Capitulo 11

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Emma Miller

~28 de fevereiro de 2024

Riller como sempre empolgado, ele correu um pouco mais na frente, brincando sozinho com o vento a caminho da praça então consegui alcançar Ryder que caminhava calado. Fiquei do lado dele mas o mesmo permanecia em silêncio e disperso.

—Não sente ciúmes? estou aos poucos tomando seu lugar de preferido.—Falei.

—Não—Responde sem me olhar.—Acho difícil acontecer.—Fala convicto.

—Tem certeza?.—Perguntei.—Não sei não, mas com base no pouco tempo que estou com ele acredito que agora eu me tornei a predileta.

—É uma obsessão temporária.—Diz.

Virei o rosto para rir pois não aguentei vê-lo realmente com ciúmes do irmão. Logo chegamos à praça e então brinquei com o Riller no balanço e me sentia completamente alegre ao ouvir suas gargalhadas. Até que apareceu mais um garotinho na praça aparentando ter a mesma idade que ele, seu cabelo era enroladinho castanho claro assim como seus olhos e sua bochecha rosadinha semelhante a de Riller. Ambos começaram a brincar juntos.

Então me sentei no balanço para descansar um pouco e virei o rosto olhando para o meu canto esquerdo, Ryder encarava seu irmão enquanto estava de braços cruzados encostado no ferro no balanço. Toda vez em que meus olhos batiam nele eu não conseguia parar de encara-lo, ele era realmente bastante bonito mesmo que sempre com essa postura séria no rosto.

Seus olhos se desviam do seu irmão e se encontram com os meus fazendo com que eu rapidamente mudasse meu campo de visão. Espero que ele não tenha percebido eu o encarando.

Voltei a olhar Riller brincando com seu novo coleguinha então abri um sorriso fraco. E depois de um tempo quebrei o silêncio entre nós.

—Eu costumo dizer ao meu irmão o quanto eu sinto saudades da minha infância.—Comecei a me balançar levemente.—Mesmo que não tivesse ninguém além dele para brincar comigo.

Fiquei um tempo em silêncio pensando se ele realmente estava ouvindo o que eu estava falando ou estava novamente prestando atenção em outra coisa.

—E porquê?.—Ele pergunta.

Fiquei pensativa e então desviei meu olhar para meus pés que tocavam um pouco o chão para o impulsar o movimento do balanço.

—Porque é uma época que não volta mais. Onde a única preocupação é se alegrar com pequenas coisas. E é onde a pureza habita.—Olhei para ele e o mesmo estava me encarando.—O tempo vai nos mostrando que conforme vamos crescendo tudo isso vai ficando para trás e a única coisa que prevalece é esse desejo de voltar a sermos criança.

Meus olhos marejaram então virei o rosto, não queria ter que chorar na frente dele. Não quero demonstrar fraqueza justamente nesse lugar onde eu me senti muita das vezes sozinha.

—O crescimento é essencial, e assim que deve funcionar o ciclo da vida. Você não tem a capacidade de voltar no tempo, mas não significa que perdeu a pureza daquela mesma época, ou que também não pode se alegrar com pequenas coisas.–Eu mordi meus lábios inferiores para evitar a vontade de chorar.—E a criança que você foi ela ainda existe no seu interior basta encontra-la.—As lágrimas finalmente foram escorrendo pelo meu rosto.

Pus a mão no rosto na esperança de que ele não percebesse que eu estava chorando. Quando de repente sinto algo sendo colocado na minha cabeça. Ryder usava sempre um boné por debaixo do capuz. E ao fazer isso ele passa reto em direção a onde Riller estava. Comecei a fungar cessando o choro e então ajeitei o boné na minha cabeça e fiquei olhando ele de longe. Ele não era uma pessoa que falava muito mas sempre sabia usar as palavras certas.

Ele se agacha e começa a falar algo para Riller e o menininho junto com Riller se divertem com ele. Até que vejo duas pessoas se aproximando. Aparentemente os pais da criança.

Eles falam algo para Riller e logo se despedem dele e de Ryder levando o garotinho embora. Então Ryder pega na mão do seu irmão e vem se aproximando.

Me levantei do balanço indo de encontro com eles. Então riller estende sua outra mão para que eu a segure ja que a direita quem segurava era Ryder. Então segurei e fomos caminhando de volta. Ryder não falou mais nada mas eu realmente estava me sentindo tão bem.

Quando chegamos próximo ao prédio Riller solta nossa mão e sai correndo em direção a entrada do apartamento, abordando uma moça de longos cabelos pretos com um abraço. Ela abre um sorriso ao vê-lo e o carrega. Ela estava com um uniforme hospitalar o que apontava ser a mãe dele e de Ryder. Então nos aproximamos juntos até ela bater o olho em nos dois. Pude notar sua expressão de surpresa olhando para mim e para Ryder.

—Filho!!.—Ela me olha novamente e abre um sorriso largo de orelha a orelha.—É sua namorada???.—Pergunta entusiasmada.

Comecei a tossir com um engasgo repentino pois não esperava que ela fosse soltar essa na lata.

—Não.—Ele fala tranquilamente em seguida põem as mãos no bolso do seu moletom e passa reto entrando no prédio ignorando a própria mãe assim como vive fazendo comigo.

Ela me olha meio decepcionada mas volta a sorrir.

—Mas só de verem vocês juntos ja alegrou bastante meu coração.—Ela fala sussurrando.

—Prazer senhora, me chamo Emma.—A cumprimento após me recuperar do engasgo e mudando também o assunto.

—Senhora? vamos! não sou tão velha assim.—Ela fala enquanto Riller se diverte com seus cabelos.—Me chamo Sandra.

—Muito prazer dona Sandra.—Ela começa a rir.

Fomos conversando até eu chegar ao meu apartamento então me despedi dela e do Riller e quando eu ia abrir a porta do meu apê alguém abre na maior gargalhada.

—Então combinado.—Sophia fala para meu irmão que ainda estava sem "camisa".

Quando ela olha pra mim e em seguida seus olhos se direcionam para a sua mãe senti vontade de rir pela expressão em seu rosto.

—Mãe?.—Ela fala.

A dona Sandra olha ainda mais perplexa do quando me viu com Ryder. Parecia realmente cena de novela.

—Bom, boa noite.—Soltei um beijo para ela no ar e entrei.

E comecei a rir dentro do apartamento para não faltar com respeito la fora.

Diário de uma NerdOnde histórias criam vida. Descubra agora