Capitulo 63

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Emma Miller

~17 de julho de 2024

                Olhando pro meu pai eu só conseguia imaginar uma coisa, o quanto ele merecia ser feliz novamente. Eu muitas das vezes me vi como uma pessoa fraca, sem coragem, que nem naquele primeiro momento largada naquele banheiro, no qual eu estava prestes a morrer, a mercê daquelas chamas, eu senti tanto medo, e agora eu me via indo para a mesma direção, a diferença daquela Emma atordoada, frágil, machucada, era que dessa vez eu não conseguia sentir medo de morrer eu só sentia vontade de por um ponto final nisso tudo. Eu sempre pensei que fosse covarde o suficiente para nunca ter contado a ele sobre a verdade da morte da minha mãe, mas o que mudaria se eu contasse? ele so se tornaria ainda mais infeliz.

Caleb está pai?.—Perguntei com a voz um pouco falha.

—Não filha, ele deve estar com a Sophia.—Ele diz e então abro um sorriso ao ouvir aquilo.

—Entendo, que bom. Então preciso ir.—Olhei para Karen mais uma vez.—Obrigada Karen por fazer companhia ao meu pai, espero que continue cuidando bem dele.

—Filha!!!.—Ele me repreende constrangido e então dei uma risada.

—Claro...—Ela responde tão constrangida quanto ele.

Fui caminhando até a porta e então finalmente permiti que aquelas lágrimas que eu tanto segurava, caíssem sobre meu rosto. Que sorte.
Meu pai era diferente da minha mãe, ele tinha sua própria maneira de enxergar o que sentíamos. Minha mãe por sua vez, conseguia ler completamente, ela conseguia perceber quando algo estava errado provavelmente perguntaria...

—O que está acontecendo Emma...?—Parei naquele momento quando escutei aquilo vindo da Karen. Era exatamente isso que ela me perguntaria.

Me virei desacreditada para ela e então ambos me olharam e viram que eu estava chorando.

—Filha? o que houve?.—Meu pai se aproxima de mim e começa a enxugar minhas lágrimas que não cessavam.

—Pai...—Segurei suas mãos e então contive o choro.—Eu só estou feliz.—Olhei para karen.—Muito feliz.

Ele revela uma expressão de alívio em seu rosto e então sorri.

—Eu fiquei preocupado.

—Emma?.—Olhei para karen.—Eu cuidarei dele.

Sorri novamente para ela e dei mais um abraço no meu pai e então finalmente sai de lá, respirei fundo e decidi ir para um lugar que fazia tempo que eu não ia, o lugar no qual eu fugia para lá. Cheguei no parque e não tinha ninguém ali perto já que o tempo estava fechado apontando que logo iria chover.

Começou a respingar, e sentada ali naquele mesmo balanço eu só conseguia me perguntar: o que estou fazendo? porque me sinto assim? não é medo, não é raiva... então porque me sinto assim? A chuva foi aumentando e então comecei a me balançar lentamente.

Como eu vou me sentir mãe? quando eu estiver diante da pessoa que tirou a senhora de perto de mim? como vou reagir?

Ah, eu entendi, é um sentimento de tristeza. As lágrimas iam caindo junto com a chuva e eu estava completamente encharcada. E no final das contas, eu me encontro da mesma maneira que a Emma daquele dia, se encontrava. Eu não quero fugir...
queria tanto, tanto!! ver o Ryder nesse momento. Abaixei a cabeça e chorei bastante, eu precisava colocar para fora todo aquele agonia que não cessava. Sinto algo sendo colocado nas minhas costas. Era uma capa de chuva preta impermeável. Logo que fui virando minha cabeça de lado para olhar pra trás e então vejo ele... assim como eu queria, ama eu estava realmente vendo ele, Ryder, todo molhado me encarando.

Naquela vez, foi a Soph e hoje foi você...

Me levantei ajeitando a capa no meu corpo apesar de que ja estava molhada o suficiente e então me aproximei dele. A chuva estava ficando mais forte, acredito que graças a isso Ryder não podia ver que eu estava chorando mas eu estava, muito, ainda mais vendo ele bem na minha frente. Ele não sabia, porque acredito que nunca falei em voz alta para ele, apenas escrevia nas longas linhas do meu diário e pensava toda vez que o olhava, Ryder me salvou, não digo em relação a tudo o que aconteceu comigo, ele me salvou do abismo em que eu vivia. Ele me fez enxergar, um lado meu que eu não sabia que existia, ele fez com que eu pudesse sentir vontade de superar tudo o que me aconteceu, e em um determinado momento eu me vi pensando "deve ser gratidão?" eu me questionava sempre que o olhava, mas não! desde o primeiro momento até agora, eu posso finalmente perceber que não se tratava só de gratidão, é amor.

Me aproximei dele sem toca-lo apenas queria ficar ali olhando para ele, mesmo com o embaço da chuva, com o vento forte que batia em nos, Ryder sempre me salvou desses momentos ele sempre aparece, ele consegue sempre me achar quando estou presa a esse abismo. Abaixei a cabeça chorando e de repente ele chega mais perto e então me vejo envolvida nos seus braços.

—Eu amo você, Ryder—Falei tão baixo que parecia que eu estava apenas dizendo para mim mesma, se quer sei se ele pode ouvir ja que minha voz também estava abafada no seu peito.—Eu amo muito...

Ryder se quer faz ideia do porque eu estar naquele estado, e ele nem pode imaginar. Não quero que ele se arrisque por mim, não quero mais ter que ver as pessoas que eu amo morrendo por mim. E essa acabou também se tornando a minha maior fraqueza.

Eu que te amo, Emma—Não sei se pude ouvir certo se foi apenas alguma voz da minha cabeça querendo acreditar que ele realmente havia dito aquilo mas naquele momento eu não queria sair dos seus braços, Nem por um momento se quer.

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