. Como eu gostava de ir!

Jogo tudo dentro da enorme mala que encontro abandonada em cima do armário. Fecho o zíper com muita força, e entro no banheiro em movimentos rapidos.

Assim que acabo de fazer todas as coisas necessarias, pego num traje elegante o suficiente para entrar novamente no Internato. Não sei o por que, mas a minha barriga treme, e as minhas mãos suam.

Dou uma última olhada no espelho, passando um gloss. Estava relaxada ate pôr o casaco e presenciar a chegada de Anastácia no cômodo.

Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora