Rick Carter
~05 de abril de 2026
Eu repetia para mim todos os dias da minha vida, mesmo sendo apenas um adolescente, "eu irei matar aquele desgraçado" eu dormia com esse anseio, acordava com esse anseio ele deve morrer pelas minhas mãos. Ele tirou de mim a única pessoa que eu tinha, a única pessoa que me aceitava. Ele tirou de mim, quem eu mais amava nesse maldito mundo.
—Mãe...—Seu corpo no meu colo todo perfurado em diversas partes, seu rosto totalmente desconfigurado. A dor que ela sentiu, eu senti. Porque tive que assistir toda a sua tortura antes de morrer.—Mãe...?.—Eu continuava chamando pelo seu nome mesmo sabemos que ela já não estava mais ali, que ali era apenas um corpo, de uma pessoa ja morta.
Eu não conseguia chorar, eu não conseguia entender o que estava sentindo, mas doía muito. Era um ódio que preenchia cada parte do meu corpo, era uma tristeza que era completamente sufocante, uma angústia que só aumentava toda vez que meu olhos analisava o seu corpo.
Eu vou mata-lo nem que pra isso, eu morra junto. Eu que deveria ter feito isso, ele deveria ter sido morto pelas minhas mãos. Mas não foi.
—Ele já está morto. Porque eu o matei.—Naquele momento em que ele falou aquilo enquanto estávamos sentados naquele maldito balanço. Surgiu em mim uma irá tão grande quanto a que eu sentia por aquele cara. Mas continuei fingindo. Eu que deveria ter matado ele, porque? porque ele já está morto?!! ele não podia ter morrido por outra pessoa. Ele deveria ter sofrido bem mais, ele deveria ter agonizado bem mais, como ele fez com ela. Aquela dor não sumiu, aquela dor só aumentou. Aquele ódio me consumiu.
E eles foram embora. E novamente fiquei sozinho, fiquei sem ninguém. Não tinha para onde fugir, não tinha para onde me abrigar, eu era apenas um adolescente perdido. Eu sentia o olhar de julgamento vindo das pessoas a minha volta. Passei fome, frio.
Eu paguei um preço na minha vida como se eu mesmo tivesse a matado, como se eu fosse o culpado. Eu não sentia mais vontade de viver, achava que a vida não valia mais a pena. Eu não tinha mais um propósito.Mas aos meus 17 anos consegui finalmente reestabelecer algo na minha vida, e surgiu sim um propósito. De vingança. Eu queria ter algo, que me fizesse querer viver, algo que me libertasse dessa escuridão que eu passei tanto tempo preso. E fui atrás da única pessoa que iria me tirar dessa escuridão. Percebi que ele havia encontrado alguém. Alguém no qual ele era apaixonado. E eu queria tirar isso dele. Uma vez a encontrei chorando com sangue nas mãos largada em uma calçada.
Stephany era seu nome, conversamos, ela desabafou. Havia acabado de confessar que machucou mais uma garota por causa dele. E que queria matar todas que chegassem perto. Queria que ele tivesse olhos somente para ela, e não sabia o que fazer. Sua atitude, sua voz, sua falta de confiança em si mesma, tudo me causaram uma certa repulsa. O que eu poderia tirar dele se essa garota já está fazendo isso por si só? ela não percebe?
—Se mata.—A aconselhei no mesmo instante ela me olhou desacreditada nas palavras que acabou de ouvir.
—Você é louco? como me pede parar ceifar minha própria vida?.—Ri.
—Uma pessoa que se quer tem amor próprio, não deveria questionar isso.—Vejo a fúria em seus olhos se formando.—Mas se quer um conselho melhor, apenas finja se matar, você verá que ele lidará com sua morte se fechando completamente para o amor.
Foi o que eu disse mas na real eu apenas queria vê-lo sofrer, perdendo alguém que ama mesmo sem saber que essa pessoa ainda estava viva. Queria que nem que fosse pouco ele sentisse o que eu senti. Era justo, era isso que eu queria. E foi isso que ela fez, eu só não contava que para isso ela usasse...
A própria irmã.
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Diário de uma Nerd
Fanfiction[CONCLUÍDA] Emma Miller é uma estudante do ensino médio que desde pequena se prende a seu diário, e nele deposita todas as suas frustrações e também desejos do dia a dia. Apesar de ser uma garota aparentemente normal, Emma sofre bullying na sua esco...