Capitulo 39

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Emma Miller

~30 de maio de 2024

Mesmo que naquele momento a ansiedade ainda estivesse tentando tomar controle de mim eu realmente estava determinada a mudar, sei que metade do que aconteceu também foi por minha culpa, por ter deixado o medo e a fraqueza me controlar. Agora saber quem está por trás dessas ligações e dás mensagens. Sinto que é alguém que me observa a cada momento.

—Que estranho, mas quem poderia ser? Emma porque não me contou sobre isso?.—Soph pergunta.

—Não queria ter que lhe preocupar, e caleb ja tinha dado conta desse assunto, mas agora quem vai resolver sou eu, não quero mais ninguém tomando a frente dos meus problemas.

—Emma olha o que você tá falando, você nem sabe quem é, e se for alguém, que queira te fazer mal, alguém daquela escola!

—Sophia, cadê aquela confiança? lembra? quando chegou la naquele colégio eu vi o quanto você era confiante. Eu quero ser assim, quero lidar com isso sozinha e confiante.

—Eu sei, mas agora é totalmente diferente, eu vi do que aquelas pessoas foram capazes de fazer com você, Emma por favor.—Ela se aproxima e puxa uma das minhas mangas deixando a mostra as marcas da queimadura logo que vejo sinto meus olhos marejar.—Isso, eu to falando da capacidade de machucarem alguém.

—Isso só me motiva ainda mais.—Puxo as mangas de volta.—Essas marcas vão servir pra me lembrar que aquela Emma, não existe mais. Agora espero ansiosamente encontrar essa pessoa.

Soph abaixa a cabeça e balança negativamente.
Sei a preocupação dela, e não tiro a razão. Quando penso nisso, imagino o que minha mãe diria. Ela costumava me passar tanta confiança quando criança, quando eu sentia medo do escuro, dos relâmpagos, ela sempre dava uma forma de escape para cada um desses medos mas em um certo momento eu me perdi e não consegui mais escapar. Acontece, que só nos perdemos quando também perdemos juntos a confiança, à coragem. E Ryder me fez perceber isso.

—Então, so me deixa informada de quando essa pessoa entrar em contato com você de novo, ou se mandar mensagem qualquer coisa. Eu não quero que algo aconteça com você de novo Emma, foi uma tortura ver você naquele estado no hospital.—Pela primeira vez vi soph chorando e então a puxei para um abraço.

—Não vai acontecer de novo, eu prometo. E me perdoe por fazer você sofrer.

—Anço!!!.—Riller aparece olhando pra nos duas e quebrando aquele clima e então puxei ele pra um abraço apertado também.

(...)

Voltei para casa, tomei um banho prolongado e a princípio pensei em me deitar mas vesti algo para o frio e fui para um lugar no qual eu me prendia muitas vezes. Fui até aquele parque no qual eu sempre fugia para lá.

Fui caminhando, enquanto sentia a brisa fria batendo no meu rosto, eram exatamente 20h25 da noite então a rua ainda estava movimentada.

Logo cheguei ao parque, fitei o balanço, foi justamente lá que conheci Riller, e que tudo começou. Tantas coisas mudaram dês de então, amanhã começam minhas aulas naquela nova escola. E sinto que tudo vai ser diferente. Então vim me despedir daquela Emma, daqueles momentos.

—Você costuma perambular por aí sozinha, assim? sempre?.—Olho pra frente e vejo aquele mesmo cara.

—Você tá me seguindo por acaso?.—Ele da uma risada.

—Não, só tava passando aí olhei pra esse parque meio abandonado e vi uma pessoa sozinha aqui, não tem medo dos perigos noturnos?.—Pergunta.

—E você? não tem mais o que fazer ao invés de se meter na vida dos outros?.—Ele faz um gesto de rendimento.—Você é muito dura, ou só é assim comigo?

—Olha aqui, qual é a sua? porque essa insistência toda em querer conversar comigo?

—Pensei em ter dito isso quando lhe vi pela primeira vez, acredito que nem todos tem a sorte de encontrar com uma mulher tão bonita pela segunda vez, ou ainda melhor terceira.

—Azar o seu, ou devo dizer o meu?.—Tentei sair e então ele segura meu braço.

—Espera.—Puxo meu braço bruscamente e ponho a mão em cima sentindo minha respiração pesar, ele me olha sem entender o porquê daquela reação.

—Não me toque.—Falei com a voz meio falhada.

—Seu braço...—Ele olha.—Bom, não vem ao caso só queria dizer que não estou te perseguindo nem algo do gênero, só tivemos a sorte mesmo. Eu me mudei a pouco tempo para cá então conheço pouco e pelo visto você também deve morar.

—E porque eu deveria dar essa informação de bandeja a você?.—Ele vira de costas e segue seu olhar em direção justamente para o balanço.—Esse parque me lembra algo.

Olho para ele sem entender o que ele falava.

—Quando criança meu pai costumava levar eu e meus irmãos a um parque na minha antiga cidade, e lembro que brigávamos pelo balanço, havia diversos brinquedos espalhados pelo parque mas o balanço tinha toda a nossa atenção.—Sem virar o rosto ele olha de canto de olho para mim.—Chega a ser irônico, ja que foi justamente no mesmo parque perto daquele balanço que nos separamos e quando percebi que não tinha mais com quem dividir ou competir por aquele balanço, perdeu todo um significado para mim, já não sentia mais vontade de brincar nele, passei até a ter raiva.

—E porque está me contando isso?.—Perguntei.

Ele permanece me olhando e então se aproxima.

—Porque finalmente, vou poder reatar as brigas, dessa vez não vai ser por conta de um balanço.

Fiquei encarando tentando ler o que ele estava dizendo mas não conseguia entender. Era o que mais me deixava desconfortável, porque sinto que ele tentava deixar abertura no que falava para mim e ainda sim eu não conseguia decifra-lo.

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