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Seus olhos analisam o papel amassado que se encontra na sua mão. Um pouco envergonhada, sorrio de canto e analiso quando o mesmo dá passos na minha direção, e meu coração começa a palpitar tão forte que posso senti-lo na garganta. 

— Anastasia disse que você queria biscoitos e mandou trazer esses aqui para você — as iris verdes passeiam na minha face e fico um pouco intimidada com isso.

Realmente desconheço a razão, pode ser por estar perto de mim mesmo depois de dizer que não iria se aproximar. Arrumo o cabelo à medida que o delinquente fica mais perto, e deixa uma bacia sobre a mesinha de centro.

— O que acha desse aqui? — questiono, mostrando um desenho velho, e o garoto gargalha. 

— Certamente não sou a melhor pessoa para opinar sobre moda. 

— Não seja tão cruel. Só se posiciona, gostou ou não — insisto, deixam os papéis caírem sobre o assento e as minhas pernas se cruzarem enquanto a curiosidade me atingi a cabeça, à inclinando para frente. 

— Sim, é bem estiloso para quem gosta de usar. 

— Acha mesmo? Eu tambèm não usaria, deixa isso para as modelos. — isso realmente é verdade, gosto de desenhar esse estilo maluco, mas polsar e ser fotografada por uma câmera foge do que desejo. 

— Você não é modelo? — suas sobrancelhas se arqueam ao instante que seus dedos passam nos fios macios de sua cabeça. 

— Ainda não decidi. — Por mais que meus meus avós falam que irei ser uma grande modelo, assim como mamãe, possuo dúvidas se quero sempre sentir aqueles flashs agonizantes batendo no rosto. 

— Por isso que os seus olhos brilham mais do que naquela foto que esta na capa da revista.

— Ao menos viu a foto direito? 

— Esta por várias páginas da internet, como não viria? 

— Esta certo " comento pensativa ao momento que o dono dos pares de olhos verdes cintilantes, se levanta do sofá e segue para o caminho em que veio. Abaixo a vista, tentando não me remoer de alguma forma. A atenção deve ser centrada em algo que acrescenta, então se concentre nos modelos, Alisson!

Vou para a ponta da grande almofada e agarro um biscoito. 

Dias depois

A variedade de vestidos que me tomam a visão é completamente extensa, e logo penso nas fotos que terei que fazer vestida neles. Confesso que esse pensamento me angustia bastante, porém, ao lembrar do dinheiro que vou receber por isso, tudo passa e contorço o rosto num sorriso. Preciso comprar algumas bolsas urgentemente. 

Naquele dia realmente não deu para fazer compras com Scarlett, motivo pelo qual a mesma ficou alegre. Só assistimos o maldito filme de terror, que me fez passar a dormir com a lâmpada ligada todas as noites. O romance teria sido mil vezes melhor. 

A mulher acaba de arrumar meu cabelo e os oscilam para me ver o seu brilho no reflexo. 

— Nossa modelo linda esta no ponto? — minha avò direciona o questionamento para a cabeleireira, faz “sim” com a cabeça. 

— Não deu muito trabalho, o cabelo dela é perfeito assim como o da mãe era.

— Conheceu a minha mãe? — demonstro satisfação ao erguer o par de sobrancelhas e arregalar os olhos, encarando a mulher. 

— Eu vi ela grávida de você — o seu timbre é baixo.  

— Eu vi fotos dela… tirou muitas

— Ser modelo realmente foi seu maior sonho.

— E será o da minha neta — anuncia minha avó, pondo a sua mão macia em cima do meu ombro. Engulo o seco e mudo o foco da visão. 

Arrumo o roupão enquanto escuto as falas das mulheres e três batidas sendo realizadas na porta. 

— Quem é? — a voz aguda de minha avó ecoa no ambiente, mas continuo a análise ao meu rosto, e bebo uma agua, dando pouca importância para quem seria, até ouvir o individuo responder. 

— É o Brian! —  expulso toda a água presente na boca, à jogando no chão. 

O que ele esta fazendo aqui? Me lembro dele ter participado do evento que meus avós me chamaram, mas por momento algum pensei que Brian teria relação com a revista. 

Apaixonada por um delinquenteOnde histórias criam vida. Descubra agora