Capitulo 43

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Emma Miller

~02 de junho de 2024

                As vezes pensamos que algo acontece simplesmente porque era pra ser daquela forma, não costumo ser otimista quanto as tragédias que tendem a ocorrer na minha vida mas o que posso fazer? nada, porque tinha que acontecer! tinha que ser assim, mas será mesmo? eu costumava pensar da seguinte forma pra lidar com isso: "se não fosse justamente naquele dia aquilo poderia não ter acontecido" sim... "se não fosse naquele dia no banheiro eu não teria se envolvido em um boato" "se não fosse no dia do parque eu não teria conhecido, Riller, Sophia e Ryder" e... "se meus pais não tivessem voltado naquele dia, ela ainda estaria viva..." mas tem o que acontece realmente inesperadamente, porque era pra ser, e tem o que acontece de forma que não importa o dia nem a hora, e muito menos tem como evitar, o que é premeditado.

(...)

Aquele caminhão vindo de uma forma tão rápida na minha direção, me fez sentir como se estivesse no carro, mas especificamente naquele dia e naquela via na parte traseira do carro no meio onde meus pais estavam, eu via a imagem da minha mãe que estava a esquerda e via a imagem do meu pai a direita ambos conversando até se depararem com a mesma luz forte se aproximando, o impacto foi bem mais forte onde minha mãe estava por isso ela morreu na hora. Acho que teria sido traumático pra mim ver o estado em que minha mãe ficou.

Quando o caminhão estava prestes a me atingir some, some àquela imagem que foi criada pela minha cabeça eu cai no chão desesperada e comecei a chorar. Eu não conseguia respirar, sentia meu peito doer, sentia como se a qualquer momento eu fosse morrer ali mesmo. E eu estava sozinha.

Levantei a cabeça para olhar para frente e vejo a imagem de uma pessoa, ela estava próxima ao parque, capuz preto não dava pra ver o rosto mas se aproximava lentamente, mesmo que eu tentasse me levantar eu não conseguia eu não achava fôlego, e quando a pessoa estava prestes a chegar mais perto escuto um barulho de uma moto freiando rapidamente bem na minha frente, eu so pude ver mesmo com dificuldade uma fumaça subindo do pneu. Logo a pessoa desce da moto e tira o capacete e se agacha bem na minha direção segurando meu corpo para que eu não ficasse totalmente jogava no chão. Aquele cheiro, aquelas roupas... Ele toca no meu rosto.

—Emma...—Meu corpo estremeceu ao ouvir aquela voz.

Levantei o rosto para ter certeza e então meus olhos se encontraram com os dele.

Ryder...—Falei tão baixo que quase não sai a pronuncia do seu nome então comecei a chorar.

Ele olha pra trás justamente onde estava a pessoa e já não tinha mais ninguém lá, a pessoa tinha sumido. Mas dessa vez eu sei que era real, tinha alguém ali e aparentemente Ryder também viu.

Ele parecia tão serio e ao mesmo tempo preocupado, ele volta a me olhar e nem por um minuto tirou a mão do meu rosto. E era incrível como minha respiração estava se regulando apenas com a presença dele ali. Todas as vezes que tive essa crise Ryder apareceu.

—Não era pra você esta aqui, Emma.—Diz.

Eu não conseguia falar nada ja fazia tanto tempo que eu não via seu rosto, seus olhos. Ryder sempre falou para que eu não baixasse minha guarda, acontece que quando estou perto dele isso sempre acontecesse. Agora eu sinto como se ele se fechasse totalmente.

—Vamos sair daqui.—Ele tira a mão do meu rosto pega meu braço e leva até seu pescoço e passa em seguida seus braços por trás de mim me carregando em seguida sem nenhuma dificuldade, e começou a caminhar comigo em direção a calçada com a maior delicadeza ele me coloca no chão. Em seguida leva sua moto para mais perto e a coloca no apoio e me entrega meu celular que estava no chão.

—Consegue se levantar para subir na moto?.—Pergunta.

Assenti com a cabeça e então ele me ajudou a se levantar e a subir na moto ele so estava com um capacete então coloca ele em mim. E fica um tempo me encarando até finalmente subir na moto.

—Segure firme.—Pus as mãos sobre a cintura dele mas não totalmente firme, de alguma forma tentei manter uma distância mas sinto a mão de Ryder sobre as minhas puxando em seguida meus braços para mais perto dele e apertando o mesmo contra seu corpo como meus dois braços agarravam seu abdômen pude sentir muito bem o quando era definido foi um pensamento totalmente involuntário . Ele vira um pouco o rosto mas não totalmente.—Não se preocupe, eu não mordo.—Ainda bem que eu estava de capacete porque o tanto que meu rosto corou quando ele falou aquilo.

Pelo visto Ryder ainda mantinha esse gênio dele de um cara misterioso mas totalmente sarcástico.

Nem parecia que momentos atrás eu havia recebido aquela mensagem... enquanto Ryder dirigia começou a passar tudo novamente pela minha cabeça. Saber que minha mãe morreu por pura crueldade muda tudo. Mas não consigo entender porque meu irmão, meu pai acompanhou o caso e até o caminhoneiro deu seu depoimento, e contribui com os danos que causou, um dano que pra mim é irremissível. Agora saber que foi tudo premeditado, que na verdade a intenção era realmente matar meus pais! porquê??? porque diabos essa pessoa tá fazendo isso comigo?

Ryder me levou para fora daquela cidade, e enquanto estava dirigindo eu não conseguia parar de pensar em tudo isso, mas ao mesmo tempo eu me questionava do porque ele está justamente naquele lugar e naquela hora. São pontos que não consigo ligar, é tão desgastante saber que minha vida se tornou um mistério sem solução.

—Ryder, não me leva pra casa, eu imploro.—Eu não podia voltar agora. Aquela frustração ficaria nítida quando eu visse meu pai, eu precisaria estar preparada para encara-lo, agora aquele medo, no qual eu dizia estar presa a minha vida toda, voltou. Mas de uma forma pior, o medo de perder quem eu amo saber que minha mãe morreu e que era pro meu pai ter morrido junto so me faz pensar que agora meu pai é um alvo, meu irmão pode ser o próximo e todos que estão perto de mim, inclusive... Ryder.

E quem disse que eu estava levando?—Ele diz e eu fico sem entender para onde estávamos indo só então realmente me toquei que era um lugar diferente.

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