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Respiro profundamente e toco a porta com a costa da mão, realizo três batidinhas rápidas, porém, não tenho resposta. O som se encontra alto demais no ambiente, posso até mesmo sentir nas pontas dos dedos as vibrações que ele causa na madeira.

— Por favor, poderiam abaixar um pouco a música — peço com delicadeza, tentando não passar com varocidade pela a porta e quebrar a merda do aparelho que causa dor na minha audição.

Digo um pouco mais alto e depois solto quase um grito, porém, mesmo assim não tenho resposta. Encosto a orelha na porta e me arrependo por isso. Ouço gargalhadas além do som e bocas falantes. Agarro a maçaneta devagarinho e noto que a porta está destrancada. Abro ou não? E se eu ver algo que depois me arrependa?

Bem, ele esta na minha casa, deveria saber que reclamaria!

Pressiono as unhas na palma da mão a medida que a outra empurra a porta. Abro os olhos e faço uma expressão de brava. Tinha dois garotos sentados ao lado do sobrinho da Evelyn num sofá que se localiza um pouco mais a frente da cama. O quarto dele é enorme, e confesso ficar mais furiosa por isso. Olho para o garoto que esta em pé, e reparo que o mesmo se assustou com a minha entrada e jorrou toda a bebida que continha na boca, na televisão.

— Porra! Ja trocou aquela menina dos cachos? Como é o nome dela mesmo? — pergunta o menino de cabelos enrolados e íris negras.

— Essa é bem mais sexy — as palavras do outro amigo do deliquente me incomoda bastante. Quem que ele pensa que é pra ficar opinando?

Passei tanto tempo no internato que nem sei reagir a esse ato tão estúpido. Apenas conheci pessoas descentes e com uma alta educação. 

— Caralho... cala a boca Ryan! — o deliquente enrijece o queixo, e se levanta. Dar um tapa no ombro do garoto que queimou sua tv e recebe "ai" como resposta ao seu ato.

O seu amigo me admira firme e não pisca por um segundo, o cabelo platinado do mesmo, chama atenção no quarto ilumidado somente pelo o led numa coloração azul. Não sei o que eles estavam aprontando antes de eu entrar, possivelmente alguma brincadeira ridícula. Examino garrafas de bebidas e também cigarros pousados na mesinha de centro.

O deliquente abaixa o som e eu agradeço por isso. Mas só com o seu olhar estreito que me recordo de mim, me encontro feita uma estátua desde que invadi o cômodo. Pisco várias vezes e respiro profundamente assim que o sobrinho da minha madrasta se posiciona a frente.

— O que você quer? — cruza os braços, e os seus musculos expostos na regata, se tornam mais definidos. Passo a vista por cima do seu ombro, e vejo o platinado me encarar firme ao tempo que acende um cigarro. Engulo o seco e volto a atenção ao garoto.

— Eu queria que abaixasse o som, mas como já fez isso, eu vou sair, e por favor, quando eu estiver em casa, evita colocar esses tipos de música e principalmente a essa altura! — falo e ele arqueia a sombrancelha, mergulha as mãos nos bolsos enquanto adianta um passo.

— É só isso? — aceno a cabeça, e ele imediatamente ergue a mão em direção a saida.

Deixo a expressão furiosa expressar na face e me retiro daquele ambiente lixo. A musica nada decente continua no mesmo nível e falo para mim mesma que valeu a pena ter entrado. Tenho que mostrar mais quem manda aqui! E começar a tratar aquele deliquente com duresa, do jeitinho que ele merece.

[...]

Depois que entrei no meu quarto, tranquei a porta e comecei a ler o livro deitada na cama, ate o momento que Stella me ligou por vídeo chamada e passamos uma hora nos atualizando das novidades, no caso só ela mesmo tinha. A perguntei sobre George e ela disse que ele anda bem empenhado nos deveres. Apesar do internato ser apenas para meninas, há também o dos meninos alguns quilômetros de distância. E eles constantemente aparecem pela minha ex escola.

Suspiro, retirando o estresse de mim, sentindo os pingos de água caírem pelos cabelos castanhos e se alastrarem no corpo. Não tem uma forma melhor para ter a paz interior novamente. Aqui é uma desastre atrás do outro, graças aquele maldito deliquente.

Dou um passo para fora do box, puxando o roupão e ao mesmo tempo um toalha para envolver o meu cabelo, me visto rapidamente e sigo ao closet, onde sento na cadeira da penteaderia e passo alguns cremes no rosto. O gélido deles é tão relaxante que poderia dormir.

Liberto os cabelos do pano e os penteio ao mesmo instante que busco o secador na mesa branca e delicada. Ligo o aparelho e o passo por cima dos fios mantendo uma pequena distância.

Alguns minutos após, desligo o secador e quando o ponho de mau jeito sobre a penteadeira, a minha unha quebra.

— Ai, que merda! — balanço a mão assim que senti a dor. — Uou, isso aqui vai ficar feio. É incrivel como tudo acontece comigo.

Agarro um baquinho e o posiciono perto dos armários na tentativa de subir e pegar o kit de unhas no topo. Faço o que a minha mente manda e contorço o rosto num sorriso assim que consigo.

Espalho os objetos na penteaderia e em movimentos rápidos vou me trocar, tomando todo cuidado para não mexer a unha quebrada. Visto meu baby doll por completo e sigo ao quarto, segurando uma tesourinha.

Estava fazendo um barulho suave com a boca, exercitando as cordas vocais. Olho diretamente a minha cama e visualiso o deliquente quase deitado nela, com os cotovelos apoiados ao colchão enquanto assistia um jogo na Televisão.

— Por que você esta aqui? Sai do meu quarto agora, seu folgado!

Mas que raios de garoto ambulante! Aponto o dedo para fora do quarto e ele não me dar a mínima, o que me faz ficar com mais raiva ainda.

Esse idiota tem que aprender a respeitar! Me ensinaram bastante como manter a calma, mas todos os métodos estão falhando, pois esse deliquente é mesmo impossível de se lidar.

》》Notas da autora 《《

Iai, gostou do capítulo??

Obs: não esta revisado.

Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora