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Sigo a mão do delinquente ligando o som e aumentando o volume em seguida, ele põe uma música que agride gravemente a audição. O observo pelos cantos dos olhos novamente e vejo ele curtindo, realizando leves movimentos com a cabeça. Seu gosto para o que escutar é horrível! Eu e ele somos completamente diferentes, e isso me chateia. Não sei por quê. Não deveria nem comparar os meus gostos aos deles. Aliás, vamos morar juntos apenas por alguns dias, assim eu espero. E logo nunca iremos mais nós ver. Por que planejo ir para bem longe.

Deslizo a mão nos cabelos presos e cruzo os braços, bufando. Suspiro em frustação e conto ate dez baixinho a fim de me acalmar.

— O que foi? — a pergunta surge através do som de vários  instrumentos. Levo o rosto ao ombro e capto as íris verdes prestando atenção na estrada, e quando elas batem aos meus olhos, eu os reviro e nego a cabeça.

— O seu estilo de música é... — penso nas palavras. — Bem, não é nada bom — tento ser leve na fala.

— A princesinha quer que eu ouça o quê? Música clássica? — mostra os dentes, abertamente. E reparo como pode ser tão lindo sorrindo.

Por favor Alisson, pare com isso! reclamo comigo mesma.

O garoto estreita os olhos na direção da minha face assim que para o transporte. Imediatamente me toco e arrumo a coluna no encosto do banco.

— Gosta de observar os outros ou só faz isso comigo? — segue o caminho enquanto os seus dedos diminuem a música. Ele sorre de canto. Com certeza notou o meu constragimento.

— Eu não estava lhe observando.

— Ah não? — arqueia as sombrancelhas e morde o lábio inferior.

Esse garoto só pode estar zoando comigo!

— Sabe aquele momento que você esta olhando algo só que não liga para o que ver e sim para o que pensa. Pois é, desculpa estragar o seu desvaneio. — dessa vez sou eu que mostro os dentes. — Estava se achando, não é mesmo? — questiono entre as baixas gargalhadas.

— Você não é grande coisa — fala frio e mantém a vista a estrada. Meu sorriso se desmancha e permaneço calada, querendo explodir.

Hora! "Você não é grande coisa!" Repito a fala na mente.

Após longos minutos, chegamos a não esperada escola. Examino os seus prédios e o jardim pelo para-brisa. A arquitetura não é tão ruim, se fosse para dar uma nota de zero a dez, eu daria oito.

O delinquente estaciona o carro, e nunca na minha vida recebi tantos olhares quando sai de um transporte. Fecho a porta rapidamente enquanto ajeito a saia.

Prossigo pelo caminho que indica a entrada, angustiada com as pessoas que não disfarçam a curiosidade. Eles não sabem o quanto isso é falta de educação? Mantenho os olhos fixos no portão aberto que mostra os corredores, até receber um toque no braço e virar o rosto por reflexo. Vejo uma garota de cabelos pretos e olhos castanhos, pela a analise de sua face e da altura, ela deve ter a minha idade.

— Desculpa! Eu te assustei? — arquea as sombrancelhas.

— Um pouco... — contorço o rosto num sorriso sem graça a medida que arrumo a mochila nas costas.

— O meu nome é Hilary — dá a mão e eu imediatamente agarro ela. — E o seu é Alisson, né?

— Sim — falo num tom baixo, mas que ela poça ouvir.

— Eu vou lhe apresentar a escola — olha para o chão e iniciamos a caminhada na mesma direção que eu seguia antes. — Vamos começar pelos armários, a sua bolsa deve estar pesada.

— Bastante! — mostro os dentes e Hilary faz o mesmo.

Podia ver pelo seu visual que ela era dedicada nos estudos e educada também, ao contrário do que imaginava. O seu uniforme é bem organizado, ela não mudou nada nele, nem mesmo soltou alguns botões da parte de cima da camisa, assim como várias garotas fizeram.

[...]

Hilary me apresentou a escola quase toda, os meus pés ja estão pedindo socorro. Nunca andei tanto na vida!

O sino toca enquanto nós andamos por um corredor. Eu a olho e ela examina a caixinha de som na parede.

— Esta na hora de irmos ao auditório. Essa é a parte mais chata do primeiro dia de aula — ela revira os olhos quando da meia volta, e eu a sigo.

[...]

Logo após uma longa palestra do diretor e de mais alguns professores, Hilary me entregou o horário das minhas aulas, e imeditamente me dirigi a sala que a garota me indicou. Tenho aula de química agora.

Abro a porta, respirando profundamente, e ao entrar na classe, examino os pares de olhos curiosos. Meu Deus! Mas que pessoas mal educadas! Por que não param de me olhar?

Sento na primeira mesa que acho vazia e me concentro nos livros, até pressentir alguém ao lado e por puro reflexo virar o rosto.

— Posso sentar com você? — questiona o garoto de cabelos platinado. Estreito os olhos ao rumo de sua face, tentando recordar daquelas feições. Pisco varias vezes e me lembro que o vi no quarto do deliquente. — posso? — questiona mais uma vez, erguendo as sombrancelhas pretas, enquanto as iris azuis batem nas minhas fortemente.

— Claro — balanço a cabeça verticalmente, querendo movimenta-la horizontalmente.

— Não dar bola para isso — nota o meu desconforto, assim que se aconchega na cadeira e organiza os materiais.

— É tão nítido assim? — franzo a testa.

— Não. Eu sou muito observador — ele sorri de canto.

— Ok — aceno a cabeça um pouco, indicando "que ótimo". Revisto o caderno, impaciente com a demora do professor.

— Meu nome é Joseph — o garoto quebra o silêncio que reinou por alguns minutos e eu o encaro por cima do ombro. — acho que você não me conheceu num bom momento.

— Você derramou bebida na televisão do deliquente — mostro os dentes sem graça, e Joseph tenta unir as sombrancelhas quando ouve "deliquente".

Ai, meu Deus!

— É assim que chama o Aiden? — pergunta e sinto a garganta secar.

— Bem... eu não sou boa com nomes. — minto, mas realmente nunca dei bola para o nome daquele garoto sem normas.

— Chama as pessoas pelo o que pensa delas? Gostei! Do que vai me chamar? — espera a resposta, cruzando os braços.

— Eu — dou uma pausa na fala ao momento que analiso os olhos arregalados. — eu não sei — descanso os ombros.

— Sendo assim, pode me chamar de Jo, apelido os íntimos! — comenta.

— Esta bem — aceno a cabeça. — Olha, pode não contar para o...

— Aiden! De boa. Eu não vou falar nada.

— Obrigada! — suspiro aliviada.

— Aliás, o que vocês são? Se pegaram alguma vez?

Por que ele esta perguntando isso? Franzo a testa e quase paraliso na frente do garoto.

Eu estava sumida, mas já voltei!!

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Eu estava sumida, mas já voltei!!

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Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora