Capítulo 28

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Rafaela foi para o hospital, ela ficou aguardando notícias já que Guilherme foi levado, a equipe logo chegou para saber como ele está, estavam todos nervosos e torcendo para que ele ficasse bem.

Cintia: Como isso deve ter acontecido.

Luís: Você ainda pergunta?

Raul: Não tiraremos conclusões agora.

Rafaela: É claro que foi ele, ele quem mandou alguém fazer isso, não negaremos para nós mesmos, tem uma guerra chegando e nós somos os alvos. Vocês acham que vão ficar quietos enquanto o mafioso italiano está preso? Vai receber pena de morte e eles vão aceitar? Laysa foi a primeira, eles sabiam e foram atrás dela, Guilherme não parou, ficou atrás de informações mesmo sabendo que eles iam descobrir, ele foi o segundo, um de nós será o terceiro e eu tenho certeza de que isso é mais pessoal do que nunca. Sou eu quem eles querem, sou eu quem eles querem ver sofrer.

Raul: Rafaela...

Rafaela: Não, não tente dizer que ficará tudo bem ou que isso não acontecerá, ele sabia que isso ia acontecer, encheu a boca para falar, ele sabia exatamente que o Guilherme já havia ido para casa.

Raul: Você foi vê-lo?

Rafaela: Não era isso que o senhor queria? Ele não disse nada, apenas que o meu fim está próximo.

Raul: Apressarei o juiz para acabarmos com isso.

Rafaela sentiu seu celular vibrar, quando tirou do bolso era a Carina.

Ela se afastou deles e atendeu, ficando em silêncio.

— Eu só quero saber o porquê, por que você me usou dessa maneira? Você sabia que eu estava sendo sincera, você e usou, me apunhalou pelas costas como se eu não importasse, como se eu não tivesse sentimentos. EU NÃO PEDI PARA MATAR, NÃO PEDI PARA SEGURAR NUMA ARMA, NÃO PEDI PARA NASCER NESSA FAMÍLIA. O MEU IRMÃO DESABAFOU DELE PARA VOCÊ, ELE TE DEU UMA CHANCE E VOCÊ PISOU SEM NENHUM PIGO DE PIEDADE. VOCÊ É PIOR DO QUE NÓS, PODEMOS MATAR ALGUNS HOMENS, MAS VOCÊ BRINCA COM OS SENTIMENTOS E NÃO SE IMPORTA COM NINGUÉM.

Rafaela foi para o banheiro, ela trancou a porta e se sentou no chão com a mão na boca, abafando o choro. A tristeza e decepção de Carina estava nítida na voz, dava para saber que ela estava muito magoada.

— Me perdoa, eu sei que errei, mas a nossa amizade foi...

— NÃO OUSE TERMINAR! Você é a maior mentira que eu já vi, você pagará caro por isso, eu nunca vou te perdoar, eu jamais pensaria que ia ser decepcionada justo por você, eu estava animada para te ver aqui, para dividir uma vida, uma casa, com você, seriamos boas amigas e boas irmãs, mas você... por quê? Por quê?

— Eu não podia, eu sinto muito, aceito todas as punições que vocês quiserem, sei que mereço e que não foi justo. Mas eu não menti sobre a nossa amizade, você foi sim a minha amiga e irmã, mas eu não podia, esse é o meu trabalho, era o meu dever e missão. Quando percebi já havia me envolvido demais.

— Sabe quando vou te perdoar? Quando você estiver morta e não puder fazer mais nada contra nós, eu não acredito em você. Aproveita os seus dias.

Carina desligou.

Rafaela continuou no chão, seu choro estava tão alto e desesperado que quem passasse, por lá poderia ouvir. Ela não sentia só a dor dela, ela sentia a dor de Carina e de Sebastian. Não existe dor maior do que os sentimentos quando estão em mãos erradas, quando são usados como se não fossem nada.

Na sela, Sebastian ficou lembrando de quando acordou ao lado de Rafaela, quando eles transaram pela última vez, quando foi acordado por sentir ela acariciando o rosto dele, tudo não passou de uma mentira, de uma ilusão. Assim pensava ele.

A missão impossível: o mafioso e a policialOnde histórias criam vida. Descubra agora