Capitulo 20

12.3K 1.2K 135
                                    

Emma Miller

~01 de março de 2024

           Eu nunca encontrei dificuldade para ler quando estava sozinha apesar de qualquer circunstância, eu apenas perdia minha concentração em sala de aula por conta das intimidações mas não entendo... porque não consigo ler? eu estava me sentindo tão agitada... meu peito, minha mente, meu corpo...

Surgiu uma ideia repentina na minha mente, única coisa que talvez acabaria minha inquietação. Caminhei até a porta do banheiro

—Soph.—Ela não respondeu então dei duas batidas na porta—Amiga?

—Hum?.—Fala como se estivesse dormindo no box ao invés de estar tomando banho.

—Acha que no mercado da esquina vende torta?.—Falei baixinho.

—Torta? acho que sim...—Responde só que alto.

—Fala baixo!!!! eu irei lá rapidinho ver se compro uma torta pro Ryder.—Escuto ela dando uma risada.

Eu simplesmente não queria deixar passar despercebido o aniversario dele mesmo sabendo que ele não aceita comemorações queria ao menos fazer algo indiretamente. Realmente não sei o motivo por querer me esforçar tanto...

—Tudo bem, mas tome cuidado!

Peguei minha carteira e guardei o livro, em seguida sai do quarto, não tinha ninguém na sala o que foi um alívio pra mim então decidi ir rápido antes que o delivery chegasse.

[...]

Chegando no mercadinho que tinha ali próximo, entrei e fui direto para a área de guloseimas e para a minha surpresa, só tinha uma torta e melhor ainda era também de maçã, eu fiquei desacreditada com a coincidência ou eu simplesmente fui burra o suficiente para querer fazer no apartamento o que eu poderia só ter comprado! enfim.

Peguei e fui pagar no caixa, e era uma senhorinha que trabalhava ali ela era bastante gentil de vez em quando sempre a via passando perto do condomínio.

—Boa noite filha.—Fala com um sorriso doce no rosto.

—Boa noite.—Retribui o sorriso.—Tudo bem com a senhora?

—Está sim! o que faz andando sozinha essa hora da noite? essas ruas são um perigo...—Diz.

—Não se preocupe moro pertinho, vim comprar essa torta que pela cara para estar uma delícia..—Paguei pela torta.

—Está sim! eu que faço.—Ela coloca em uma sacolinha e me entrega.—Tome cuidado minha filha, o mundo hoje em dia anda tão perigoso... recentemente o rapaz que trabalhava aqui foi preso sabe? e ele me parecia uma pessoa tão boa...

—Preso?.—Perguntei surpresa.

—Sim, ele...—Ela se aproxima e fala baixinho.—Era um assediador.

Senti um arrepio quando ela falou.

—E fico realmente preocupada quando moças tão novas e bonita como você saem assim sem segurança alguma.

—Obrigada pela preocupação, prometo que irei sair somente acompanhada durante a noite.—Ela abre um sorriso.

Sai de lá e fui para o prédio, não sei se fiquei bastante impressionada pelo o que a senhorinha falou mas eu estava com a sensação de estar sendo observada então comecei a aumentar os meus passos.
Chegando já perto do condomínio olhei pra trás e não tinha ninguém mas meu coração estava bastante acelerado porque eu tinha quase certeza de que ou alguém estava me seguindo ou estava me olhando de algum lugar. Quando voltei a caminhar olhando pra frente esbarrei em alguém e senti minha alma esvaindo do corpo.

—Tá perdida?—Caleb me olha e olha para a direção em que eu estava olhando.—O que está fazendo a essa hora na rua?.—Pergunta ja cruzando os braços.

—Estava passeando.—Falei sorrindo e o mesmo fechou a cara.—Brincadeira, fui comprar torta porque hoje é aniversário do Ryder.

—Porque foi sozinha? não sabe o quanto é...—Cortei ele antes de completar.

—..."Perigoso andar na rua a essa hora".—Completei e então ele arqueou a sobrancelha.—Eu sei tá, uma senhorinha ja me falou.

Entramos para ir pro apartamento.

Antes ele deu uma passada no nosso apartamento e viu como ficou a situação pegou algumas coisas e então fomos pro apê da soph.

Assim que íamos entrar a porta abre, Ryder estava bem vestido e aparentemente iria sair. Ah não!

—Eaí.—Caleb fala e ja entra (???) enquanto fiquei na porta meio que impedindo que ele passasse. Ele tenta ir para um lado mas eu o acompanho e então ele me olha impaciente e então abre um espaço pra eu entrar apesar de que eu poderia ter passado facilmente. Cruzei os braços e fiquei parada.

—Quer um convite pra entrar?.—Pergunta.

Grosso!

—Você vai sair?.—Perguntei algo óbvio.

—Sim, se você deixar eu passar.

—Mas...—Olhei pro fundo e vi simplesmente o caleb e a sophia rachando o bico.

Não é possível que meu plano foi por água abaixo pela segunda vez, é muito azar pra um dia só.

Desanimei real e dei espaço pra ele passar mas rapidamente meus olhos bateram no seu pescoço e notei que ele estava usando nada mais nada menos que o colar que eu presenteei a ele.

—Ryder...?.—Ao passar por mim eu o chamo e ele para e me olha.

—Feliz aniversário.—Falei em um tom baixo ele me olhava ainda sério mas senti um ar de alívio quando notei o canto da sua boca se curvar em um sorriso lindo...

As coisas estavam melhorando de uma forma tão surpreende que as vezes eu lembro de uma frase que ja li em algum lugar "a felicidade dura pouco mas a tristeza também é passageira". Momentos assim faz com que eu esqueça as coisas que me aconteceram, assim como também faz com que eu entenda que é importante aprendermos a lidar com a solidão, mas também é importante termos alguém pra compartilhar momentos tão especiais.

Ele saiu e eu fiquei apenas observando quando me virei para entrar Soph me encarava na porta com um olhar desconfiado.

—O que?.—Perguntei.

—Vamos comer, o delivery chegou.—Ela fala ainda desconfiada.

Entramos e comemos nos três juntos ficamos quase a noite toda conversando e nada do Ryder ter voltado de meio em meio tempo eu olhava para a porta imaginando "onde ele poderia ter ido a essa hora?" no final das contas pela risada alta da Sophia, Riller acordou e não queria mais dormir de jeito nenhum e ja era bastante tarde.

—Vamos ouvir uma historinha então?.—Olhei pra ele.—Vem.—Sentei na cama e pus ele no meu colo sei que ele não iria entender nem metade na história por ser só um neném mas sei também que pelo menos ao ouvir o sono viria.—Existia uma pequena flor em meio a um jardim botânico imenso cheio de flores, ela era pequena e única no meio a tantas outras mas se encontrava distante das demais e tinha sua beleza própria. Diziam o quanto ela era rara por ser única mas tinham medo dela, a rejeitando, pois imaginavam "deve ser uma flor venenosa, afinal não está junto as outras e se encontra isolada" mas a verdade é que ela era realmente rara, pois também era uma planta medicinal mas ninguém sabia disso, afinal a admiravam apenas de longe. A florzinha já estava tão desanimada, mas chegou a primavera a estação em que as flores "se abrem" e surgiu ali perto dela um brotinho pequeno...—Escuto um roncozinho e dou uma olhada.

—Bom, terei que continuar da próxima vez...—Olhei pra ele sorrindo.

Diário de uma NerdOnde histórias criam vida. Descubra agora