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POV Cassie


Meu nariz ardia tanto que meus olhos chegavam a lacrimejar, a sensação não era nada diferente do normal mas ainda assim o efeito parecia outro, Isak devia ter mudado a receita ou algo do tipo.

-- Não era pra você estar em casa estudando pra alguma merda de semana de provas como geral ta fazendo? - o garoto ao meu lado questionou com uma sobrancelha erguida enquanto expelia a fumaça de seu cigarro.

-- Como sabe da semana de provas? - perguntei apertando meu nariz pra tentar acostumar com a queimação.

-- Ah, minha mina estuda naquela creche. - soltou uma risadinha.

-- Sua mina? - uma risada alta escapou por meus lábios.

-- É uma vagaba que eu conheci outro dia. - deu de ombros.

-- Vagaba? O que aconteceu com o carinha que brochava e chorava com as mulheres na cama? -

-- Cala a boca, essa parada só rolou uma vez e tu me prometeu que não tocaria no assunto de novo. - ficou emburrado e cruzou os braços me fazendo gargalhar alto.

A música que tocava se tornou sensual demais e logo vários casais se esfregavam na pista de dança, até as luzes antes verdes se tornaram roxas. Revirei os olhos pra toda aquela besteira e me afundei mais no estofado do sofá.

-- Qual foi? Que cara é essa? - perguntou me dando um empurrão no ombro.

-- Nada, quero ir pra casa. - cruzei os braços desviando o olhar.

-- Casa? Não é bem cinco da manhã ainda, qual o seu problema? -

-- E já é suficiente, vou meter o pé. - suspirei me levantando do sofá e me senti tonta.

  Não era uma boa ideia beber sentada.

  -- O que? Não tô te entendendo McKay. - balançou a cabeça enquanto ascendia um baseado entre seus lábios.

  -- Não tô afim de ficar nesse clima amoroso, já deu pra mim. - dei as costas para Isak me enfiando no meio da multidão para sair daquele antro.

  -- Ah qual é! Agora que a gente ia se abraçar e começar a dançar? - gritou enquanto gargalhava.

  Revirei os olhos me sentindo muito chapada pra dar uma resposta e simplesmente continuei tentando encontrar a saída, aquilo estava cheio e apesar de não ser meu lugar para festas favorito eu pensava que seria uma boa noite, antes de eu ter que ignorar todas aquelas ligações de Jesse e começar a me sentir mal por isso.

Desde o dia em que me encontrei com Vinnie e meio que nos "acertamos" que eu não consigo nem ouvir a voz de Jesse sem sentir culpa, me sentia horrível pois sabia dos sentimentos dele por mim e por isso não queria o enganar, parecia que eu estaria o traindo.

   Mesmo que não tivéssemos nada.

  Me apressei pra sair daquele antro o mais rápido possível, senti até meus pulmões se alegrarem ao sentir ar fresco.

  O que não durou muito já que rapidamente tratei de enfiar a mão no bolso de minha calça e pegar um baseado (completamente amassado) .

  Ascendi o mesmo com um isqueiro velho que havia aparecido em minha bolsa e por um momento fechei os olhos sentindo a brisa leve daquela noite, o plano era ir pra casa andando e ter a chance de ser abusada em algum canto, mas decidi que pegaria o metrô.

  Tinha sido uma péssima ideia ir totalmente de carona para um lugar longe e desconhecido, mesmo que eu quisesse pegar o metrô, ainda assim teria que andar alguns bons quarteirões até chegar na estação.

Wrong Choice - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora