Capitulo 85

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Emma Miller

~06 de abril de 2026

                     Finalmente deu meu horário, tirei o jaleco e fui saindo do hospital, me despedi do pessoal que ficariam de plantão. E então na saída estiquei meus braços afim de relaxar meus músculos que pareciam completamente travados e respirei fundo após me sentir aliviada. Eu poderia simplesmente ir para casa, como faço normalmente, me jogar na cama e dormir. Mas hoje eu quero beber. Nunca bebi na vida, não sei porque mas eu quero de alguma maneira deixar minha mente vazia, quero me livrar desse esgotamento, desses pensamentos que me invadem de uma tal maneira que a cada dia mais vai aumentando e vai me deixando pior quem sabe o álcool ajude em algo.

***

—Aqui senhorita, qualquer coisa pode chamar.—O barman que aparentava ter uns 35 anos me entrega o primeiro drink e sai em seguida com um sorriso gentil no rosto.

Ao encostar aquela taça nos meus lábios e provar aquela bebida, fiz uma careta. Era realmente forte, desceu quase rasgando minha garganta, bom, eu não saberia o que pedir, então deixei que o mesmo escolhesse. Mas bebi de uma vez e já pedi uma segunda taça.

—Por favor, mais!!.—Pedi.

Fui bebendo como se fosse água natural, chega a ser irônico como o álcool só trás a tona as lembranças, os momentos, quanto mais eu enchia a minha cara, mais eu lembrava do Ryder. Do dia que o encontrei naquelas escadas, do dia em que nos beijamos pela primeira vez. Quando ele tocou no meu rosto, bem quando eu estava tão fraca. Que inferno!!!

Quando estava prestes a encostar novamente aquela que provavelmente deveria ser minha trigésima taça nos lábios, alguém segura minha mão impedindo.

—Por favor, traga uma garrafa de água.—Pede.

O que esse infeliz tá fazendo aqui?

—Emma, já chega.—Fala me olhando.

Virei o rosto para encara-lo, minha vista estava totalmente embaçada, eu estava tonta, querendo vomitar mas sabia que era Rick, bem ao meu lado. Como ele sabia que eu estava aqui? e porque tem que ser ele aqui? eu queria que fosse Ryder...

Pensei ter dito para não me dirigir a palavra.—Falei com as palavras meio soltas ja que eu mal estava me aguentando sentada naquele banco.

—Nunca fui de obedecer a pedidos como esse, ainda mais vindo de uma mulher tão linda.—Revirei os olhos.

—Por favor eu quero mais!!!.—Ignorei ele e tentei beber novamente o drink e então ele toma da minha mão e bebe.

—Você não acha que está exagerando?.—Pergunta e coloca a taça vazia no balcão.

Dei uma risada, quem ele pensa que é pra se meter na minha vida?

—Vai embora.—Minha cabeça estava girando, me apoiei na bancada do bar para não cair e em seguida abaixei os braços. E então taquei minha cara entre eles enquanto eles estavam escorados na bancada.—Eu queria que fosse ele e não você. Era pra eu estar seguindo minha vida, foi o que ele me pediu... como ele me pede algo assim? eu o odeio por isso.—Comecei a chorar, chorei que nem criança na frente do seu próprio irmão que também o odeia.—Eu não consigo o odiar eu estou mentindo, eu to sentindo tanta falta dele ao ponto de chorar toda noite antes de dormir, minha vontade é de engolir todo esse orgulho e ir visita-lo mesmo que ele não queira me ver, porque esses dois anos foram de pura tortura. E se eu esperar mais, eu tenho medo dele me esquecer, ou de alguma forma deixar de me amar. Ou acontecer isso comigo. O que eu faço?

Tentei me levantar mas cai com tudo porém ele me segurou, eu mal conseguia manter minhas pernas firmes. Minhas visão foi escurecendo.

Droga...

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