Emma Miller
29 de fevereiro de 2024
Ter a sensação de que as coisas finalmente pode estar mudando acaba sempre nos trazendo uma falsa esperança, pois não sabemos até onde elas podem continuar mudando e nem o porque.
No dia seguinte eu estava na escola novamente, só que dessa vez diferente, eu estava bem vestida, de maquiagem e na minha frente estava Beatrice. E em seu rosto um arranhão semelhante ao que estava no meu. Ela não estava me insultando, não falava nada e aparentemente nem pretendia mas seu olhar era de completo e total desprezo. E ainda sim eu me sentia intimidada por ela.
Ela passa direto, eu não conseguia entender mas era como se finalmente o falso "boato" do passado tenha caído no esquecimento para os alunos. Mas diante disso percebo que todos estão com medo, pela série de coisas que veem acontecendo com todos que mexeram comigo.
Um grupo de meninas por alguma razão saíram da escola ou pediram transferência a maioria fazia parte do ciclo de amizade da Beatrice que também me intimidavam, exceto Emily que permaneceu na escola mas tá sumida. Os caras que chegaram a me machucar ou até mesmo me ameaçar, todos elas apareciam com hematomas pelo corpo na escola, fora os que também pediram transferência. Não tem explicação, e tudo apontava para mim. Que eu era a principal causadora disso.
—Fiquei sabendo que uma professora chamada Rosyane pediu demissão.—Olhei incrédula para Sophia.
Professora Rosyane???
(Semanas antes)
—Chora Emma, adoro ver você chorar! melhor ainda é quando implora para pararmos.—Beatrice fala enquanto um de seus amigos segurava com força meus cabelos enquanto eu estava ajoelhada toda machucada.
—Humm.—Ela me dar outro tapa.—Quantos?
—Com esse 27.—Emily diz rindo junto com seu grupinho.
Olhei para cima sentindo meu rosto e meus joelhos arderem. Quando mesmo com a visão um pouco embaçada vejo de longe a professora Rosyane fumando enquanto me encarava com um sorriso na cara ao lado de uma árvore, ja que estávamos no pátio da escola em uma parte um pouco mais deserta.
A mesma aparentemente estava ali ja fazia um bom tempo apenas assistindo e se divertindo com que os demais alunos faziam comigo. Que tipo de pessoa, que se diz ser uma professora não faz nada ao ver algo assim? Que tipo de ser humano se diverte com o sofrimento de outra pessoa?
Naquele dia eu chorei, tive crises de ansiedade, além de ter vomitado muito e fiz meu irmão acreditar que não passava de uma simples virose. Eu já não sentia mais vontade de sair do apartamento nem de ir para a terapia. Pela primeira vez eu queria simplesmente morrer.
(...)
—Demissão?.—Ela assentiu.
—Mas pelo que ouvi por de trás dos panos ela não queria, parecia que estava sendo forçada a pedir a demissão.
Eu realmente comecei a me assustar, era coincidência demais, até pra mim acreditar que não tenho nada a ver com isso tá começando a ser difícil.
—Emma.—Olhei para ela que me encarava preocupada.
—Não pensa muito tá?.—Ela fala me tranquilizando.
As aulas foram passando mas não conseguia me concentrar, eu sempre fui uma garota bastante dedicada aos estudos, e a única coisa me fazia feliz nessa escola era ter que estudar, mas meus pensamentos me levaram para longe dali e isso me deixava um tanto frustrada. Alguém bate na porta da sala de aula fazendo com que eu volte a realidade.
O professor pausa a explicação e dar uma olhada e então faz um gesto para que a pessoa entre. Quando a porta abriu logo escuto as murmurações apesar de que tinha muitos alunos novos ainda haviam aqueles que estavam no fundamental quando aconteceu o que aconteceu. Então eles também conheciam o Bryan.
Isso comprovava que eu não estava confusa, era realmente ele no shopping, mas porque justamente a mesma escola de novo, e agora a mesma sala? como que pode? como é possível?
Beatrice não tinha retornado para a sala de aula então foi menos mal, só que esse retorno dele para mim foi o pior que poderia ter acontecido. E assim que ele entrou ele bateu logo o olho em mim, mas abaixei a cabeça.
Pude ver alguns alunos se entreolhando e olhando para mim, o que era um tanto desconfortável mas já imaginava.
Eu não culpo o Bryan pelas coisas que aconteceram comigo até porque sei que ele assim como eu não tinha culpa de nada. Mas ele voltar depois de tanto tempo e justamente quando as coisas estão assim, acredito que será ruim...
(...)
—Você está se sentindo bem, Emma?.—Soph pergunta no meio do caminho ja para casa.—Afirmei com a cabeça.—Tem certeza? está tão calada.
—Soph.—Ela me olha.—Lembra do boato né?.—Ela assentiu.—O garoto que chegou hoje, era ele.
Ela para no meio do caminho em choque.
—Bryan??.—Perguntou e eu confirmei com a cabeça.—Era ele o tal "namorado" da Beatrice?
—Sim...—Suspirei.—Bryan não é uma pessoa ruim mas eu desejo de todo coração que ele fique afastado. Não quero que ele passe pelo o que estou passando.
—Emma, você tem um coração lindo, mas me deixa triste o fato de só se preocupar com as pessoas ao seu redor e se esquecer de você mesma.
—É exatamente por saber o quanto é ruim lidar com a maldade das pessoas que digo isso, eu não iria me conformar vendo outra pessoa passando pela mesma situação que eu, não iria mudar nada.—Falei enquanto ela me encarava.
—Eu queria poder ter te conhecido antes, tenho certeza de que as coisas aconteceriam de forma diferente.—Ela falou mudando o tom de voz e a expressão.—Uma pessoa só é ruim até conhecer alguém pior.
Ela começa a caminhar novamente e então a frase dela ficou se repetindo na minha mente.
Até que chegamos logo ao apartamento mas de longe vimos uma cena que eu não imaginava ver.Estava o Caleb e o Ryder chegando no prédio carregando varias sacolas junto com a mãe da Soph.

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Diário de uma Nerd
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Emma Miller é uma estudante do ensino médio que desde pequena se prende a seu diário, e nele deposita todas as suas frustrações e também desejos do dia a dia. Apesar de ser uma garota aparentemente normal, Emma sofre bullying na sua esco...