Estagno, boquiaberta, observando as faces tensas das garotas ao redor da mesa. Jamais pensei que ambas seriam tão rudes comigo. Só pretendo ajudá-las, e se não reconhecem isso é porque definitivamente não merecem o meu alerta.
— Eu e Aiden não temos nada — nego a cabeça, demonstrando surpresa.
— Joseph me contou o quanto está apaixonada, mas é uma pena que Aiden não desfruta do mesmo sentimento. — anuncia Hilary, cruzando os braços, o seu escárnio foi tão forte que poderia senti-lo apertar meu peito.
Entao ele gosta de falar o que devia permanecer entre nós dois. Não tinha que confiar nele. Qual a razão de ter feito isso?
— Por que esta agindo dessa maneira?Foi so um aviso — tento unir o par de sombrancelhas.
— Por que nunca gostei de um garoto como estou gostando agora, Alisson! E parece que você esta jogando negatividade, por acaso esta querendo os dois? Assim como Blair disse.
— Essa não foi minha intenção — arregalo os olhos.
— Meninas... — Stella diz, na tentativa de nos acalmar.
— Nunca é a sua intenção — resmunga Madelyn. — Hilary tem um crush em Joseph ja faz um tempinho. Pensei que fossemos amigas, e você iria nos ajudar a ficar com eles, e não nos contrariar.
Então, eu sempre fui só isso para elas, uma ponte para unir os dois pedaços do coração.
— O cérebro de vocês é minúsculo — os dentes se trinca e um pouco tremula e fraca de mais, agarro a minha bolsa de lado. Dou um beijo no rosto de Stella e digo tchau.
Não tenho emocional suficiente para aguentar toda aquela pressão em cima de mim. O chão abre buracos por varios lados e tento não cair num deles. Busco pelo celular e chamo um uber, pelo menos isso eu ainda sei fazer, alem de confiar nas pessoas e me decepcionar com elas. Poxa! Por que diabos Joseph falaria da minha situação para Hilary?!
Por que as pessoas são dececionantes. E ao pensar em tudo o que me fez querer ficar aqui, agora me faz querer sair.
Hilary esta tão obcecada assim, ao ponto de me constranger! Ainda mais com informações equívocadas. Não gosto do Aiden. Não necessito dele! Nem mesmo ò procuro.
Engulo o seco e os saltos agridem o piso liso cada vez mais rapido. Ouço as pessoas em movimento, porém, são somente como sussurros distantes.
"Joseph me contou o quanto está apaixonada, mas uma pena que Aiden não desfruta do mesmo sentimento." Recordo da fala mais uma vez, e confesso que gostaria de socar algo. O meu sangue fervilha de ódio e os meus instintos selvagem pedem por um alívio.
Entrelaço as mechas de cabelos, as jogando para trás, e após perceber que já estou no pavimento da parte de fora do aeroporto. Analiso de um lado a outro, a fim de observar entre as luzes amarelas e vermelhas angustiantes dos transportes que trafegam na pista, o motorista a espera.
Se ontem fui uma garota decidida a fazer o que uma adolescente americana faz, hoje já não tenho tanta certeza disso. O que me segurava aqui em São Francisco, era Joseph e as minhas colegas de classe. Porém, ao recapitular a fala de Aiden, onde cita que Joseph não é confiável e que as garotas so se aproximaram de mim para ter contato com seu bando, as coisas começam a fazer total sentido. Se não fosse por Stella, diria que sempre estive sozinha.
Vejo o uber e rapidamente entro no carro. O homem mexe o volante e joga o transporte para a estrada de novo.
Apoio a cabeça na janela e assim como a literatura me ensinou, deposito toda a minha tristeza no vidro.
[...]
Passo um corretivo abaixo dos olhos na intenção de tentar desfaçar as horas de choro que tive deitada na cama, após chegar do Aeroporto.
Saio do quarto e dou uma olhada em alguns livros acima da escrevania. Até ver aquele caderninho fofo de emoções, que a diretoria do colégio interno me deu desde os meus 12 anos. Agarro ele e puxo a cadeira para me confortar. Espio as primeiras folhas e bufo de desespero a medida que abro um sorriso sem alegria.
Os meus problemas no Internato eram simplesmente: estudar para as provas, lidar com algumas professoras chatas, manter as unhas e o cabelo arrumados. Enfim, posso dizer que a minha vida não era totalmente ruim lá. Alem disso, poderia ficar perto da Stella.
Estou tão chateada com Joseph, Hilary e Madelyn que voltar ou não para Inglaterra, se torna uma hipótese, ou até mesmo se torna ao contrario do que havia pensado pela manhã.
— Alisson! — ouço a voz de Anastácia e em passos apressados, abro a porta — O jantar já esta servido. — comenta e assento com a cabeça.
Sigo a mesma ao descer as escadas e parar na sala de jantar. Evelyn conversa algo relacionado ao desenvolvimento da empresa com meu pai, enquanto Aiden, fixa a vista cansativa na direção deles, so que ò interrompo com minha chegada, e as íris verdes passam a somente me observar.
Me sento na cadeira, tentando não ter contato visual com ninguém, logo por que os meus olhos devem estarem inchados.
— Oi, Alisson — cumprimenta Evelyn.
— Oi — à respondo sem ânimo.
— Alisson, ainda não terminamos nossa conversa — comenta meu pai, se arrumando no assento e me encarando com as orbes arregaladas.
— Não temos o que conversar. Irei voltar para a Inglaterra daqui a três meses. — ergo o rosto ao realizar a fala e a vista tanto da minha madrasta como também de Aiden, se focam em mim.
》》Notas da autora《《
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Apaixonada por um delinquente
Teen FictionAlisson passou quase 11 anos de vida em um internato na Inglaterra, onde o seu pai à colocou depois da morte de sua mãe. Ela cresceu com normas e foi ensinada a como ser uma mulher bem sucedida, até mesmo planejava o seu futuro no país. Porém, ao co...