Capítulo 29

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As horas se passavam rápido, ela ficou focada no trabalho tentando preencher a mente, achou que estivesse enlouquecendo.

Raul: Você está bem?

Rafaela: Sim.

Raul: Não parece, desde que você voltou não parece bem, estou pensando em te mandar para a psicóloga para uma avaliação.

Rafaela: Não, não pode fazer isso, eu não preciso. Estou bem, depois de tudo o senhor não pode chegar aqui e dizer o que preciso, não pode querer que eu finja que nada aconteceu porque aconteceu. Eu, que estive na mira dele, não esqueça que a missão foi sua.

Raul: Justamente por isso, estou preocupado com você.

Rafaela: Deixei faltar algum trabalho? Falhei em alguma coisa? Estou bem.

Raul: Ok, ficarei de olho em você. Fiquei sabendo que você anda visitando o verme, é profissional?

Rafaela: E por que nãos seria? Eu realmente não estou entendendo o senhor, me pediu para ir falar com ele, eu estou fazendo o meu trabalho.

Raul: Ele falou alguma coisa?

Rafaela: Não, mas ele sabia o que ia acontecer com o Guilherme, acho que tem alguém escondido fazendo os serviços dele, eles já haviam planejado.

Raul: Pedirei para investigarem isso.

Rafaela: Ok.

Ele saiu, ela respirou fundo e tentou não pirar.

Luís: Rafa, lembra da viúva?

Rafaela: Sim.

Luís: Ela sumiu, com certeza foi morta, os filhos dela estão morando em um orfanato, eles calaram-na.

Rafaela: Como assim?

Luís: Estávamos monitorando o sinal, conseguimos um contato de lá, um agente disse que ela foi vista sendo levada para um carro e as crianças para outro, eles não sabem o paradeiro da viúva, então só nos resta pensar isso

Rafaela: Quantos dias?

Luís: Quatro.

Rafaela: Eles enterraram seja o que for que ela escondia.

Luís: Mandei esse agente parar antes que sobre para ele.

Rafaela: Fez bem, esse é o território deles, não terá perdão.

Luís: Estou indo visitar o Guilherme.

Rafaela: Ok.

Rafaela aproveitou que estava livre e foi até a sela do Sebastian, ela só queria vê-lo, ficou da porta olhando para ele. Sebastian virou de costas para não vê-la, ela percebeu que ele estava suando e estava encolhido, rapidamente ela entrou e tentou se aproximar.

Sebastian: Vai embora.

Rafaela: Sebastian, você não está bem, me deixa ver sua temperatura.

Sebastian: Se você me tocar juro que...

Rafaela colocou a mão no rosto dele, sentindo ele muito quente.

Rafaela: Você está com febre, provavelmente está alta, eu pedirei ao médico que venha te examinar.

Sebastian: Não finja que se importa, eu não preciso de um médico, preciso do seu sangue nas minhas mãos.

Ela não deu ouvidos a ele, solicitou um médico e o acompanhou até a sela de Sebastian.

O médico o examinou e fez uma coleta de sangue para exames, mas antes que o saísse falou o que achava disso.

Médico: Tenho certeza de que ele foi envenenado, já vi isso por aqui, é o que mais acontece.

Rafaela: Como? Mas ele não tem contato com outros presos.

Médico: Alguém fez isso, se não foram os presos, então foi alguém de dentro.

Sebastian: Tenho certeza de que foi essa desgraçada.

Médico: Você precisa levá-lo para a enfermaria.

Rafaela: O Raul não permitirá, mas libero, pode preparar a sua equipe.

Médico: Você tem certeza?

Rafaela: É a lei, protocolo, pode fazer isso. Ele tem que ficar bem.

Médico: Ok.

Sebastian: Você é uma boa atriz, Lia, quer dizer, agente Rafaela.

Ele falou com ironia sorrindo no final, em seguida ele se esforçou para vomitar, era só sangue, Rafaela ficou ao lado dele segurando seus ombros, quando ele terminou se esquivou dela e ficou encolhido na cama novamente.

Rafaela: Você ficará bem.

Sebastian: Sua sorte é que estou morrendo.

Rafaela: Não, não deixarei que isso aconteça.

Sebastian: Direi tudo o que você me disse aqui dentro.

Rafaela: Não tem problema, amar não é vergonhoso, eu diria que no meu caso é um ato de coragem. Isso não impedirá que eu goste de você, mesmo me querendo longe estarei por perto.

Quando a equipe médica chegou Rafaela se afastou deixando eles trabalharem, ela saiu de lá com sangue nos olhos olhando para os policiais, em seguida ela foi para a sala do Raul com muita raiva.

Raul: Quem mandou você autorizar a saída dele da sela? você ficou louca?

Rafaela: Você sabia que ele estava sendo envenenado?

Raul: Isso é só um drama dele.

Rafaela: ALGUÉM AQUI DE DENTRO ESTÁ FAZENDO ISSO. Autorizei e ele vai, sim, ser levado para a enfermaria, você o queria morto e ele será em dois meses naquela cadeira, mas não por um de nós. Se não descobrir quem fez isso farei uma denúncia e esse lugar será revistado de cima a baixo, saberemos de tudo o que acontece, do veneno até os piores podres que existem aqui dentro.

Raul: O que está acontecendo com você? Com quem pensa que está falando?

Rafaela: Eu que fiz essa missão arriscando a minha vida, era eu quem estava na toca do lobo enquanto você estava sentado nessa cadeira mandando e desmanando, não me venha querer respeito agora, ele está preso e vai ser morto em dois meses, é assim que tem que ser, eu não me arrisquei para um idiota usar as próprias mãos para matá-lo.

Raul: Investigarei isso.

Rafaela: Espero que faça isso mesmo, não queremos uma guerra aqui dentro.

Rafaela saiu, Raul ficou olhando para a porta aberta impressionado com a fúria dela, ele ligou para alguém da sua confiança e pediu para trocarem os dois policiais que estavam de guarda na sela e investigar isso.

A missão impossível: o mafioso e a policialOnde histórias criam vida. Descubra agora