Capitulo 94

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Emma Miller

~01 de julho de 2029

"Querido diario,  passaram-se exatamente 5 anos, e finalmente volto a escrever. Nesse exato momento estou encostada bem ao lado do túmulo da minha mãe, eu queria tanto poder contar a ela as novidades, que caleb se casou, e que sua netinha terá seu nome. E que eu estou prestes a me formar e me tornar uma médica! não sei exatamente como nomear minha relação com Ryder, não posso dizer que estamos namorando, porque não houve um pedido oficial, mas também não posso dizer que estou solteira, porque qualquer homem que tente chegar perto Ryder dar um jeito de intimida-los para longe. Então as coisas andam dessa forma, meu pai está feliz, depois de tanto tempo seu brilho voltou, e estando aqui agora, eu sinto meu peito doer um pouco apenas por ela não está entre nós, mas também sinto uma sensação tão boa, de gratidão e aprendizado, olhando para trás vejo que meu passado, as coisas que aconteceram no colégio e comigo serviram para me tornar o que eu sou hoje, posso dizer que finalmente encontrei a pessoa que minha mãe sempre viu em mim, quando criança. A "princesa" que criou coragem para fugir da torre."

Suspirei e fechei meu diário e também meus olhos e fiquei um tempinho ali ao lado do túmulo da minha mãe olhei para o túmulo e toquei nele.

—Até a próxima, mãe.—Falei sorrindo fraco.

E então me levanto e caminho para fora do cemitério e vou em direção ao carro do Ryder, o mesmo me esperava de braços cruzados enquanto olhava o horizonte no qual mostrava bem a cidade.

—Vamos?.—Ele me olha como se estivesse pensativo.

—Espere aqui.—Pede e então segue em direção ao cemitério.

Eu pretendia esperar como ele havia pedido, mas assim como ele eu também tinha que seguir meu instinto, de fofoqueira. Fui caminhando a distância até notar que ele parou no túmulo da minha mãe, me aproximei de um túmulo mais perto e fiquei escondida. Ele ficou um tempo em silêncio até respirar fundo.

—Eu não sei como fazer esse tipo de coisa, afinal na primeira vez, me pareceu bem mais simples, mas por alguma razão eu me sinto nervoso, como se essa fosse realmente a primeira vez. Seria bem melhor se você estivesse presente, para isso. Mas posso pedir daqui, não vejo mal nisso. Passei anos da minha vida pensando que eu não tinha o direito de amar, assim como também não tinha o direito de ser amado. Eu permiti apenas que um único sentimento tomasse conta de mim completamente, o ódio. Eu queria acreditar que somente esse único sentimento fosse o suficiente até o momento que eu morresse, assim eu não precisaria me aproximar de alguém, me apaixonar e machucar a pessoa. Mas aí eu conheci Emma. Sim, sua filha. E foi um dos maiores desafios que lidei, pois percebi que começou a surgir mais do que aquele sentimento de ódio em mim depois de anos, eu senti curiosidade, acredito que desde o primeiro dia que eu a vi, sim, naquele parque me dei conta de algo. Existia um sentimento diferente. Passei a me sentir ansioso, apreensivo, agitado, sua presença me causava uma certa inquietação. Ela nunca percebeu, mas eu sentia tudo isso sempre que meu olhar estava sobre ela, quando ela estava dormindo, eu ficava horas a observando, quando ela estava cozinhando mesmo que fosse um desastre na cozinha, no seu jeito desajeitado de pisar nos cantos e tropeçar, na forma como ela cuidava de Riller. E eu tentei lutar contra o que eu estava sentindo pois sabia que se eu fosse me envolver com ela, estaria puxando para um lugar tão sombrio, acontece que quando me dei conta eu já estava totalmente envolvido em sua vida, quando aquele ódio que eu sentia se multiplicou pelas pessoas que a machucaram quando eu sentia aquela necessidade de protege-la a todo custo. Bom, isso não era pra ser um desabafo, o que eu quero dizer é que mesmo que eu me esforçasse o suficiente, é impossível não se apaixonar por Emma. Sua filha é linda, em todos os aspectos, e eu a amo demorou pra que eu mesmo me desse conta disso, mas estou aqui agora prestes a lhe dizer que já tenho a permissão do pai dela, agora peço a sua permissão para pedir a mão de sua filha em noivado.—Quando ele falou aquilo senti um frio enorme surgindo na minha barriga, senti vontade de chorar, de vomitar de gritar!!!! ele ficou um tempo em silêncio apenas sentindo a brisa bater no seu rosto.—Posso considerar isso como um sim...prometo que farei a sua filha a pessoa mais feliz desse mundo, quero casar, construir uma vida com ela, mesmo ela sendo péssima na cozinha e também uma pessoa muito curiosa.—Ele se vira para me olhar e então me escondo de novo colocando a mão no peito.—E então você aceita?.—Pergunta.

Eu estava esperando um pedido de namoro, e recebo um de noivado? só o Ryder para proporcionar isso.

Eu saio do meu esconderijo com os olhos cheio de lágrimas e vou até ele, o mesmo puxa algo do bolso como uma caixinha e abre me mostrando uma aliança. Era a coisa mais linda do mundo.

Claro que eu aceito.—Ele abre um sorriso puxa minha mão e coloca em seguida a aliança nela.

E então me puxa para um beijo, aquele momento ficaria marcado para sempre na minha vida, minhas lágrimas iam escorrendo que nem torneira ligada até que cessamos o beijo e nos abraçamos.

—O cemitério virou nosso ponto agora.—Falei fazendo o mesmo rir.

Eu amo você, Emma.—Ele fala baixinho bem perto do meu ouvido.

E eu amo você, Ryder.—Respondi sorrindo em seguida me afastei para encara-lo.—Mas para sua informação eu aprendi a cozinhar, tá? ou esqueceu que estou morando sozinha?

—Boa parte da comida foi feita por mim, todas as vezes que estive lá.—Arqueei a sobrancelha.

—Quer apostar?.—Ele ri de novo.

—Se conseguir agradar o meu paladar tanto quanto sua boca me agrada, eu faço o que você quiser.—Me senti determinada quando ele falou aquilo.

—Apostado.

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