Capitulo 77

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Emma Miller

~17 de julho de 2024

Eu estava agachada naquele mesmo parque, olhava para as minhas mãos e as virava pois eram pequenas, delicadas olhei para meus braços, não havia queimaduras por eles. Levantei um pouco minha cabeça desnorteada sem entender onde eu estava, ou o que eu estava fazendo ali, e vi várias crianças brincando distante de onde eu estava. Eu queria chegar até elas, queria brincar junto, eu estava sentindo aquele desejo, mas não conseguia me mexer. Até que sinto a presença de alguém do meu lado. Eu ja vivi isso, o que está acontecendo?

Ele risca a areia com um graveto sem dizer uma palavra se quer, e eu o encarava tentando raciocinar, até que ele me entrega um graveto também sinalizando para que eu riscasse à areia. Mas isso já aconteceu a muito tempo... eu estava confusa, não conseguia lembrar, então porque? porque estou vivendo isso de novo? é um sonho? seu rosto era branco quase como a neve, cabelos pretos, liso ele usava roupas escuras, seus olhos eram claros, suas bochechas estavam um pouco rosadas mas ele tinha um olhar triste.

—Você precisa ter coragem.—Diz baixinho.

Mas não lembro dele ter me falado isso, e porque eu estou aqui? de novo? ele olha pra mim e então abre um sorriso fraco. Senti meu coração acelerar e repentinamente uma dor muito forte começou a surgir na lateral da minha barriga. Pus a mão em cima gritando de dor.

—Emma, você precisa ter coragem.—Ele repete aquilo novamente enquanto aquela dor so aumentava. Ele estende a mão para mim e mesmo que eu estivesse ali jogada me contraindo com aquela dor insuportável eu segurei na sua mão com muita dificuldade. Ele apertava minha mão, mesmo sendo apenas uma criança sua força era inacreditável.

Não morra...—Pede e então aquele cenário some e tudo fica escuro até que consigo escutar um barulho alto enquanto sinto meu corpo em movimento eu estava de olhos fechados.

—Você precisa aguardar do lado de fora! deixe que a partir de agora tomaremos a frente.—Era uma voz feminina. Não conseguia abrir meus olhos mas ainda era capaz de sentir aquele toque forte na minha mão até que aos poucos ele foi soltando e eu fui sentindo como se minha respiração fosse esvaindo do meu corpo.—Tragam rápido o DEA, ela está tendo uma parada cardiorrespiratória.—E então o barulho, os movimentos, tudo foi desaparecendo de novo.

[...]

1 semana depois

Eu sentia meu corpo todo pesado, estava procurando forças para abrir meus olhos e quando finalmente a encontrei fui abrindo lentamente, e eu me via novamente naquela mesma situação que antes. Os sons dos aparelhos hospitalares me causavam uma aflição tão grande. Quando finalmente consegui abrir meus olhos, uma claridade o invade fazendo com que eu tampasse com a mão esquerda.

—Filha!!!.—Escuto a voz do meu pai se aproximando de mim.

Olhei para ele e o mesmo estava com o rosto inchado, a vista quebrada, seus olhos estavam completamente fundos. Ele sorri para mim ao ver que eu estava consciente.

—Como você está se sentindo meu amor?.—Pergunta com a voz rouca.

—Ela acordou??.—Escuto em seguida a voz do Caleb entrando no quarto e junto com ele estava a Sophia, então os dois se aproximaram da maca.

—Emma!!!.—Sophia grita e me abraça fazendo com que eu soltasse um leve gemido de dor e então a mesma se afasta.—Meu Deus, me desculpa.—Seus olhos estavam preenchidos de lágrimas e também estavam fundos.

Olhei para o Caleb e ele também estava na mesma situação do que meu pai, mas eu o achei magro. Vê-los daquele jeito partia meu coração em mil partes, eu estava me sentindo tão mal, porque eu sei que a culpa disso tudo foi minha. Eu que fiz isso. Para tentar, salva-lo.

Ryder...

Me perdoem.—Falei e em seguida senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.—Por fazer vocês sofrerem.

—Eu irei chamar o médico.—Caleb fala saindo em seguida ele não conseguia me olhar por muito tempo.

Caleb sempre foi assim, em todos esses anos convivendo com meu irmão ele nunca demonstrou fraqueza na minha frente, sempre me protegeu, sempre me ajudou, e mesmo que ele estivesse prestes a desabar, ele segurava tudo o que estava sentindo apenas para me acalentar. Meu irmão é tão forte, mas você nao precisa ser assim sempre. Você também é humano.

—Você tem noção do quanto ficamos preocupados com você?.—Soph fala.—Sua maluca!!.—Diz chorando.

Olhei para o meu pai, e dava pra notar sem esforço nenhum o quanto ele estava cansado. Melhor dizendo, exausto.

—Pai.—Falei com um pouco de dificuldade.—Vá pra casa.—Pedi.—Por favor.

—Não!! eu não vou mais lhe deixar sozinha, nunca mais!.—Diz e então sinto aquele aperto no peito.

—Não precisa se preocupar, por favor, eu to lhe pedindo.—Sua expressão muda.—Por favor.

Karen aparece na porta, e então olhei para ela.

—Karen.—Não precisei se quer falar do que se tratava a mesma abriu um sorriso fraco e entendeu o que eu queria e se aproximou do meu pai.

—Vamos, você precisa repousar para recebe-la em casa.—Diz e ele permaneceu me olhando até que vejo uma lágrima escapando e descendo pelo seu rosto.

—Irei preparar tudo para lhe esperar.—Ele se aproxima de mim e beija minha testa.—Tá bom?
Assenti com a cabeça engolindo seco para não chorar mais ainda na sua frente e então ele saiu com a karen.

Diário de uma NerdOnde histórias criam vida. Descubra agora