Capitulo 52

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Ryder Carter
(Alerta de Gatilho)

~12 de junho de 2024

                Quando eu completei 11 anos de idade, presenciei meu pai matando uma pessoa bem diante dos meus olhos, ele me levou para um armazém antigo, que ficava a poucos quarteirões da nossa casa, e ali assassinou uma mulher, uma mulher grávida, sua amante. Mesmo sendo apenas uma criança, eu tive um sentimento tão grande de impotência, raiva, nojo e principalmente repulsa. Eu passei a encara-lo com desprezo, naquele dia eu não consegui entender o porque dele ter me levado para aquele lugar, e ter feito tudo aquilo na minha frente. Diferente do meu pai, minha mãe sempre foi uma mulher altruísta, naquele dia fiquei me perguntando "porque? porque uma mulher como minha mãe teve que se casar com um monstro?" não foi a primeira vez, pensei que ele não seria capaz de cometer uma outra atrocidade tão grande quanto aquela, mas sim, ele era um verdadeiro sociopata. E sempre que ele matava alguém, me levava junto, isso até meus 14 anos, meu ódio por ele aumentava e aquele sentimento de impotência passou a se tornar culpa, de alguma forma eu sentia que mesmo não encostando um dedo se quer em suas vítimas, ficar ali vendo apenas elas sendo torturadas até a morte, sem fazer nada para ajuda-las, me tornava uma pessoa tão desprezível quanto meu pai. As coisas começaram a mudar quando aos meus 15 anos, ele começou a ficar agressivo com minha mãe e minhas irmãs, sara... minha irmã mais velha, ela não tinha medo do nosso pai e assim como eu ela ja sabia que na verdade ele não passava de um demônio. Uma pessoa capaz de fazer o que faz sem ter um pingo de remorso, isso que ele é. E eu passei a vê-lo dessa forma quando ele a matou.

[...]

—Ryder precisamos ir embora, vamos por favor!! você não é como seu pai!.—Minha mãe implorava chorando junto com Sophia enquanto eu estava no chão próximo ao corpo da minha irmã, morta. Minha mãe estava sofrendo pela perda de uma filha, mas ao mesmo tempo estava sendo forte para nos salvar.

Mas naquele dia, percebi que nada mais poderia me salvar. Nem ninguém.
Foi quando surgiu pela primeira vez, uma vontade imensurável de matar uma pessoa. Meu pai. Ele despertou em mim esse instinto assassino, mas eu não me semelhava a ele, pelo contrário, eu matava aqueles que mereciam a morte, mereciam o sofrimento. Eu tinha apenas 15 anos, quando o matei, não senti remorso, nem tive pena dos minutos que ele ficou agonizando com seu próprio sangue no chão, e nessa mesma época descobri também que eu tinha um irmão, ele tinha a minha idade, pensei que tínhamos algo em comum, ele era filho de uma outra mulher com aquele homem, e ele matou ela na frente dele quando ele também era novo. O ódio que eu tinha ele sentia o dobro.

A princípio nos dávamos bem, eu ele e Sophia, vimos que ele não tinha culpa de nada, e ele não parecia ser uma pessoa ruim, o problema, é que eu descobri que Rick nos odiava tanto quanto odiava aquele homem, de alguma forma ele nos culpava e tentou se aproximar em busca de vingança, porque apesar dele ter odiado aquele cara tanto quanto eu, ele não o queria morto, e eu o matei mas saímos daquele lugar e nos mudamos para uma cidade próxima, dês de então Rick sumiu, e foi nessa cidade que conheci Stephany, de alguma forma acabei me apaixonando, pensei que por um momento tinha encontrado alguém no qual eu poderia confiar, mas ela não era assim Stephany era totalmente doente ela era egoísta, o que ela chamava de amor eu chamava de obsessão, percebi que nossa relação so piorava quando eu não podia interagir com nenhuma outra garota, que ela as machucava, de forma bruta não como normalmente uma pessoa com ciúmes faria, ela machucava ao ponto de tirar a vida de uma pessoa, eu pensava que ela era incapaz disso, não queria enxergar, mas haviam muitas garotas que tentavam se aproximar, então um dia ela se matou.

—Seu desgraçado!!!! você matou minha filha, a culpa é toda sua!.—No funeral a mãe dela proferia palavras de ódio voltadas para mim.—Como tem a coragem de aparecer aqui? você deveria morrer! deveria dar um fim nessa sua vida miserável.

Foi o que ela disse. Engraçado, que eu pensava da mesma forma, não era pra ter sido daquela forma, eu preferia ter morrido no lugar dela, e minha vida se tornou miserável depois disso então tentei contra ela, mas não consegui. Minha mãe teve a oportunidade de conhecer uma nova pessoa, e engravidou, ele era uma pessoa boa mas sua morte foi súbita, e então nasceu Riller.

[...]

Percebi que o mundo era assim, existem pessoas boas, altruístas mas na mesma proporção existe pessoas ruins. Então comecei a matar pessoas de diferentes lugares, quando eu as via cometendo crime, roubando, matando. A punição era a mesma.

Passou um tempo e quando nos mudamos outra vez para uma cidade maior, o primeiro lugar que eu fui, foi o parque que havia próximo ao prédio, porque ele era semelhante ao da nossa antiga cidade, eu fitava aqueles balanços imaginando será que em um novo lugar as coisas seriam diferentes? naquele momento avistando de longe vi uma garota se aproximando devagar e se sentando naquele balanço, a encarei de longe e notei que um lado do seu rosto estava vermelho, assim como seus joelhos, mas o que me chamou a atenção foi a expressão do seu rosto. Eu ja tinha visto aquela expressão. Seus olhos estavam inchados mas ela não estava chorando apenas ficou sentada por horas naquele lugar e aquilo me despertou uma curiosidade.

Ela ia com frequência naquele parque e se sentava sempre no mesmo balanço, e eu precisava confirmar algo, então sempre a observava a distância, até que um dia ela chegou perto mas não se sentou, ela estava toda machucada e começou a chorar incessantemente. Então pelo o estado que ela estava eu pude sentir meu sangue ferver.

Até que um dia.

—Você não vem com a gente?.—Sophia perguntou enquanto segurava na mão do riller me encarando.

—Preciso ir em um lugar.—Falei e então a mesma assentiu e saiu em direção ao parque com riller, eu me distanciei para um lugar no qual não podiam me notar, havia crianças naquele dia então Riller saiu correndo por uma distração da sophia e ele foi justamente na direção de onde aquela garota estava. No momento que ele apareceu seu choro cessou e de repente ela o pôs em um balanço e começou a balança-lo.

Eu não me comovia por coisas triviais, mas algo nela, havia me chamado a atenção.

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