Capitulo 34

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Emma Miller

~27 de abril de 2024

"Querido diario...
Não esteva sabendo mais o que escrever dês de quando minha mãe se foi. O que antes era algo como um baú no qual eu guardava tudo o que sentia, passou a se tornar somente uma folha de papel, como realmente é. Para mim isso era como se fosse uma forma de fugir da realidade de que ela não está mais presente na minha vida. "Ter medo" não é como se fosse apenas um sinal de fraqueza, na verdade não decidimos simplesmente encarar as coisas como elas realmente são, só por encarar, sem que o medo nos acompanhe. A gente apenas sente. Mas descobri que viver dessa forma, é como estar preso em um abismo. Quanto mais medo sentir, mais profundo se torna esse abismo."

"—Mas quero que se lembre disso: a coragem mostrará o caminho que levará para fora do abismo..."

E tem, a questão da escolha.
Que é o que pode também mudar tudo e todo o contexto do que está acontecendo ou o que pode acontecer, depende somente das nossas escolhas.
Quando escolhemos perdoar, podemos seguir sem o que chamam de "remorso" sem viver com o ódio corroendo por dentro ou escolher uma outra alternativa: A vingança.

(Semanas antes)

Estava tudo escuro, apenas escutava vozes oscilando com sons de aparelhos. Eu sabia onde estava mas não sabia o porque, não conseguia abrir meus olhos. Mas sentia uma pressão sob meu peito. Aos pouco as vozes foram diminuindo e ficou apenas o barulho dos aparelhos, que era o que mais me deixava aflita.

Mas depois de um tempo escuto uma única voz.

—Espero que me perdoe, pelo o que vai acontecer.—Uma voz que soava quase como sussurro e eu sabia que pertencia a voz do Ryder.

Do que está falando?

Perdoar para mim, não é uma opção.

                      "...ou o perdão ou..."

(Atualmente)

Passou dias depois do ocorrido, meu pai, meu irmão, Sophia e até imprensa, todos ficaram apar do que aconteceu e isso mexeu com toda a escola. E o ódio consumiu meu irmão que buscava a todo custo encontrar os responsáveis pela marca que ficou pelo meu corpo, mas a altura do campeonato todos que causaram isso sumiram do mapa. Na verdade com excessão de uma pessoa.

Emily apareceu no hospital, mesmo sabendo que poderia sair de lá presa na menor das hipóteses por ter participado. Mas ainda sim ela foi. E nunca havia visto tão abalada, eu conseguia ver sinceridade a cada "perdão" que saía de sua boca juntamente com o arrependimento. Mas sabia que em uma coisa ela estava mentindo, ao revelar que não sabia o paradeiro da beatrice e dos demais. E então teve que ir para a delegacia para ser interrogada.

Meu pai abriu um processo na justiça contra a escola, eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. E depois que acordei naquele quarto hospitalar mal pude encarar meu irmão nem meu pai, pois sabia que provavelmente nesse curto período em que estive desacordada e eles descobriram tudo se martirizaram pelo o que houve comigo, como se tivessem culpa por não saberem o que estava acontecendo.

Queria saber o que houve com Ryder. Eu apenas ouvi sua voz naquele dia, e dês de então não o vi mais.

"Espero que me perdoe, pelo o que vai acontecer."

Eu fiquei com essas palavras na minha cabeça, me perguntando do que ele estava se referindo. "Perdoar para mim, não é uma opção" Tinham tantas coisas que não estavam claras para mim o suficiente, a primeira delas é o fato de como o Ryder sabia que eu estava na escola, e que estava correndo perigo. São uma das muitas questões que andam me intrigando

Bom, mas acredito que depois de dias confinada naquele hospital que era um lugar que tão pouco me agradava finalmente fui para casa. Eu estava frente ao espelho do meu quarto analisando as partes que estavam queimadas no meu corpo. Toda vez que fechava os olhos eu revivia tudo de novo como se estivesse sentindo a mesma tortura naquela hora. Fui para o banheiro me despi e pus a temperatura da água o mais fria possível. Deixei que aquela água fria caísse sobre meu corpo para que saísse aquela sensação de como se estivesse sendo queimada, mas não saía.

Me agachei no box, Envolvi meus braços sobre minhas pernas as abraçando. Tive que sair da escola ja que foi aberta uma medida protetiva para que nada acontecesse comigo novamente, meu irmão não quer me deixar sair até acharem os responsáveis. Meu pai tá mal, bastante mal. E já eu? me sinto tão vulnerável...
Sinto como se estivesse sendo um fardo para todos.

(...)

—Eu me perguntava que pressão era essa sobre meu peito.—Falei.—Agora descobri.

Falei enquanto soph estava apoiando seu corpo em cima de mim me abraçando. Depois de quase 2 horas dentro do banheiro consegui tirar aquela sensação de mim e então sophia veio me visitar.

—Emma...—Olhei para ela que estava com a afeição séria no rosto.—Você imagina algo como...—Ela estava exitando em falar.

—Algo como...?.—Ela ergue um pouco a cabeça para me encarar.

—Sabe? quando eu conheci você pela primeira vez a princípio pensei "como pode?" ou "será mesmo que ela é assim?" porque hoje em dia é raro encontrar uma pessoa que lide com os problemas da forma como você lida, vi uma alegria que transbordava em você quando estava com Riller. E descobri uma amizade genuína. Mas sabe Emma? ser assim no mundo em que vivemos hoje em dia se torna cada vez mais perigoso. Não estou dizendo para mudar seu jeito, mas em certas situações encarar as coisas de uma outra maneira. Por isso repito: você imagina algo como
vingança?

Aquela palavra me assustava, e era surpreendentemente mais assustadora quando saia da boca da Sophia.

—Perdoar nem sempre é uma opção.—Olhei incrédula para ela quando percebi que ela repetiu a mesma frase que Ryder.—Mas claro, antes que pense que sou uma amiga sociopata ou algo do tipo. Perdoar nem sempre é uma opção, mas é a melhor a se escolher. Mas no seu caso não sei se pode considerar isso, falo isso porque conheço alguém que pensa da mesma forma, e que...—Ela suspira.—Bom, acho que conseguiu compreender o que estou falando. O que fizeram com você foi desumano.—Ela fala olhando para uma das marcas da queimadura em meu corpo.—E ainda deixaram marcas que podem lhe atormentar por vários momentos.

Eu não sabia porque a Sophia estava me falando aquelas coisas, imagino o quanto posso parecer ingênua, e sei disso. Mas sei também que tem algo que ela não quer me falar, mas vou descobrir.

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