Família

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— E como ele tá? — Yuri perguntou, sentindo-se um tolo por ainda se preocupar.

— Tá bem melhor, o médico disse que em uma semana ele já vai poder voltar a trabalhar — respondeu Dona Edileuza, sentada na cama de Jenifer, vendo o filho se arrumar em frente ao espelho. — Eu tive pensando... se você não gostaria de ir fazer uma visita...

Yuri lançou um olhar desanimado para a mãe.

— É melhor não. Me ver só pioraria a situação dele.

A mulher abaixou a cabeça, decepcionada pela recusa que ouvira ou envergonhada por ter pedido aquilo a ele.

— Ele te ama, meu filho. Tanto quanto eu. Mas está se acostumando com a ideia... com o tempo, ele...

Yuri a interrompeu:

— Tudo bem, mãe. Só deixa ele lá e eu cá. Estamos os dois bem assim.

— Eu oro todos os dias pra que vocês se resolvam, pra que você volte pra casa.

Ele foi até ela e a abraçou, dando um beijo suave no topo de sua cabeça.

— Eu amo vocês dois. Isso não vai mudar, independente de onde eu esteja morando — ele declarou, mudando de assunto em seguida: — Como eu estou?

Edileuza segurou as mãos do filho, olhou para ele de cima a baixo e sorriu.

— Está lindo, meu amor — elogiou ela, derretendo-se. — Cadê o perfume? Passou?



Fred já havia chegado quando Yuri e Edileuza deixaram o quarto de Jenifer. Estava recostado na parede que ficava entre a sala de jantar e a cozinha, conversando com Ben, que preparava o jantar. Quando os viu, descruzou os braços e lançou um sorriso para a mulher.

— Dona Edileuza, quanto tempo! Como a senhora está? — cumprimentou.

— Bem, meu querido. Tá bonitão também, ó, todo chique — ela o elogiou, abraçando-o. — E cheiroso! Onde vocês vão assim, emperiquitados desse jeito?

Fred olhou para Yuri e, de alguma forma misteriosa, entendeu exatamente o que ele queria que fosse falado:

— Numa festa na casa de um colega nosso — mentiu, tão convincente que ninguém seria capaz de desconfiar.

Benjamin veio da cozinha.

— Esses dois podem até dispensar minha comida, mas você vai ficar pra jantar conosco, não vai Edileuza?

A mulher olhou para o filho em busca de uma resposta.

— Ah, não posso! Não quero incomodar — disse ela, envergonhada.

— Para com isso, você é de casa — Ben rebateu. — Sol chega daqui a pouco com Dona Marlene e as meninas.

— Fica mãe. Não é todo dia que se tem a chance de provar o tempero do Ben. É um ótimo cozinheiro, garanto. — Yuri a incentivou.

Benjamin deu um sorriso cheio de modéstia e então apontou para Fred.

— Tem certeza que não querem jantar antes de ir, meninos? Fred também nunca provou de minha comida.

— Fica pra próxima. Vamos marcar um dia e daí eu venho — ele rejeitou de forma educada.

— Tá certo, tá certo... Tô de olho no senhor — Ben estreitou os olhos e fez uma cara de fingimento.

— Se é assim, então eu fico — comunicou a mãe de Yuri.

Ben comemorou.

— Ótimo, Sol ficará muito feliz. Agora deixa eu voltar pras minhas panelas.

Do I make you cringe? (Fred & Yuri)Onde histórias criam vida. Descubra agora