Proteção

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Quando voltou ao quarto depois do banho, Yuri encontrou Fred olhando para ele de sua cama, estava vestido num pijama cinza, com as costas encostadas à parede, apoiado sobre um cotovelo. Assim que o viu, deu uns tapinhas no colchão, indicando o lugar em que esperava que Yuri fosse deitar. Ele acompanhou com os olhos todo o trajeto do mais novo até a sua cama, abrindo o sorriso quando esse deitou ao seu lado, exatamente como queria.

Yuri descansava de barriga para cima, dispensando as cobertas, pois o vento que entrava pela janela não era suficiente para causar frio. Fred não demorou a jogar um braço sobre seu peito e a se aproximar mais, cheio de manha.

— Tá cheiroso — ele comentou após afundar o nariz no pescoço do colega de quarto, aspirando o aroma pós-banho.

— Limão siciliano ou alguma erva, eu acho — o rapaz revelou, com incerteza.

— Hmm...

Yuri sentia a respiração de Fred em seu pescoço, intensa e quente, causando-lhe um arrepio desconfortante. Respirou fundo, tentando ignorar a tentação e retornar aos seus pensamentos. Foi quando sentiu as pontas dos dedos dele percorrerem as linhas de seu rosto, parando na região da bochecha, começando a apertar levemente a sua carne.

— Sua pele é tão macia — ele cochichou. — Eu acho que tô me viciando em você.

Fred virou o rosto de Yuri em sua direção, inclinando-se à procura dos seus lábios. Quando os encontrou, beijou-o de um jeito suave. Isso foi suficiente para despertar o mais novo, que resistiu ao impulso e permaneceu quieto, movendo apenas a boca no ritmo imposto pelo parceiro.

— Você é tão besta — Yuri falou quando acabou o beijo.

Fred riu e abraçou-o com mais vontade, apoiando o rosto nele, na curva entre o ombro e o pescoço.

— É errado gostar de dar uma namoradinha? — brincou o mais velho, roçando o nariz na orelha do outro.

— Você não tá nenhum pouco preocupado com o fato de Guiga estar aqui? — Yuri perguntou de repente. — Ela é muito esperta, pode pegar alguma coisa no ar. Sem contar que tá autorizada a ficar com esse celular por aí, filmando todo mundo.

Fred respirou fundo, depois desgrudou de Yuri, recostando-se na parede novamente. Se havia uma boa forma de assassinar o clima, era falando sobre a patricinha e Yuri estava ficando bom em trazer problemas para a cama.

— Ela vai embora logo, não se preocupe — garantiu o mais velho, cheio de certeza. Ele sempre agia como se soubesse de tudo.

— Ou talvez a gente que vá — disse Yuri com a voz meio triste, virando-se para Fred.

— Você acha que os pesadelos acabaram? — o mais velho perguntou, num tom preocupado. — Se não for pra voltar pra casa tendo as melhores noites de sono, o que adiantou esse tempo aqui? A gente vai ficar.

— Fred...Você se preocupa muito comigo, e eu fico sem saber como retribuir isso tudo — desabafou o mais novo.

O playboy se chegou de novo, pousando a mão sobre o ombro de Yuri, deslizando suavemente através de seu braço.

— Não sei como funciona a dinâmica entre dois caras, mas eu sempre fui o tipo tradicional. O cara que protege, cuida, entende? Então não precisa agradecer, sou assim com todo mundo e mais ainda com quem to junto, é o meu jeito, não pretendo mudar.

— Não foi uma crítica. Eu não tô pedindo pra que você mude — disse Yuri, tocando gentilmente o rosto do colega de quarto. — Mas eu quero que você dê abertura para que eu possa te proteger também, cuidar um pouco...

Do I make you cringe? (Fred & Yuri)Onde histórias criam vida. Descubra agora