Diário de uma Nerd

Capitulo 100

Emma Miller

~20 de setembro de 2029

Eu já estava esperando que tudo pegasse fogo, eu fechei meus olhos com tanta força mas não ouvi barulho, não senti cheiro, eu estava com muito medo, mas não, eu não estava entendendo abri os olhos e não havia fogo algum, olhei para o chão e claramente o isqueiro havia encostado na gasolina. O que é isso? Ryder e Rick ficaram tão confusos quanto a mim mesma, Stephany que estava jogava no chão riu.

—Vocês acham que eu sou idiota?.—Olhamos para ela e então a mesma parou de rir olhando pro chão.—Isso não é gasolina, é apenas um produto com um cheiro semelhante. Eu não ceifaria minha vida de uma forma tão estúpida.

Produto??
essa menina é doente?!

Eu não conseguia entender, não sei se o fato de eu ter vivenciado isso antes fez com que eu acreditasse realmente que fosse gasolina, até a consistência no chão... mas o alívio tomou conta de mim, porque se realmente fosse, não iríamos sobreviver, eu olhava para onde estávamos pisando e havia aquele líquido por todo lado.

—Sabe Emma? vou te confessar algo, quando eu te vi pela primeira vez, você estava com o pequeno Riller, eu praticamente o vi crescer, mesmo de longe, eu imaginava como seriam as coisas se eu aparecesse novamente, me aproximasse do Ryder.—Ela levanta um pouco a cabeça para encara-lo.—Ou se tudo tivesse sido diferente, se estaríamos ainda juntos... mas eu acompanhei uma pessoa que eu se quer conhecia o tomando de mim, sem nem se quer se esforçar. "Vingança", "ódio", "raiva", não são algo tão distintos assim um do outro, quando alimentamos tudo o que sentimos por alguém específico, não conseguimos enxergar mais nada, além desse sentimento intenso de raiva e aversão pela pessoa. Eu esperei muito por esse momento, até Rick, abriu mão desse ódio, por amor. Não é irônico?.—Ela olha para Rick dessa vez.—Os dois irmãos apaixonados pela mesma pessoa?.—Quando ela falou aquilo olhei para Rick que a encarava sem expressar nada.—E eu estava certa de que hoje você morreria ainda sim eu apenas fiz um jogo, para lhe causar medo, porque eu senti, mesmo que bem no fundo, que não seria capaz de matar a pessoa que ele ama. E aí, você me diz que está gravida. Mas perdendo tanto sangue como está agora, e com seu pai hospitalizado quase morto já, e com toda essa situação, acho que já foi mais do que o suficiente, nada seria mais gratificante do que saber que você perdeu essa criança.

Quando ela disse aquilo cai no chão colocando a mão por cima da minha barriga em completa agonia, meu pai está hospitalizado entre a vida e a morte ?? Eu não conseguia respirar, olhei minha mão cheia de sangue enquanto se tremia. Eu perdi meu filho?

—Emma.—Ryder se ajoelha desesperado.

"Quando alimentamos tudo o que sentimos por alguém específico, não conseguimos enxergar mais nada, além desse sentimento intenso de raiva e aversão pela pessoa."

Minhas mãos se tremiam, e esse sentimento me invadia como se fosse um liquido se espalhando por todo o meu corpo, se misturando com meu sangue. Eu não conseguia mais pensar em nada, já estava imaginando que ali, eu perdi meu filho, meu pai... tudo acabou...

Me levantei me apoiando no Ryder que me olhava completamente preocupado e comecei a caminhar mesmo que com dificuldade até onde Rick estava. Ele também me olhava confuso e então chegando perto, aproveitei seu descuido e tomei a arma de sua mão e apontei para ela.

—Emma o que diabos???.—Rick pergunta mas antes que ele se quer tente toma-la de volta, dei o primeiro tiro que passou de raspão ao lado onde ela estava, a mesma arregalou os olhos com medo sem acreditar.

Mirei na cabeça e antes que eu apertasse o gatilho ele se colocou na minha frente e Ryder se aproximou também sem acreditar no que eu havia feito.

—Emma, larga isso.—Pede olhando para a arma.

Ela tinha razão a raiva não nos permite pensar racionalmente, sua voz era como se estivesse sumindo, tanto sua presença quanto a de Ryder era como se também não estivesse mais ali. A única coisa que prevaleceu ali.

Era o desejo incontrolável, de mata-la