Capitulo 70

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Emma Miller

~17 de julho de 2024

  Eu não conseguia aceitar, e se quer queria acreditar que quem estava bem diante dos meus olhos eram Bryan, só me vinham vários questionamentos misturados com um acúmulo de sentimentos, ódio, angústia, tristeza, aflição...

Ele me olha com um olhar totalmente indiferente, que eu nunca vi antes, parecia uma outra pessoa ali na minha frente e não aquele menino doce que me defendeu diante de toda escola naquele dia, ou o cara que reapareceu e agiu da mesma maneira me defendendo, até poucos dias atrás estávamos trabalhando juntos, como pode? não me descia. Algo estava muito errado.

—Que prazeroso, ver sua reação!!! afinal deve ter sido um baque né?.—Diz.—Bom, não tiro sua razão, vemos aqui um cenário onde a mocinha finalmente encontra o assassino que tanto procurava e descobre que ele estava bem debaixo do seu nariz! mas posso explicar como tudo aconteceu e também o porque, de forma bem rápida e simples.—Uma longa pausa enquanto ele me olhava bem.—Porque você Emma, se tornou minha maior obsessão.

O que?!!!!

—Sim, pra começo de conversa quando eu era criança meus pais me deram por si próprio o diagnóstico de transtorno de personalidade, sem se quer me levar a um especialista.—Ele começa a rir.—Isso por que desde aquele primeiro momento eu já não me identificava com aquela identidade criada por eles mesmo, de uma "criança doce" "amorosa". Eu não conseguia sentir o que chamam de "empatia" mas ainda sim queria de alguma forma encontrar minha verdadeira natureza.
Então eu e Zayn, fomos matriculados em escolas distintas, e percebi o quanto era tedioso estudar naquele lugar repugnante, me causava nojo, um lugar onde eu se quer enxergava verdade nas amizades que ali se formavam, as pessoas tem a tendência a serem hipócritas, e pra mim todos ali eram, ainda sim todos olhavam pra mim e pensavam "que lindo" "que popular" "que garoto doce" uma máscara criada pelos meus pais, que eu aprendi a usar. Até que conheci Beatrice uma adolescente de caráter duvidoso, e totalmente medíocre, era como eu a via, pelo modo como tratava as pessoas ao seu redor. Mas assim como ela facilmente manipulava as pessoas ao seu redor apenas com suas palavras sem veracidade, a mesma foi manipulada e então começamos a namorar. E percebi que nada mudou, apenas continuou daquela mesma forma, eu preso em meio aquela falsa identidade. Até que uma vez andando pelo corredor por um acaso eu esbarrei em você de forma brusca, e ainda sim você olhou pra mim com um sorriso e pediu desculpas, eu naquele momento vi algo diferente em você que não havia ali naquela escola, e passei a te observar, tudo o que você fazia, a forma como era estudiosa, inteligente, dedicada, vivia mais tempo na biblioteca da escola no que no intervalo com amigos, curioso não? já que eu só tinha 13 anos. Quando vi você entrando no banheiro masculino pensei "é a minha chance, de fazer você se tornar meu maior entretenimento" fui eu que armei para que emily me visse entrando propositalmente ali e contasse para Beatrice pois sabia no que tudo aquilo iria causar. E como pensei, eu apostei alto e ganhei o dobro. Mas sabe Emma? meu objetivo era tirar de mim esse sentimento diferente que vinha sobre você. Porque eu me sentia assim só com você, você desencadeava em mim essa personalidade.—Ele tenta se aproximar mas eu ando para uma direção oposta a dele e então ele da um sorriso fraco.—Tudo isso era pra fazer com que você se fortalecesse, você tinha que ter superado tudo isso sozinha, tinha que ter se vingado de um por um, de todos eles.—Seu tom estava sério.—Mas então ele apareceu.

"Ele?"

O cara que passou a se vingar por você, fazendo com que se escondesse sobre as sombras dele. A verdade é que sempre estive por perto observando você, e ver a forma como se aproximou de uma outra pessoa por alguma razão me causou ódio, e eu ainda sim não conseguia entender o porque, porque eu me sentia assim por conta de uma menina que se quer é capaz de se defender? uma pessoa fraca. Então passei de alguma forma querer tomar sua atenção para mim, com as ligações que você recusava, as vezes eu ligava apenas para ouvir sua voz.

Aquilo era loucura, eu não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo! parecia um pesadelo. Como pode?

—Mas eu não entendo, como foi tudo uma farsa? se eu conseguia ver sinceridade em você!!! naquele dia no parque...—Falei com voz baixa.

—Minha aposta acabou se tornando algo irremissível. Porque eu decidi "reaparecer" novamente  como o mocinho que voltou, eu queria ver de perto como você se sairia com a minha presença ali, a pessoa pela causa do boato. Acontece que por vários momentos de fraquezas eu me vi defendendo você, de verdade.—Olhei pra ele.—Você me faz perder a rédia!!.—Ele diz um pouco alterado.—E eu havia ido para a escola naquele dia do parque e vi apenas aquela sua amiguinha que por um acaso também apareceu para fazer com que você se escondesse sobre a sombra dela. Tudo aquilo estava me tirando do sério por isso mandei aquela mensagem. "so estou vendo sua amiguinha aqui... e ela esta só"
—Aquele parque havia se tornado seu ponto de fuga, não é? sabe quem era a menina ruiva comigo Emma? era a irmã da Emily, e aquele era seu filho. E ela estava apaixonada por mim.  Começamos a ir com frequência no parque porque eu sabia que uma hora ou outra eu iria me esbarrar com você, e nesse dia em especial eu tive essa sorte, mas você estava com ele.

Ele esta falando do Ryder.

E foi justamente naquele dia, que as coisas se tornaram diferente. Quando ele fez aquilo.

Naquele dia, Ryder o segurou pelo pescoço...

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